Em 2021, o diretor Denis Villeneuve levou aos cinemas a primeira parte da trilogia “Duna”, baseada na aclamada saga de ficção científica de Frank Herbert, publicada em 1965. Ambientada em um futuro distante, a história ocorre em um império intergaláctico de estrutura feudal, onde cada planeta é governado por uma Casa nobre subordinada à casta imperial da Casa Corrino.

 




O protagonista, Paul Atreides (Timothée Chalamet), é o herdeiro da Casa Atreides, que assume o controle do planeta desértico Arrakis, única fonte da valiosa especiaria melange. Após a morte de seu pai pelos exércitos da rival Casa Harkonnen, Paul foge para o deserto com sua mãe, Lady Jessica (Rebecca Ferguson), integrante da poderosa Irmandade Bene Gesserit, iniciando sua épica jornada.

 


A nova série da HBO, “Duna: A profecia”, explora, ao longo de seis episódios, a origem desta Irmandade. Na obra original, as Bene Gesserit são um grupo secreto de mulheres com habilidades extraordinárias, capazes de detectar mentiras, manipular pessoas pela voz e determinar profecias. Atuando como conselheiras das Casas nobres, elas manipulam as estruturas de poder do Império sem que os líderes percebam.


Para os espectadores que ainda não conhecem o universo de “Duna”, esses conceitos básicos são suficientes para compreender a trama da série, que se aprofunda em novos eventos situados milhares de anos antes da saga principal.

 


No episódio de estreia, dirigido por Anna Foerster, a produção acompanha Valya Harkonnen (Jessica Barden), jovem que ingressa na seita sob a orientação da Madre Superiora. Valya adota fielmente os ideais da líder, que acredita que os humanos, cegos pela ganância, são incapazes de se autogovernar.

 


Em seu leito de morte, a Madre tem uma visão sombria sobre o futuro da Irmandade, profetizando que um momento de julgamento se aproxima, e uma figura misteriosa, chamada Tiran-Arafel, as condenará. Valya é quem assume o comando do grupo após a morte da Madre e a narrativa avança 30 anos, mantendo a ambientação mais de 10 mil anos antes do nascimento de Paul Atreides.

 


Nesse cenário as histórias da escola da Irmandade e a da Casa do Imperador Corrino, em Arrakis, se entrelaçam.

 


A princesa Corrino, Ynez (Sarah-Sophie Boussnina), está prestes a se casar com o jovem herdeiro da Casa Richesse (Charlie Hodson-Prior), em uma aliança que atende a interesses ocultos de ambos os lados. Ynez também está próxima de se tornar a própria Verdavidente, com a ajuda da Irmandade, e ser capaz de assumir o controle do Império.

 


Paralelamente, a série aborda os avanços das Bene Gesserit durante o período de comando de Valya, agora interpretada por Emily Watson. Seu maior orgulho é ter a Irmã Kasha (Jihae) como conselheira do Imperador Corrino (Mark Strong). Kasha, no entanto, tem uma visão aterradora sobre a profecia do grupo, o que a obriga a retornar à escola.

 


Por enquanto, o destino da Irmandade parece estar ligado ao enigmático soldado do Imperador Desmond Hart (Travis Fimmel). Ele afirma ter sido ressuscitado após ser devorado por um Verme de Areia, a famosa criatura do deserto de Arrakis. Nos dois episódios lançados até agora, Desmond jurou uma mortal lealdade à Casa Corrino e demonstrou sua audácia ao enfrentar Valya.

 


Mantendo a estética dos filmes, a série expande o universo de “Duna” ao explorar com mais profundidade os complexos esquemas sociopolíticos do Império, tendendo a abordar também uma revolta popular. Nos episódios futuros, será interessante observar como as Bene Gesserit, tão sedentas pelo poder quanto os homens que criticam, irão reagir quando seu sorrateiro governo começar a ser ameaçado.

 


“DUNA: A PROFECIA”
• Episódios 1 e 2 já disponíveis no streaming Max. Próximos quatro capítulos serão exibidos semanalmente, aos domingos, no canal HBO, às 23h, e estarão posteriormente disponíveis no Max.


*Estagiária sob supervisão da editora Silvana Arantes

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