"O que fica de nós mesmos" é um espetáculo tocante apresentado pelo Grupo Rapa de Tacho, formado por quatro ex-alunos do curso técnico de teatro do Centro de Formação Artística e Tecnológica (Cefart) – Maria Carolina Vieira, Glauco Gomes, Sangô e Lucas Matias. A peça tem direção de Eduardo Moreira e Leonardo Rocha, dos grupos Galpão e Maria Cutia, respectivamente.
O espetáculo é uma das atrações do Festival Aviva Cultura, que chega a Belo Horizonte pela primeira vez nesta quinta-feira (7/11) e se estende até sábado (9/11). Iniciado em São Paulo em 2019, o evento tem percorrido diversas cidades brasileiras e vem à capital mineira devido à parceria com a Secretaria Municipal de Cultura de Belo Horizonte.
“Começamos esse projeto para auxiliar pequenas cidades no desenvolvimento cultural e artístico. O projeto não é só de apresentações, a gente também tem articulação com as escolas públicas e instituições sociais para cumprir um papel social na comunidade. É um festival próximo do público. Afinal, os artistas que estão participando são locais e buscam essa troca”, explica Fabiano Moreira, idealizador do evento.
Em Belo Horizonte, as apresentações, exclusivamente de peças, acontecerão no Teatro Raul Belém Machado. Com capacidade para 160 pessoas, o local proporciona experiência intimista e aproxima o público dos artistas.
Conexão com o público
Para o Grupo Rapa de Tacho, que sobe ao palco do Raul Belém Machado na sexta-feira (8/11), às 20h, essa proximidade é essencial. A trupe estreou “O que fica de nós mesmos” no Teatro João Ceschiatti do Palácio das Artes, onde a plateia está localizada também nas laterais do palco, reforçando a conexão com o espetáculo.
“A gente acredita que o caráter intimista potencializa o contato do público com a história e com os personagens. Para nós, é muito bom quando temos a oportunidade de ter o público mais perto”, afirma a atriz Maria Carolina Vieira.
De forma lúdica, o espetáculo aborda temas como perda e luto, com a combinação de atuação, teatro de bonecos e música ao vivo, acessível a todas as idades.
Adaptada do texto dos mexicanos Alejandro Ricaño e Sara Pinet e dirigida por Eduardo Moreira, a história gira em torno de Nata, jovem que, após ficar órfã, torna-se amargurada e decide se isolar.
Para ajudá-la, seu psicólogo sugere que adote um cachorro, Totó. Porém, na adolescência, durante o processo de cura, Nata acaba abandonando o animal – e a peça passa a explorar as desventuras desses dois personagens.
Com apenas quatro atores para interpretar 11 personagens, o grupo utiliza jogos de atuação do teatro, como mudanças sutis de figurino e posturas para diferenciar cada papel.
“Nós nos dividimos entre os personagens principais, com as duas mulheres revezando a Nata e os dois homens se alternando para o Totó. Isso cria dinâmica especial durante a apresentação, porque a história é contada por duas perspectivas e traz nuances únicas para o espectador. Nós estamos sempre caracterizados como os personagens principais, mas usamos acessórios simples para marcar as transições, o que enriquece a narrativa”, detalha Maria Carolina.
* Estagiária sob supervisão da subeditora Tetê Monteiro
FESTIVAL AVIVA CULTURA
Desta quinta (7/11) a sábado (9/11), no Teatro Raul Belém Machado/Espaço Cênico Yoshifumi Yagi (Rua Leonil Prata, s/nº – Alípio de Melo). Entrada gratuita, com retirada de ingressos pelo Sympla e na bilheteria local.
PROGRAMAÇÃO
Quinta-feira (7/11)
14h30: Cia Rosilda Figueiredo e Dário Marques – Ciranda de histórias, brincadeiras e canções
20h: Cia Makarios de Dança – “Reflexos: O outro do meu eu”
Sexta (8/11)
20h: Grupo Rapa de Tacho – “O que fica de nós mesmos”
Sábado (9/11)
15h30: Cia BeHoppers – “Lindy Hop com BeHoppers”
16h30: Cia Theaomai – “Idas e vindas” (esgotado)
19h30: Cia Produções Suspeitas – “Suspeitos, um crime improvisado”