Sofia Freire, de 27 anos, cuida da própria carreira e diz que está à frente da

Sofia Freire, de 27 anos, cuida da própria carreira e diz que está à frente da "Eu mesma produções". Em março, ela vai se apresentar no Lollapalooza

crédito: Lua Olívo/divulgação

 

 

Cantora, compositora, instrumentista e faz-tudo (mesmo) dentro da música, a pernambucana Sofia Freire havia se apresentado uma só vez em Belo Horizonte. Foi em 2017, numa outra vida e em outro Brasil, comenta. Naquela época, ela tinha um álbum, “Garimpo” (2015). De volta nesta semana, a moça traz na bagagem seu terceiro disco, “Ponta da língua”.

 

 


Sofia Freire faz show gratuito no sábado (21/12) na comemoração dos 14 anos da Impressões de Minas. No espaço da editora, na Floresta, Sofia vai se apresentar ao lado de Miguel Mendes (sintetizadores) e Homero Basílio (bateria).

 

 

Com nove faixas, o disco foi composto (música e letra), gravado e produzido pela própria Sofia, de 27 anos. “Chamo de 'Eu mesma produções', pois sempre tive esse perfil de produzir e compor tudo. Antes, ficava trabalhando nas obras e depois levava para lapidar no estúdio, fazia a coprodução, tinha parcerias. Neste, não. Fui tudo, inclusive técnica de som”, comenta. No show, além das vozes, ela também estará à frente dos teclados.

 

 

“Ponta da língua” é álbum pop, cujo som traz algum experimentalismo, dark mas também etéreo em alguns momentos. Com sua voz doce, ela colaborou com outros bons nomes de Pernambuco – gravou com a banda Eddie e a cantora Flaira Ferro. No álbum, Sofia trata tanto de si quanto do mundo.

 

 

 

 

“Minha imaginação é mais fértil que semente”, ela canta de forma quase juvenil na faixa “Minha imaginação”. Soa densa logo depois (a referência clara é Björk), quando discute “buracos negros e a física dos pêndulos” em “Big bang”. Também foi atrás de suas leituras de Virginia Woolf para criar seu próprio “Orlando”.

 

 

A literatura, referência essencial na música de Sofia, vem de casa. Filha de poeta (Wilson Freire), irmã e prima de escritores (Clarice e Marcelino Freire, respectivamente), ela não tinha como fugir à origem.

 

“Meu pai é de São José do Egito, no sertão do Pajeú, que tem muita tradição de poesia. Quando era pequena, ele brincava de rimar. Eu tinha de completar um verso rimando. Daí ele foi me ensinando métrica, contagem de sílabas dentro da poesia, prosódia”, comenta.

 

 

Com a régua alta da literatura dentro de casa, Sofia não se atrevia muito a mostrar suas letras. “Só ao longo do tempo compreendi que teria a minha voz, a minha narrativa”, continua ela, que estudou piano na infância e adolescência. “Queria ser pianista clássica, intérprete de Chopin e Debussy, que estudei muito.”

 

Gostava da música, mas não das regras. “Tocava como achava que deveria ser, não como estava na partitura. Minha professora, Fabiana, nunca me tolheu. Pelo contrário, estimulou minha criatividade. Então, depois de um tempo entendi que queria ser compositora.”

 

A música pop lhe abriu as portas, aos 15 anos. Sofia participou de uma seletiva do selo Joinha Records, dos músicos pernambucanos China, Chiquinho e Homero Basílio. Ao vencer, ganhou uma temporada em estúdio, que resultou em seu álbum de estreia.


“Quando comecei a frequentar o estúdio, descobri outras formas de fazer música, os sintetizadores, softwares de produção”, finaliza Sofia, que está se preparando para um 2025 e tanto. Ela foi escalada para o último dia do Lollapalooza, em 30 de março, em São Paulo.

 


IMPRESSÕES DE MINAS: 14 ANOS
Festa neste sábado (21/12), com show de Sofia Freire. A partir das 15h, no Espaço Impressões, Rua Bueno Brandão, 80, Floresta. Entrada franca.

 


OUTRAS ATRAÇÕES

 

>>> VIOLA DE FEIRA

O violeiro João Arruda e o duo Inteiro a Dois, formado pelo baixista Pedro Gomes e pela cantora Mariah Carneiro, fazem os últimos shows de 2024 do projeto idealizado por Wilson Dias. As apresentações serão neste sábado (21/12), a partir das 11h, no Centro Cultural Psadre Eustáquio (Rua Jacutinga, 550, Padre Eustáquio). Entrada franca.


>>> MÃE PIEDADE

Celebração de Natal do Festival Internacional de Corais (FIC) ocorrerá no Santuário Nossa Senhora da Piedade, em Caeté. Sob a regência do maestro Lindomar Gomes, o evento vai contar com vários artistas mineiros. Entre outros, marcarão presença 14 Bis, Ladston Nascimento, Marina Machado, Tadeu Franco, Toninho Horta, Suelly Louzada, Edna e Edinéia D’Oliveira, além do coral Ensaio Aberto, do grupo Cantos de Minas e da Folia de Reis Estrela do Oriente. Também será lançada a canção “Coração peregrino” (Murilo Antunes e Léo Cunha). Neste domingo (22/12), às 12h, na Basílica Estadual das Romarias, no santuário da Piedade. A visita gratuita deve ser agendada por meio do link sistemas.arquidiocesebh.org.br/EGP.Form/VisitaSensp

 


>>> RECITAL DO CEFART

Os formandos da turma de piano do professor Leoni Werner, da Escola de Música do Centro de Formação Artística e Tecnológica (Cefart) da Fundação Clóvis Salgado, apresentam nesta sexta (20/12) peças de Bach, Debussy e Chopin. O recital será às 19h, na Sala Juvenal Dias (Avenida Afonso Pena, 1.537, Centro). Entrada franca.