Do barro surgem rostos, corpos, objetos decorativos, utensílios de cozinha. Considerado o primeiro material artificial produzido no mundo, a cerâmica, argila endurecida pelo fogo, é testemunha da história da humanidade. No Brasil, há registro de cerâmicas elaboradas por indígenas na Ilha de Marajó (PA) entre os anos 400 e 1400.

 

 


Com o passar do tempo, o artesanato em argila se diversificou, graças à combinação de saberes tradicionais e técnicas modernas, como a utilização do torno e do forno elétrico.

 


“Muitas pessoas pensam que cerâmica é só a argila vermelha, o barro. Mas não é bem assim, existe argila azul, verde, rosa, amarela, preta e de várias cores. Cada cultura trabalha a cerâmica de uma forma. A queima, por exemplo, pode se dar a partir da lenha, do gás ou de processos de oxidação. É um conjunto de saberes extenso”, comenta a professora e ceramista Cibele Tietzmann.

 

 



 

Ao lado de Emmanuela Tolentino, Cibele Tietzmann faz a curadoria da 37ª Feira de Cerâmica de Minas Gerais, que será realizada neste fim de semana no Mercado Central.

 

Com 60 ceramistas de BH, interior de Minas, São Paulo e Rio de Janeiro, o evento – tradição de fim de ano na capital – vai até domingo (13/12). Além da venda e exposição de peças, a programação inclui demonstrações, performances e palestras.

 

 

Nesta sexta, a partir das 10h30, Rosemir Saramenha realiza demonstração de modelagem em torno elétrico. Em seguida, será lançado o livro “Manual de construção da cabeça humana”, do escultor argentino Fernando Poletti.

 

 

À tarde, o artista plástico Gabriel Pinto comanda a performance interativa “Casa de reza”. Depois dele, o escultor Luciano Almeida promete entreter e instruir o público com a performance “Envelhecendo a moça”.

 

“Luciano constrói a cabeça de uma moça no primeiro dia da feira. No sábado, ele volta ao Mercado Central e envelhece os traços da escultura. Durante o trabalho, explica ao público como a peça é construída e modificada”, afirma a curadora Cibele Tietzmann.

 

 

 


Dirigido por André Kurowski, Gabriela Rudnick e Ivan Gomes, o filme “Sasukenei: Dançando com o fogo” retrata a queima à lenha no forno smokeless em Cunha, no interior de São Paulo.

 

Conhecimentos tradicionais do Vale do Jequitinhonha serão abordados no sábado (7/12), às 11h30, em palestra da artista Sabrina Gomes. Processos do Oriente também têm espaço. Às 15h, Sebastião Pimenta fala sobre a cerâmica na tradição oriental do chá. No domingo, Giltaro Jardineiro explica ao público a origem do forno noborigama.

 

“A feira é uma forma de instrução não apenas dos ceramistas, mas daqueles que não conhecem a vastidão de saberes em torno da cerâmica. No mesmo espaço, apresentamos os conhecimentos artístico, científico e cultural dessa forma de artesanato”, conclui Cibele Tietzmann.

 

 

Diversidade de formas e cores atrai o público à tradicional feira de BH

João Dirickson/divulgação

 

 

ATRAÇÕES

 

Sexta (6/12)

•10h30: Demonstração de modelagem em torno elétrico, com mestre Rosemir Saramenha
•12h: Lançamento do livro “Manual de construção da cabeça humana”, de Fernando Poletti
•14h: Performance “Casa de reza”, com Gabriel Pinto
•16h: Performance “Envelhecendo a moça”, com Luciano Almeida
•17h30: Documentário “Sasukenei: Dançando com o fogo”

 


Sábado (7/12)

•11h30: Palestra sobre a cerâmica do Vale do Jequitinhonha, com Sabrina Gomes
•14h: Performance “Casa de reza”, com Gabriel Pinto
•15h: Palestra sobre a cerâmica no Oriente, com Sebastião Pimenta
•16h: Performance “Envelhecendo a moça”, com Luciano Almeida


Domingo (8/12)

•10h: Palestra de Laila Kierulff
•12h: Modelagem em torno elétrico, com João Felipe Cursino
•13h: Palestra sobre o forno noborigama, com Giltaro Jardineiro

 

37ª FEIRA DE CERÂMICA DE MINAS GERAIS


Nesta sexta-feira (6/12) e sábado (7/12), das 9h às 19h; domingo (8/12), das 9h às 15h. No estacionamento elevado do Mercado Central (Avenida Augusto de Lima, 744, Centro). Entrada franca. Programação: feiradeceramicamg.com.br.

 

OUTRAS ATRAÇÕES EM BH


>>> POESIA ORBITAL

O Assanharau (palavra que conjuga sarau e assanhado) recebe, nesta sexta-feira (6/12), às 19h30, na Casa Socialista (Rua Amianto, 30, Santa Tereza), um encontro em torno do projeto Poesia Orbital, criado em 1997. Leituras dramáticas, performances, análises e histórias compõem a programação que vai reunir, entre outros, a atriz Cida Falabella, a jornalista Brenda Marques, a ensaísta Vera Casa Nova e os poetas Mário Alex e Flávia Craveiro, cujo livro “Em direção ao Pacífico”, escrito com Dione Barbosa, integra a nova coleção do Poesia Orbital. Entrada franca.

 


>>> “A FOTOGRAFIA”

Em “A fotografia”, o palhaço e fotógrafo Canhoto, interpretado por Ricardo Ikier, narra a história do tradicional Circo Paradise, ameaçado por avanços tecnológicos. A peça une palhaçaria, máscaras teatrais e bonecos para representar figuras clássicas do universo circense. Escrito por Iker e dirigido por Ronaldo Aguiar, o espetáculo será apresentado gratuitamente às 11h deste sábado (7/12), na Praça Floriano Peixoto, em Santa Efigênia, e domingo, no Parque Lagoa do Nado (Rua Hermenegildo Barros, 904, Itapoã).

 


>>> MISTURÔ

Hoje e sábado (6 e 7/12), das 10h às 20h, será realizada a feira de moda sustentável Misturô, na Rua Tabajaras, 72, Floresta. No mesmo espaço, vão funcionar pub e comércio de peças garimpadas em brechós e outlets, com a promessa de preços acessíveis. A ideia é promover a sustentabilidade no universo fashion. O evento oferece ambiente descontraído, com música de primeira. Entrada franca.

* Estagiária sob supervisão da editora-assistente Ângela Faria

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