Segundo pesquisa internacional, as mortes por câncer de próstata de forma global podem aumentar em 136,4% até 2050. No Brasil, o Instituto Nacional de Câncer (Inca) estima 71.730 novos casos da doença já em 2024. Mas a boa notícia é que, quando diagnosticado precocemente, as chances de cura ultrapassam 90%. Manter uma rotina de exames regulares e consultas médicas é fundamental para aumentar as chances de identificar a doença em seus estágios iniciais.


O problema é que os homens ainda têm dificuldade em praticar o autocuidado, incluindo a realização de exames de rastreamento e visitas frequentes ao urologista. Por isso, este mês de alerta é tão relevante, considerando que os casos de vários tipos de câncer e a mortalidade associada à doença devem aumentar significativamente entre o público masculino até 2050, de acordo com estudo da Escola de Saúde Pública da Faculdade de Medicina da Universidade de Queensland, publicado neste ano.


Entre os tipos de câncer com maior impacto está o de próstata, que apresenta uma previsão alarmante de aumento de 136,4% nos óbitos. No Brasil, os números também exigem atenção porque é o segundo tipo de tumor mais frequente entre os homens, abaixo apenas do câncer de pele não melanoma.
Domingo passado (3/11), recebi a notícia da morte de um amigo e ex-vizinho, Francisco, mas todo mundo o chamava de Chicão. Alto, lindo, atleta. Quando o conheci, eu tinha 24 anos, tinha acabado de me mudar para um prédio no Santo Antônio e ele já morava lá. Fizemos um grupo de amigos que levamos para a vida toda, até os que passamos anos sem encontrar. Ele era aventureiro. Fazia trail, andava de caiaque, malhava. Quem o visse, não dava a ele a idade que tinha. Ontem fiquei sabendo a causa da morte: câncer de próstata. Ele não gostava de ir a médicos e, quando viu, já estava com metástase em várias partes do corpo.


De acordo com Leonardo Lins, urologista da clínica Atma Soma, o câncer de próstata avança por causa da falta de atenção dos homens com a própria saúde. No entanto, aos poucos, essa realidade está mudando. "Comparado às gerações anteriores, hoje vemos uma maior conscientização sobre o autocuidado, a importância de exames regulares e visitas ao urologista. Ainda assim, muitos homens se sentem desconfortáveis com a rotina de rastreamento da doença, especialmente o exame de toque. Há alternativas para o diagnóstico, como a ressonância magnética em casos específicos, e o PSA, exame de sangue que mede os níveis do antígeno prostático específico", destaca.


Leonardo Lins destaca que o principal fator de risco para o câncer de próstata está ligado à genética e ao histórico familiar. A prevenção do câncer de próstata está relacionada ao estilo de vida. "É fundamental ter hábitos mais saudáveis, como uma alimentação equilibrada, prática regular de atividade física com progressão adequada para evitar a sarcopenia, redução de vícios como álcool e tabaco, e controle do estresse, entre outros. (Isabela Teixeira da Costa/Interina)

 

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