Celebrando seus 60 anos de carreira, o MPB4 se apresenta nesta sexta-feira (13/12) à noite, no Grande Teatro Cemig Palácio das Artes. O repertório traz os maiores sucessos do quarteto formado em Niterói, em 1965, por Miltinho, Aquiles, Ruy Faria (1937-2018) e Magro (1943-2012) – os dois últimos substituídos por Dalmo Medeiros e Paulo Malaguti Pauleira.

 

 


A apresentação em BH contará com a participação do cantor e compositor mineiro Sirlan, autor de “Viva Zapátria”, que recebeu menção honrosa no Festival Internacional da Canção (FIC), no Rio de Janeiro, em 1972.

 



 

Sirlan enfrentou a censura nos anos de chumbo da ditadura militar. Parceria com Murilo Antunes, sua “Viva Zapátria”, que foi gravada pelo MPB4 no álbum “Cicatrizes” (1972), era um dos hinos da música de protesto no país.

 

 

Acompanhado da banda formada por João Faria (baixo), Pedro Reis (guitarra e bandolim) e Marcos Feijão (bateria), o quarteto também vai cantar “Notícias do Brasil” (Milton Nascimento e Fernando Brant), “O cantador” (Nelson Motta e Dori Caymmi), “Angélica” (Miltinho e Chico Buarque), “Amigo é pra essas coisas” (Silvio da Silva Júnior e Aldir Blanc) e “Roda viva” (Chico Buarque), entre outros clássicos de seu repertório.

 

Dalmo Medeiros conta que o grupo vem de “shows maravilhosos” realizados no Rio de Janeiro e em São Paulo. De acordo com ele, o MPB4 tem o hábito de receber convidados no palco. “Geralmente, são artistas que não estão na mídia no momento, não têm espaço para apresentar seu trabalho. Já convidamos o Daniel Gonzaga, filho do Gonzaguinha e neto do Gonzagão, a cantora mineira Priscilla Frade e Fred Demarca, cantor e compositor carioca.”

 

"Viva Zapátria"

 

Sirlan, o convidado de hoje, é amigo de muitos anos, comenta Medeiros. Além de “Viva Zapátria”, o MPB 4 vai cantar “A cantiga de beira d'água”, outra composição do mineiro. “Sirlan também interpretará outras coisas dele”, adianta.

 

 

Fazem parte do repertório “Catavento e girassol”, de Guinga, e “Velas içadas”, de Ivan Lins. Dalmo garante: se o MPB4 não cantar “Roda viva” e “Amigo é pra essas coisas”, fica mal com a plateia. “E também 'Cálice', quando faço uma interpretação corporal. Essa tem arranjo muito bonito do saudoso Magro. Do Chico Buarque, há também 'Gota d'água', 'Apesar de você' e 'Que tal um samba?', música que ele fez logo depois da pandemia”, adianta.

 

 

 

 

O show terá homenagem a Ruy Faria, com “Pois é, pra quê”. “É uma música que ele cantava, nessa hora contamos com a participação do filho dele, João Faria, nosso baixista”, informa.

 

O roteiro foi criado pelo jornalista e escritor Hugo Sukman. “O cara sabe das coisas. Ele foi buscar a primeira canção que o MPB4 gravou em estúdio, 'Mascarada', de Zé Keti. Os quatro abrimos o show com esta música, cantada em um só microfone, como era lá no início, nos anos 1960”, explica.

 

 

 

 

Cada um dos quatro vai contar sua história. “Falo da minha família, desde Nonô, um dos primeiros parceiros de Noel Rosa; do Ciro Monteiro, que também é da família; e do meu pai, Geraldo Medeiros, um dos fundadores da Orquestra Tabajara com Severino Araújo”, adianta.

 

“Minha mãe, Iracema Peixoto, era backing vocal de Dorival Caymmi nos áureos tempos da Rádio Nacional. Era irmã do tio que me inspirou a cantar, o Cauby Peixoto”, revela Dalmo Medeiros, que faz parte do grupo há 20 anos.

 


“MPB4: TURNÊ 60 ANOS”


Nesta sexta-feira (13/12), às 21h, no Grande Teatro Cemig Palácio das Artes (Avenida Afonso Pena, 1.537, Centro). Inteira: R$ 360 (setor 1), R$ 300 (setor 2/I), R$ 250 (setor 2/II) e R$ 180 (superior). Meia-entrada na forma da lei. À venda na plataforma Eventim.

compartilhe