Hello Kitty, a adorável e enigmática personagem que adorna quase tudo, de bolsas a panelas de arroz, completa 50 anos nesta sexta-feira (1º/11) e continua a gerar milhões de dólares para seus criadores japoneses.

 

 


O design simples da personagem (que não é um gato, mas uma garotinha de Londres, de acordo com a Sanrio, a empresa que A criou) tem o potencial de continuar gerando dinheiro nos próximos anos, dizem os especialistas.

 



 


Uma mulher da Califórnia tem tantos produtos da Hello Kitty que seu marido construiu um galpão rosa para armazená-los. Dentro dele há milhares de brinquedos e outros itens com a Kitty e seu laço vermelho brilhante, incluindo fileiras de óculos de sol e uma cadeira giratória.

 


“As pessoas da minha idade dizem: 'Hello Kitty é para crianças pequenas', e eu rio disso”, disse Helen, de Riverside, Califórnia. Ela diz ter “50 e poucos” anos de idade.

 


Helen, cujo carro também é decorado com a Hello Kitty, dirige o fã-clube do Sul da Califórnia, Hello Kitty SoCal Babes. Ela é obcecada pela personagem desde que ela apareceu pela primeira vez nos Estados Unidos, na década de 1970. Sua vasta coleção de bichinhos de pelúcia da Hello Kitty “a aquece” e ela passa horas com eles, diz ela. Eles “curam algo em minha criança interior”, acrescenta.


Longa e parque temático

 

Hello Kitty começou como uma ilustração em uma carteira de vinil. Desde então, ela apareceu em dezenas de milhares de produtos – oficiais e não oficiais –, incluindo colaborações com a Adidas, Balenciaga e outras grandes marcas.

 

 


O fenômeno não dá sinais de parar, com um filme da Warner Bros. em andamento e um novo parque temático da Hello Kitty a ser inaugurado no próximo ano na ilha tropical chinesa de Hainan.

 


O preço das ações da Sanrio aumentou sete vezes, elevando sua capitalização de mercado para mais de 1 trilhão de ienes (US$ 6,8 bilhões) desde que seu jovem CEO, Tomokuni Tsuji, substituiu o avô em 2020.

 


“Seria absurdamente cínico dizer que não precisamos dessas coisas macias, felpudas e cor-de-rosa”, disse Christine R. Yano, da Universidade do Havaí. “Dada a natureza preocupante de nossa vida contemporânea, talvez precisemos delas mais do que nunca. Esse fenômeno não está morto e não morrerá, pelo menos a curto prazo”, completou a autora do livro “Pink globalization”, que trata sobre a Hello Kitty.

 


Ao contrário de outros produtos culturais japoneses, como Pokémon ou Dragon Ball, há uma narrativa mínima em torno da personagem, cujo nome completo é Kitty White.

 

 


Algumas feministas afirmam que a falta de boca da Hello Kitty é símbolo de desempoderamento, mas Yuko Akiyama, chefe global de gerenciamento de marca da Sanrio, diz que essa característica significa que a personagem pode “refletir” diferentes emoções. “Se você está triste, a Hello Kitty o conforta. Se estiver feliz, a Hello Kitty compartilha sua alegria”, afirmou Akiyama.

 


Entre as celebridades fãs da Hello Kitty estão Lady Gaga, Nicki Minaj e Katy Perry. Até mesmo o rei Charles desejou a ela um feliz aniversário este ano.

 


A conta da Hello Kitty no TikTok – cuja biografia a identifica como a “CEO of supercute” – apresenta memes sarcásticos e imagens do Hello Kitty Day em jogos de beisebol nos EUA que encantam seus 3,5 milhões de seguidores.

 


Hello Kitty é o símbolo do “kawaii” japonês, um adjetivo que significa “fofo” ou “bonito” – e se tornou uma ferramenta do “soft power” japonês, sendo a mascote de uma campanha que promove a etiqueta turística em Tóquio.

 


A Sanrio tem direitos autorais de centenas de outros personagens populares, e Hello Kitty responde por 30% de seus lucros, em comparação aos 75% há uma década.

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