Aos 88 anos, Jorge Gerdau afirma querer continuar contribuindo para a construção do país, para

Aos 88 anos, Jorge Gerdau afirma querer continuar contribuindo para a construção do país, para "não ter tempo de envelhecer"

crédito: Mario Castelo/divulgação

 


No clássico “O mágico de Oz”, o personagem Homem de Lata empreende uma jornada em busca de um coração para preencher seu vazio corpo de metal e encontrar o amor.

 

Assim como o personagem de L. Frank Baum, o homem do aço brasileiro transformou sua jornada de busca, não por um coração – pois sempre possuiu um –, mas por valores, conceitos e princípios que nortearam sua trajetória de sucesso nos negócios e de presença forte na história recente do país.

 


Em “A busca: Os aprendizados de uma jornada de inquietações e realizações”, Jorge Gerdau Johannpeter descreve sua trajetória do início profissional, no Rio Grande do Sul, aos dias de hoje.

 


Aos 88 anos, o empresário que, junto com os irmãos, transformou a empresa da família em um dos maiores conglomerados de produção de aço no mundo mostra um lado pouco conhecido do grande público. Visto como racional e enérgico, Jorge Gerdau se mostra no livro um homem espiritualizado, que busca transmitir aos leitores os conceitos e aprendizados não como um guia de autoajuda, mas como ensinamentos de quem faz da vida uma busca constante para se aprimorar e ser melhor.

 


“Quem se acostumou a buscar não para de buscar e ela vem de dentro do meu perfil histórico, que é uma certa curiosidade, uma inquietação de buscar caminhos”, afirma ele sobre o livro, que terá lançamento nesta quinta-feira (12/12) em Belo Horizonte.

 


Sem a pretensão de ser uma biografia, o livro expõe a vida do autor, passando pela juventude forjada em diversos cargos na empresa da família – cuidou dos recursos humanos e do setor financeiro, até se tornar presidente da companhia criada pelo avô João Gerdau.

 


Responsabilidades

“Assumi a responsabilidade do planejamento estratégico, do RH e das relações institucionais”, diz o empresário, que começou a trabalhar aos 16 anos. Gerdau afirma que a visão do planejamento estratégico, em busca do que havia de melhor no mundo, o cuidado com as pessoas e com o relacionamento institucional foram fundamentais para dimensionar seu perfil profissional e pessoal.

 


Norteando a narrativa por 23 palavras carregadas de conceitos, Jorge Gerdau mostra um entrelaçamento entre a vida profissional e pessoal impregnado de emoção nos seus momentos corporativos e institucionais, dos quais fala com entusiasmo juvenil. Um entusiasmo que o levou a participar ativamente de momentos importantes para o país, como a privatização do setor siderúrgico nacional.

 


Emocionado ao se lembrar desse período histórico, Jorge Gerdau afirma que o grande desafio foi transformar empresas que funcionavam como estatais em siderúrgicas privadas com padrão de excelência gerencial e operacional.

 


Privatização

“Esse processo de privatização foi um capítulo no qual se saiu de conceitos teóricos para um trabalho de realização pessoal”, diz o empresário. Para ele, esse foi um momento de evolução do país, da empresa, da família e dos colaboradores.

 


O envolvimento em questões sociais e institucionais fez parte da trajetória do empresário, como a participação na formulação e na implementação do Movimento Brasil Competitivo, para aproximar Estado e iniciativa privada na busca de aprimoramentos e eficiência das empresas brasileiras.

 


Também participou de forma ativa na instituição da ONG Todos pela Educação, criada para envolver a sociedade civil na melhoria da qualidade da educação básica. “Pelo trato dos assuntos institucionais e pelo estilo de educação de vida, esse processo se construiu com absoluta naturalidade”, afirma o empresário.

 


Com o desejo de transmitir conhecimentos e conceitos de vida que possam impactar os leitores, Jorge Gerdau dedica a última parte do livro para pontuar conceitos, palavras e pensamentos que “apanhou” ao longo da sua jornada de “curioso inquieto”, como ele próprio se define.

 


Uma lista que começa com a palavra “respeito”, marca da sua carreira, e termina com a palavra “amor”, o seu lado pessoal. “Você tem que respeitar as pequenas coisas e as grandes coisas. Respeitar o próximo, os colegas, os valores e a política. O outro ponto é que o sucesso passa pela dimensão do amor que você coloca no que faz. Se fizer com amor, pode estar quase certo de que será vitorioso”, afirma.

 


De coração aberto, o curioso e inquieto Jorge Gerdau revela o sentido da sua busca: “Tenho um amor por este país incrível, porque tem essa possibilidade de trabalhar, de construir, de sofrer, de tentar resolver e de continuar participando.Tenho muita gratidão de ter tido essa oportunidade de participar dessa construção.”

 


E garante ainda ter fôlego para continuar buscando. “Continuo profundamente motivado na busca de continuar ajudando a construir. Para não ter tempo de envelhecer.”

 


“A BUSCA: OS APRENDIZADOS DE UMA JORNADA DE INQUIETAÇÕES E REALIZAÇÕES”
• Jorge Gerdau
• Citadel Grupo Editorial (176 págs.)
• R$ 62,90


• Lançamento em Belo Horizonte nesta quinta-feira (12/12), às 19h, no Museu das Minas e do Metal, na Praça da Liberdade. Entrada franca.