Com 28 anos de estrada, Natiruts está deixando os palcos. Nesta sexta-feira (15/11), a despedida será em Belo Horizonte, na Esplanada do Mineirão. Alexandre Carlo e Luís Maurício, fundadores da banda, garantem que realmente chegou a hora certa de parar.


A turnê passa ainda por Belém (PA) e se encerra em Porto Alegre (RS). “Ela começou há cerca de cinco meses, quando tocamos em Brasília. Conseguimos levar cerca de 50 mil pessoas ao Mané Garrincha e foi maravilhoso”, diz o baixista Luís Maurício.

Pelé

A decisão é antiga, vem de antes da pandemia, conta ele. “A gente gosta muito de futebol, sempre citamos o exemplo de Pelé, que encerrou a carreira de uma forma bacana. Quando atingiu o auge, depois de ser tricampeão mundial, Pelé achou que estava na hora de parar e anunciou a retirada dos gramados. Achamos que também é a nossa hora”, afirma.


Foram 13 álbuns, duas indicações ao prêmio Grammy e turnês internacionais desde 1996, quando a banda surgiu em Brasília. “Chegamos à conclusão de que batemos no teto, dali para cima não havia para onde ir. Na realidade, quando você chega ao ápice, a tendência é cair. Antes disso, é melhor encerrar o ciclo”, comenta Luís.


O desgaste tem vários motivos. “A gente se cansa um pouco do compromisso da estrada, de estar sempre lançando álbum, sempre em busca de alguma coisa nova, do hit que vai tocar bastante. A pressão é muito grande”, comenta.
“Artisticamente, de certa forma, a gente começou a se repetir”, admite. Quando lançaram o primeiro disco, Alexandre, Luís e companheiros se comprometeram a não repetir fórmulas. “O álbum de estreia foi bem reggae, raiz mesmo, nas batidas de Bob Marley. No segundo, a gente já flertou com a MPB, com harmonias mais rebuscadas. No terceiro, flertamos com o rock. A gente foi sempre buscando algo diferente, porém chegou uma hora em que não estava dando mais”, afirma.


Luís Maurício acha que a banda criou o “estilo Natiruts” até vir o desgaste. “Artisticamente, a gente começou a chegar ao ponto em que não tínhamos muito mais a contribuir com coisas novas, a não ser que ficássemos nos repetindo. Muitos artistas se repetem artisticamente e está OK, respeito. Porém, para a nossa verdade, isso não estava funcionando.”


Ao falar sobre o futuro, o baixista revela que assumiu a presidência da Associação Brasileira de Cannabis e Cânhamo Industrial. “Venho fazendo um trabalho com a cannabis medicinal desde 2020. Há quatro anos me envolvi nesse propósito de vida. Passei a entender mais sobre pacientes da cannabis medicinal. Levantei a bandeira, virei ativista da causa. Encontrei um novo propósito e estou muito feliz.”
Segundo ele, a turnê de despedida da banda deve render material audiovisual. “Estamos documentando tudo, desde o primeiro show em Brasília.” Isso também ocorreu nos dois shows cariocas, no Engenhão, e nos quatro paulistanos, no Allianz Parque. “Para nós, é muito importante ter tudo documentado. É material para os fãs curtirem quando der saudade da banda”, garante o baixista.


“NATIRUTS”

Nesta sexta-feira (15/11), às 20h, na Esplanada do Mineirão (Avenida Presidente Carlos Luz, Bairro São Luiz). Pista/arquibancada: R$ 170 (inteira), R$ 102 (ingresso social) e R$ 85 (meia). Pista premium: R$ 340 (inteira), R$ 204 (ingresso social) e R$ 170 (meia). Vendas on-line na plataforma Eventim. Bilheteria oficial no Shopping 5ª Avenida (Rua Alagoas, 1.314, Savassi).



OUTRAS ATRAÇÕES


ACÉFALOS NO DISTRITAL
Formada por 19 músicos (oito deles dentistas), a banda Bebeto e Seus Acéfalos se apresenta nesta sexta-feira (15/11), às 21h, no Distrital do Cruzeiro (Rua Ouro Fino, 452, Cruzeiro). Além dos passinhos criados pelos “acéfalos”, o grupo faz releituras de sucessos de Fagner (“Borbulhas de amor”), Hyldon (“Casinha de Sapé”) e Lulu Santos (“Como uma onda”). Ingressos: R$ 50, à venda na plataforma Sympla.


SALGADINHO
O cantor e compositor Salgadinho será atração do tradicional Samba na Tenda, neste domingo (17/11), a partir das 13h, no estacionamento do Big Shopping (Avenida João César de Oliveira, 1.275, Contagem). O paulista começou sua carreira no Katinguelê, na década de 1990, banda que lançou clássicos do pagode. Entrada franca até as 15h. Depois, R$ 20 (primeiro lote). Ingressos à venda na plataforma Sympla.

TAMBOR NA PRAÇA

No domingo (17/11), Maurício Tizumba e Tambor Mineiro apresentam o tradicional projeto Tambor na Praça ao lado da convidada Elisa de Sena e do Bloco Saúde. Às 11h, na Praça da Saúde, no Bairro Grajaú. Entrada franca.

 

 

 

 

 

 

 

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