Ricardo Ikier,  pesquisador e colecionador de máscaras, vive cinco personagens do mundo do circo em

Ricardo Ikier, pesquisador e colecionador de máscaras, vive cinco personagens do mundo do circo em "A fotografia"

crédito: Lori Moreira/Divulgação

 


Ricardo Ikier é um ator que construiu sua trajetória artística com sólida formação no Teatro Universitário da UFMG e em artes cênicas na Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). Dedicado à arte da palhaçaria, Ikier expandiu seus estudos para o uso de máscaras teatrais, elemento que se tornou uma de suas principais marcas artísticas.

 

 

Considerando-se um artista de rua, o ator estreia neste sábado (23/11), às 11h, o espetáculo “A fotografia”, em frente ao Teatro Francisco Nunes, no Parque Municipal, no Centro da capital. Ao longo das próximas três semanas, a peça será apresentada em vários espaços públicos de Belo Horizonte e de Betim, na Grande BH.

 

 

A narrativa gira em torno da história do tradicional circo Paradise, conduzida pelo palhaço e fotógrafo Canhoto, figura inspirada nas memórias de infância do ator.

 

 


Canhoto enfrenta o desafio de manter viva a arte circense em um mundo marcado pelos avanços tecnológicos, ao mesmo tempo em que interage com figuras clássicas do universo do circo, como o mágico, o malabarista e o homem mais forte do mundo.


Memórias e saudade

 

Após mais de duas décadas de relação com a palhaçaria, Ikier considera “A fotografia” seu primeiro trabalho solo.


“Depois da pandemia, senti enorme vontade de criar um espetáculo de rua, estar em contato direto com as pessoas. Quando terminou o período de isolamento, peguei um pouco dessa pesquisa das máscaras, da palhaçaria e das memórias que tenho do circo. A partir desse mote, resolvi utilizar a parte técnica da palhaçaria para contar uma história que resgata a memória e a saudade da imagem do circo tradicional”, revela o artista.

 


Sob a direção de Ronaldo Aguiar, Ricardo Ikier encontrou nos adereços de seu estudo a oportunidade de encarnar diversos personagens que gostaria de acrescentar à sua história, com nacionalidades e idades diferentes.


Segundo ele, a direção de Aguiar o instigou a buscar sua singularidade na própria arte, guiando, a partir do apresentado, as criações que podem emergir.

 


Cultura popular


Por serem forte símbolo da cultura popular brasileira, as máscaras são uma paixão de longa data de Ikier.


Durante sua carreira, ele desenvolveu uma coleção desses adereços, confeccionados por ele ou adquiridos de outros artistas. No espetáculo, um dos ornamentos foi feito pelo próprio ator, outro pelo mascareiro Fernando Linari, de Belo Horizonte, e dois vieram da Ilha de Bali, na Indonésia, onde a tradição do teatro de máscaras é especialmente rica.


Com este solo, Ikier sintetiza anos de pesquisa e vivência artística, destacando que a união de linguagens diferencia seu trabalho de outras palhaçarias.


“Não é tão comum misturar essas linguagens, apesar de serem irmãs”, comenta o artista. “O espetáculo marca a maneira como eu, pesquisador e colecionador, posso estabelecer essa arte. A máscara permite a profusão de personagens dentro de um mesmo espetáculo, ela deixa o ator explorar naturezas diversas e, com a pluralidade da peça, elas são a inspiração para construir cada caráter”, conclui Ikier.



 

 

“A FOTOGRAFIA”


Espetáculo de Ricardo Ikier. Direção: Ronaldo Aguiar. Estreia neste sábado (23/11), às 11h, no Parque Municipal, em frente ao Teatro Francisco Nunes (Av. Afonso Pena, 1.377 – Centro). Domingo (24/11), às 11h, na Praça Duque de Caxias, no Bairro Santa Tereza. Acesso gratuito. Informações e programação completa em @ricardo.ikier.

 

* Estagiária sob supervisão da subeditora Tetê Monteiro 

 

OUTROS ESPETÁCULOS


>>> “O cabaré da Rita”

Desta sexta (22/11) a domingo (24/11), a Casa Circo Gamarra (Rua Conselheiro Rocha, 1.513, Vila Dias) recebe “O cabaré da Rita – Eterno etéreo”. O evento é resultado da terceira edição do Núcleo Cênico, laboratório de criação coletiva comandado por Rita Maria, que busca promover o aprendizado e o desenvolvimento artístico. Com abertura às 19h e início das apresentações cênicas às 20h, o evento inclui comidas, bebidas e muita música. Classificação: 18 anos. Entrada gratuita.

 


>>> Grupo Galpão em Nova Lima

O Grupo Galpão apresenta neste domingo (24/11), às 19h, o espetáculo “De tempo somos – Um sarau do Grupo Galpão”, no Teatro Municipal Manoel Franzen de Lima (Praça Bernardino de Lima, Centro de Nova Lima). Com direção de Lydia Del Picchia e Simone Ordones, o sarau poético musical reúne 25 canções do repertório da companhia mineira, como as trilhas das peças “Corra enquanto é tempo” (1988) e “Álbum de família” (1990). Entrada gratuita.