O regente e instrumentista Rossini Parucci, contrabaixista da Orquestra 
Filarmônica de Minas Gerais, regerá a Filarmônica amanhã e quarta-feira -  (crédito:  Alexandre Rezende/Divulgacao)

O regente e instrumentista Rossini Parucci, contrabaixista da Orquestra Filarmônica de Minas Gerais, regerá a Filarmônica amanhã e quarta-feira

crédito: Alexandre Rezende/Divulgacao

 

“É impossível que exista um ser humano que não conheça ‘Aleluia’”, comenta, com humor, Rossini Parucci, integrante da Orquestra Filarmônica de Minas Gerais. De fato, o movimento do final da segunda parte do oratório “O Messias” (1741) – não só a peça mais conhecida de Haendel, como também uma das mais importantes obras corais do barroco –, é reconhecível em qualquer lugar.

 


Criada pelo compositor alemão para a celebração da Páscoa de quase três séculos atrás, a peça tornou-se muito executada também no período natalino, justamente por seu tema, a vida de Jesus Cristo. Duas apresentações do oratório, nesta terça (17/12) e quarta (18/12), na Sala Minas Gerais, encerram o ano de 2024 da Filarmônica.

 


Ainda que seja uma obra muito popular, “O Messias” está sendo executada pela primeira vez pela orquestra mineira. Depois dos concertos desta semana, a Filarmônica retorna em 20 e 21 de fevereiro, com a “Nona Sinfonia”, de Beethoven, nas comemorações dos 10 anos da sala.

 


"Coração cheio"

“O Messias” apresenta 51 movimentos, divididos em três partes, que acompanham a jornada de Cristo: as profecias sobre o nascimento, a paixão e a ressurreição. “É para sair com o coração cheio para as festividades”, acrescenta Parucci.

 


O frequentador da Filarmônica está acostumado a vê-lo ao lado direito do palco, junto ao grupo de contrabaixos. Nesta semana, Parucci assume papel central com a Filarmônica, como regente convidado.

 


Haverá também quatro solistas, a soprano Marília Vargas, a mezzo-soprano Juliana Taino, o tenor Daniel Umbelino, o baixo Licio Bruno, além do Coro de Câmara Nacional, de 32 vozes. O grupo, que tem direção artística do próprio Parucci, faz sua estreia com “O Messias”.

 


Desde 2016 integrante da orquestra, o musicista paranaense de 43 anos desenvolve as duas carreiras dentro da música de concerto. É também diretor artístico e maestro titular da Orquestra Sinfônica da Universidade Estadual de Londrina.

 

“Comecei com o piano mas, na adolescência, quando passei a estudar composição e regência, meu professor sugeriu tocar um instrumento de orquestra, pois poderia aprender vendo outros maestros”, conta.

 


Foi desta maneira que o contrabaixo entrou na vida dele. Depois, se graduou em música na Arizona State University. Na temporada norte-americana, teve mais contato com regência. No retorno ao Brasil e já vivendo em Belo Horizonte, participou, em 2018, da 10ª edição do Laboratório de Regência da Filarmônica.

 


Foi nesta época que estreou como regente da orquestra mineira – oportunidade que repetiu algumas vezes, desde então. “É muito bom reger os amigos, pessoas com as quais você trabalha todos os dias. É muito mais fácil, mas a responsabilidade é maior, pois você tem que mostrar que merece estar ali na frente”, comenta Parucci, que vinha sugerindo a Fabio Mechetti, diretor artístico e regente da Filarmônica, a execução de “O Messias”.

 

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“Quando ele disse que iria fazer, nem sabia que me convidaria para reger”, diz ele, que escuta o oratório desde a infância, na companhia dos pais. “Fez parte do meu crescimento, e é uma peça que todo músico conhece e fica feliz de cruzar em algum momento.” 

 

ORQUESTRA FILARMÔNICA DE MINAS GERAIS
Concerto de Natal - “O Messias”, de Haendel. Terça (17/12) e quarta (18/12), às 20h30, na Sala Minas Gerais (Rua Tenente Brito Melo, 1.090, Barro Preto). Ingressos esgotados.