Paulo Braga e Letícia Sabatella consolidam a parceria que começou com

Paulo Braga e Letícia Sabatella consolidam a parceria que começou com "Geni e o zepelim", clássico de Chico Buarque

crédito: Flávia Canavarro/divulgação

 

 

Quando esteve em Belo Horizonte com a peça “Ilíada”, de Homero, ao lado de Daniel Dantas, apresentando-se no Teatro Feluma, Letícia Sabatella ficou encantada com aquele espaço. Por essa razão, a atriz e cantora se sente feliz com o convite para fazer o show que comemora os cinco anos do equipamento cultural localizado no prédio da Faculdade de Ciências Médicas.

 


 

Acompanhada pelo pianista Paulo Braga, Letícia volta a BH para duas apresentações pensadas especialmente para a ocasião, neste sábado (7/12), às 20h, e domingo (8/12), às 11h. O show é inédito, mas remonta a 2011, quando ela, convidada para o espetáculo “Alma boa de lugar nenhum”, de Carlos Careqa, conheceu Braga.

 

 

Letícia revela que uma canção em particular, de Chico Buarque, foi responsável por estabelecer a sintonia fina entre os dois. “Falei com Carlos que queria fazer uma versão de 'Geni e o zepelim' para homenagear Brecht, mas ele ficou reticente, dizendo que era muito comprida. Insisti, falei que tinha um jeito mais dinâmico de fazer. Comecei a cantar e o Paulo começou me acompanhar de um jeito maravilhoso. Isso virou a versão que viralizou muito”, diz, chamando a atenção para o fato de que se tratava de interpretação bastante teatral.

 


O êxito daquela versão estimulou a dupla a experimentar outras músicas, como “Retrato em branco e preto” (Chico Buarque e Tom Jobim) e “A rã” (João Donato e Caetano Veloso), no mesmo formato e com a mesma pegada.

 


Letícia não economiza elogios a Braga. “Ele é um pianista muito generoso e muito completo, grandioso, capaz de transformar tudo num grande concerto, de maneira acessível a qualquer ouvido, do mais popular ao mais erudito”, destaca.

 


A admiração rendeu frutos. Quando concebeu o espetáculo “Caravana tonteria”, em meados da década passada, ela fez questão de que o pianista participasse. Inicialmente mais teatralizada, a montagem, com o tempo, foi ganhando o formato de show mais convencional, com canções de Chico Buarque, Caetano Veloso e também da lavra da própria Letícia, como “Cabia-me” e “Tonteria”.

 

 


Depois desses encontros coletivos, ela finalmente estreou a sós com o pianista no primeiro semestre deste ano, com o show “Por elas”, idealizado por ocasião do Dia Internacional da Mulher. O repertório incluía músicas famosas nas vozes de Marisa Monte, Amy Winehouse, Cássia Eller, Maria Bethânia e Piaf – que Letícia havia interpretado no espetáculo “A vida em vermelho: Piaf e Brecht”, em 2018. Todo esse percurso ao lado de Braga dá pistas do que o público vai conferir no Teatro Feluma.

 


“É um show diferente do 'Por elas', embora o formato voz e piano se repita e a gente preserve algumas coisas daquele repertório, como Piaf. Também tem canções que já fizemos em outros momentos, um pouco de Caetano, um pouco de Chico – a versão de 'Geni e o zepelim' que surgiu comigo e com o Paulo. É lógico que, indo para Minas, vamos homenagear Milton Nascimento”, diz.

 

 


Para Letícia, “Voz & piano” sela em definitivo sua parceria com Paulo Braga. “A cada apresentação, vamos pegando coisas novas, experimentando e ampliando o nosso encontro musical. Cantar com Paulo Braga ao piano é para sempre, com certeza. Ele foi fundamental para a redescoberta do meu lado musical, anos atrás. É muito legal, pois o que eu propuser de interpretação, ele segura. Ele é um grande esteio para a minha desenvoltura musical”, ressalta.


Novelas e palco

 

Como atriz, Letícia Sabatella tem o talento reconhecido desde o início dos anos 1990, quando participou, com destaque, de novelas como “O dono do mundo” (Globo). Investindo mais na música a partir de 2011, ela não faz distinção entre as duas frentes de expressão.

 


“Para mim, tudo é música. Não sinto falta de cantar quando estou no cinema ou no teatro, porque atuação tem algo de rítmico e, portanto, musical. Quando estou cantando, o que tem ali é uma intérprete, então também não sinto falta de atuar. Esta Letícia que se formou um pouco na dança, um pouco no canto e um pouco no teatro é intérprete em qualquer circunstância”, conclui.

 


“VOZ & PIANO”


Com Letícia Sabatella e Paulo Braga. Sábado (7/12), às 20h, e domingo (8/12), às 11h, no Teatro Feluma (Alameda Ezequiel Dias, 275, 7º andar, Centro). Ingressos: R$ 100 (inteira) e R$ 50 (meia), à venda na plataforma Sympla.

 

 

OUTRAS ATRAÇÕES


>>> INVASÃO DE BUFONAS

Um bando de bufonas expulsas de seu lugar de origem invade a cidade. Essa é a premissa do espetáculo “Bufona's”, com direção da atriz Joyce Malta, que estreia neste sábado (7/12) e domingo (8/12), e também nos próximos dias 14 e 15, em três regionais de BH. Resultado do laboratório continuado de bufonaria desenvolvido no segundo semestre deste ano, a peça envolve nove artistas selecionadas. Neste fim de semana, sessões ocorrerão às 17h, na Rua Flor de Júpiter, 47, Bairro Liberdade, com acesso gratuito.

 


>>> “NUNCA FUI SANTA”

O ator Othon Valgas estrela a comédia “Nunca fui santa”, atração de sábado (7/12), às 20h30, e domingo (8/12), às 19h, no Teatro de Câmara do Cine Theatro Brasil Vallourec (Praça Sete, Centro). Escrita por Anderson Malta, a peça traz Madre Tereza, que Valgas interpreta há mais de 20 anos no espetáculo “Santinhas do pau oco”. Ingressos a R$ 50 (inteira) e R$ 25 (meia).

 


>>> SAMBA BELÔ

Domingo (8/12), o Centro Cultural Padre Eustáquio (Rua Jacutinga, 550, Padre Eustáquio) recebe o 3º Samba Belô: Especial de Natal, das 10h às 20h. O evento gratuito celebra a Semana Nacional do Samba com roda feminina liderada por Luciene Gomes, Dóris do Samba, Ana Proença e Selminha BH. A programação inclui chegada de Papai Noel, vila gastronômica e espaço kids, além de campanha para arrecadar brinquedos, fraldas e leite para creches. É necessária a retirada de ingressos na Sympla.


>>> CENA 3 X 4

O projeto Cena 3x4 encerra sua programação do ano nesta sexta-feira (6/12), com o espetáculo “Antes ele do que eu!”, com os coletivos Cia. El Indivíduo e Caras Pintadas. Na peça, palhaço carrega baú com memórias de um circo decadente do sertão. Às 14h, no Centro Cultural São Bernardo (Rua Edna Quintel, 320, São Bernardo), com entrada franca.