Em abril de 1959, correu a notícia de que Hilda Gualtieri Von Echveger, moça bonita que chamava atenção à beira da piscina olímpica do Minas Tênis Clube pelo seu maiô dourado, havia deixado a casa da família para viver no Maravilhoso Hotel, na Rua Guaicurus, zona boêmia de BH. Todos que ouviam a curiosa história só podiam se perguntar: “Por quê?”

 




A partir desta premissa, o jornalista e escritor mineiro Roberto Drummond escreveu, em 1991, “Hilda Furacão”, livro que virou minissérie homônima da Globo.

 

Siga nosso canal no WhatsApp e receba em primeira mão notícias relevantes para o seu dia

 

A história da socialite que escandalizou a conservadora sociedade mineira por escolher trabalhar como prostituta, ganha nova versão em forma de ópera.

 

 

Com adaptação e música original de Tim Rescala, a Orquestra Ouro Preto, sob regência do maestro Rodrigo Toffolo, apresenta “Hilda Furacão, a ópera” nesta quinta-feira (21/11) e sexta (22/11), no Palácio das Artes. No palco, a mezzo-soprano Carla Rizzi interpreta a emblemática protagonista.


“A estrutura narrativa de ‘Hilda Furacão’ é interessante para a feitura de uma ópera. Primeiro porque o autor, Roberto Drummond, também é personagem”, conta o compositor carioca Tim Rescala.

 

 

Na obra que mistura realidade e ficção, Roberto Drummond é narrador e personagem. Antes muito admirada por sua beleza e origem abastada, Hilda é alvo de escrutínio dos mais conservadores, representados no livro pela Liga de Defesa da Moral e dos Bons Costumes.

 

Bossa Niva, boleros e big bands

 

Em 2022, o compositor carioca participou da montagem “Auto da Compadecida, a ópera”, também da Orquestra Ouro Preto. Em “Hilda Furacão”, assim como na adaptação da obra de Ariano Suassuna, Rescala busca resgatar e valorizar o aspecto popular da ópera. “Integrei elementos da música popular mundial para retratar fielmente os anos 1950 e 1960, período em que a Bossa Nova estava surgindo. Era também o momento dos boleros e das big bands. Procurei absorver tudo isso, o que, em termos de ópera, não é usual.” 

 

* Estagiária sob supervisão da subeditora Tetê Monteiro

 

“HILDA FURACÃO, A ÓPERA”

Com Orquestra Ouro Preto. Regência: Rodrigo Toffolo. Composição: Tim Rescala. Direção cênica: Julliano Mendes. Nesta quinta-feira e sexta (20 e 21/11), às 20h, no Grande Teatro Cemig Palácio das Artes (Avenida Afonso Pena, 1.537 – Centro). Ingressos, a inteira: R$ 80 (plateia 1); R$ 60 (plateia 2); R$ 40 (plateia superior), à venda na bilheteria local e pelo Eventim.


Palestra na AMM


Quem foi Hilda Furacão? Ela existiu? Sim, Hilda viveu. Tornou-se a paixão de Paulo Valentim, jogador do Atlético e Boca Juniors, da Argentina, onde foi ídolo. Essa história será contada hoje (21/11), a partir de 16h, no auditório Academia Mineira de Medicina –AMM (Av. João Pinheiro, 161 – Centro), pelo jornalista Ivan Drummond, que encontrou Hilda, num asilo de Buenos Aires, em 2014. A descoberta do repórter estampou uma série de reportagens no Estado de Minas, premiada como melhor reportagem de cultura, em 2015. A palestra tem entrada franca.

 

compartilhe