Nelson Motta, jornalista, produtor e dono de uma das vidas mais bem vividas da música brasileira (basta ler os livros “Noites tropicais” e “De cu pra lua” para entender), chegou aos 80 anos no último 29 de outubro. Foram vários presentes e homenagens, o primeiro dele mesmo para o público.

 




Já está nas livrarias “Corações de papel” (Record), romance epistolar em que ele recupera uma história de 60 anos atrás. Entre 1964 e 1965, Nelson teve um romance com Ana Luisa, colega de faculdade. Trocaram várias cartas e a história não foi adiante. Só uma década atrás ele recebeu da própria (que havia se tornado escritora) as missivas, que permaneceram guardadas.

 

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Mais recentemente, Motta tomou coragem e foi mexer naquele material. Descobriu o jovem e apaixonado Nelson Candido revelando seu mundo na época, do cinema de Ingmar Bergman e Luchino Visconti, da música de João Gilberto e Nara Leão, da poesia de Carlos Drummond de Andrade e Manuel Bandeira. Complementou o livro com textos atuais que contextualizam não só o mundo lá fora, mas também o seu próprio da época.

 

 

Nelson Motta tem ainda uma coleção enorme (em torno de 300) de canções (ou versões) que fez com muita gente grande da música brasileira. Levantamento do Escritório Central de Arrecadação e Distribuição (Ecad) elencou as composições de autoria dele mais tocadas na última década.


O primeiro lugar vai para “Dancin’days” (Motta/Ruban), gravada pelo grupo As Frenéticas, que foi tema da abertura da novela homônima. Hit de Lulu Santos, “Como uma onda (zen-surfismo)” ficou em segundo lugar, seguida por “Bem que se quis” (versão para a música italiana de Pino Daniele), “Certas coisas” e “De repente, Califórnia” (ambas parcerias com Lulu Santos).


Presente

 

Já gravada por muita gente (Elza Soares, Leila Pinheiro, Caetano Veloso, Nelson Gonçalves, Wando e até Richard Clayderman), “Como uma onda” ganhou nova versão. Em homenagem aos 80 de Motta, Fernanda Takai lançou pela Deck o registro feito com o marido John Ulhoa no 128 Japs, estúdio que eles têm em sua casa, na Pampulha.

 

 

“É uma de suas canções mais emblemáticas, marcou uma geração e segue sendo um clássico de nossa música”, disse Fernanda. John gravou todos os instrumentos (guitarra, violão, baixo, teclados e programações) e o clipe é assinado por Pedro Hansen, criado a partir de gravuras que representam o Rio de Janeiro (as ondas) e Minas Gerais (as montanhas). A inspiração veio da pintura japonesa “A grande onda de Kanagawa”, de Hokusai.


“CORAÇÕES DE PAPEL”
• Livro de Nelson Motta
• Record
• 160 páginas
• R$ 64,90
• R$ 39,90 (e-book)


“COMO UMA ONDA
(ZEN-SURFISMO)”
• Single de Fernanda Takai
• Deck
• Disponível nas plataformas digitais

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