O monólogo “Antes que seja tarde”, inspirado no livro “Cuide dos pais antes que seja tarde”, de Fabrício Carpinejar, será apresentado nesta sexta-feira (22/11), às 20h, no Centro Cultural Unimed-BH Minas. Com direção de Delson Antunes e adaptação dramatúrgica de Antônio Januzelli e Rodolfo Amorim, a carioca Vania de Brito traz ao palco reflexões e memórias do autor gaúcho. A atriz, que também assina a produção da peça, se inspirou na própria experiência com a mãe, hoje com 93 anos.
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“Alguns filhos acham que quando chegam aos 80, os pais não têm direito a nada, só de ficarem em uma cadeira vendo o tempo passar. Sou contra isso, pois o idoso precisa de pontes e não de muros. Além disso, a vida continua até quando Deus quiser. A oportunidade, às vezes, de cuidar de um pai doente é uma oportunidade de se preparar para a sua velhice, para que seus filhos o tratem melhor. E também para que você perceba que pode melhorar humanamente e fisicamente”, afirma Vania.
A atriz afirma que após a apresentação de “Antes que seja tarde”, costuma abrir um debate para discutir o assunto, que ela mesmo intitula como “sofá da sala”. “A gente perdeu o hábito do sofá da sala, as pessoas hoje se isolam nos quartos e com fones de ouvido na sua solidão.”
Vania conta que o público se emociona durante o debate do “sofá da sala”. “Aproveito para contar um pouco da minha história, contar um pouco da história da peça, ouvir histórias. Nos locais onde apresento esse espetáculo, sempre convido um padre, uma personalidade ou ator. No meu Instagram, tem vários depoimentos de pessoas arrependidas ou melancólicas por causa do tempo que não tiveram com os pais. Por procrastinar uma presença, um telefonema, um encontro...”
Vania explica como trabalhou com as 112 páginas do livro de Fabrício Carpinejar: "Adaptei para 20 páginas, contando essa história, da infância até a velhice dos pais. O espetáculo é muito legal, porque deixa uma mensagem sublime, positiva e mostra que ainda dá tempo de muita gente consertar suas relações.”
A trilha sonora ficou a cargo de Beatriz Parisi de Pinheiro. “São músicas autorais tocadas com banjo, uma coisa linda”, diz Vania.
Resiliência e perdão
“Antes que seja tarde” ficou em cartaz por um ano no Rio de Janeiro. De lá, a atriz passou por Niterói (RJ) e São José dos Campos (SP). Agora é a vez de BH. “Quero falar sobre resiliência, sobre empatia, sobre perdão. Carpinejar diz: ‘Nossos pais arqueiam as costas para se tornarem os nossos bebês.’”
Vania dá um spoiler da peça: “No final do espetáculo, leio uma carta escrita pelo Carpinejar, que tem alma feminina. Ele diz: ‘Obrigado, mãe, por ter viajado de férias com meu pai para namorar, pois foi o tempo que tive para desfrutar da companhia dos meus avós’”.
“ANTES QUE SEJA TARDE”
Nesta sexta-feira (22/11), às 20h, no Teatro do Centro Cultural Unimed-BH Minas (Rua da Bahia, 2.244 – Lourdes). Ingressos: R$ 120 (inteira) e R$ 60 (meia), à venda na plataforma Sympla e na bilheteria local. Informações: (31) 3516-1360.
OUTRAS PEÇAS
>>> “Teatro decomposto”
A Cia Dois em Um apresenta neste sábado (23/11) e domingo (24/11), às 20h, na Casa da Voz (Rua Raul Pompeia, 111 – São Pedro), a peça “Teatro Decomposto”. O espetáculo solo do ator e diretor Dê Jota Torres foi criado a partir da obra do autor romeno Matéi Visniec. Publicado originalmente em francês, o texto de Visniec propõe ao diretor que pretende encená-lo uma única regra: liberdade absoluta. Ingressos: R$ 50 (inteira) e R$ 25 (meia), à venda pela plataforma Sympla.
>>> “O amor possível”
O grupo de teatro Diadokai encena “O amor possível” nesta sexta (22/11) e sábado (23/11), às 19h, e domingo (24/11), às 18h, no Galpão Cine Horto (Rua Pitangui, 3.613, Horto). A adaptação de Priscila Duarte e François Kahn se inspirou no romance “A caverna”, de José Saramago. Priscilla atua no monólogo e divide a direção com Ricardo Gomes. Ingressos: R$ 30 (inteira) e R$ 15 (meia), à venda na bilheteria local e pela plataforma Sympla.