O quarteto Ora Pro Nóbis é de Poços de Caldas e faz sua estreia em Belo Horizonte, com a apresentação de hoje -  (crédito: JOHN MEIRA/DIVULGAÇÃO)

O quarteto Ora Pro Nóbis é de Poços de Caldas e faz sua estreia em Belo Horizonte, com a apresentação de hoje

crédito: JOHN MEIRA/DIVULGAÇÃO

 

Cantores experientes, com formações diversas e carreiras individuais, Jucilene Buosi, Bomina Bouças, Wolf Borges e Newton Prado Júnior se uniram em torno de um projeto comum: o quarteto vocal Ora Pro Nóbis.

 


Criado há um ano, em Poços de Caldas, onde eles residem, o grupo faz neste domingo (15/12) sua estreia em Belo Horizonte. A apresentação, às 11h, no auditório do Museu Histórico Abílio Barreto, encerra a edição de 2024 do projeto Domingo no Museu, promovido pela Veredas Produções.

 


Acompanhados do violonista Renato Saldanha e do percussionista Serginho Silva, eles vão interpretar um repertório diverso, com canções de Milton Nascimento, Djavan, Al Jarreau, bem como músicas de Wolf Borges.

 


“Também vamos apresentar o ‘Hino à gratidão’, do Mário Lúcio, compositor de Cabo Verde. Ele próprio adaptou o arranjo vocal para a nossa realidade”, comenta Borges. Haverá ainda uma homenagem a Vander Lee (1966-2016), com “Onde Deus possa me ouvir”.

 


Viagem por estilos

Com 40 anos de carreira e oito álbuns autorais, Wolf Borges fala que sempre quis fazer um trabalho vocal. “O Brasil é muito rico nas tradições de grupos vocais, uma das escolas vem d’Os Cariocas e Boca Livre. Há muitos grupos identitários, como aqueles que nasceram dentro da bossa nova. O que a gente quer é viajar por vários estilos, ir da música erudita à caipira, do rock à música mineira, mostrando a diversidade da expressão vocal”, comenta ele.

 


O desafio, de acordo com Borges, é a timbragem. “Temos que unir elementos, construir a voz do próprio grupo. Há momentos solo de cada um de nós em que os outros apoiam com os vocais bem precisos.” Borges é tenor; Jucilene, soprano; Bomina, contralto; e Nilton, baixo barítono.

 


“Minha formação é lírica, só que escolhi não escolher entre o lírico e o popular, o que não é muito comum”, comenta Jucilene, paulista radicada em Minas Gerais. “A música brasileira é muito rica para que a gente não se deixe tomar por ela”, acrescenta. Já Bomina e Nilton vêm da noite, ela com intenso trabalho com bandas de baile e ele bem conhecido no Sul de Minas, com um trabalho voltado para o frevo.

 


O público que for ao show poderá também conferir a exposição “Generosa, Felicíssima e Nicolau: Nomes sem histórias e histórias sem nomes”, em cartaz no foyer do auditório. Tal espaço agora leva o nome dos três escravizados que viveram na antiga Fazenda do Leitão, onde desde 1943 está sediado o MHAB.

 


Com curadoria do padre Mauro Luiz da Silva, a exposição reúne acervos do Museu dos Quilombos e Favelas Urbanos (Muquifu) e do Abílio Barreto em torno dos três personagens que, apagados ao longo da história, estão sendo recuperados. 

 

 

DOMINGO NO MUSEU
Show com o quarteto Ora Pro Nóbis. Neste domingo (15/12), às 11h, no auditório do Museu Histórico Abílio Barreto (Avenida Prudente de Morais, 202, Cidade Jardim). Entrada franca. Ingressos devem ser retirados no Sympla ou na bilheteria local, uma hora antes da apresentação.