No último domingo (15/12), a Justiça do Rio de Janeiro determinou que a música “Million years ago”, da britânica Adele, não pode mais ser reproduzida ou comercializada sem a autorização do compositor brasileiro Toninho Geraes. Caso a determinação seja descumprida, a multa é de R$ 50 mil.
- Adele: gravadora recorre contra liminar que proíbe música acusada de plágio
-
Pixar corta trama trans de série e diz que pais devem abordar o assunto
O juiz Victor Agustin Cunha apontou na decisão que há uma grande semelhança melódica entre “Million years ago”, lançada em 2015, e “Mulheres”, canção de Toninho Geraes famosa na voz de Martinho da Vila.
A disputa começou em 2021, quando Toninho entrou com o processo formalmente, pedindo reconhecimento de seus direitos autorais. Além da suspensão da música, ele também solicita uma indenização de R$ 1 milhão.
Casos como o de Adele e Toninho Geraes são recorrentes na música e muitas vezes se tornam pontos de disputa. Na música brasileira, outros casos similares já aconteceram. Relembre algumas destas histórias:
Siga nosso canal no WhatsApp e receba em primeira mão notícias relevantes para o seu dia
Jorge Ben Jor e Rod Stewart
Um dos casos mais marcantes de plágio envolve Jorge Ben Jor e Rod Stewart. O hit “Da ya think I’m sexy?”, lançado pelo britânico em 1978, tem grandes semelhanças com “Taj Mahal”, música de Jorge Ben de 1976. Rod esteve no Brasil em 1978, durante o Carnaval, período em que Taj Mahal fazia sucesso nas rádios.
Inicialmente, Rod alegou que o plágio foi “involuntário”, mas admitiu em sua biografia de 2012 que se inspirou na canção brasileira. Os dois músicos chegaram a um acordo e Rod Stewart doou os lucros da canção para a Unicef.
Luiz Bonfá e Gotye
Outro caso conhecido envolve o cantor belga Gotye, com seu hit “Somebody that I used to know”. Lançada em 2011, a música contém um trecho inspirado em “Seville”, canção do brasileiro Luiz Bonfá, lançada nos anos 1960. Após uma ação judicial movida pela família de Bonfá, Gotye reconheceu a influência da música e pagou uma indenização de US$ 1 milhão.
O cantor ainda admitiu em entrevistas que o riff de Seville foi usado como base para os versos iniciais de sua música.
Vanusa e Black Sabbath
Um caso curioso envolve a banda inglesa Black Sabbath e a cantora brasileira Vanusa. Ambas lançaram músicas muito parecidas em 1973: “Sabbath bloody sabbath” e “What to do”, respectivamente. A música de Vanusa foi lançada alguns meses antes.
No entanto, Vanusa nunca entrou com processo e atribuiu as semelhanças a uma coincidência musical. Em 2016, a cantora comentou que só ouviu a música do Black Sabbath anos depois e não acreditava que havia cópia. Vanusa faleceu em 2020, sem buscar uma disputa judicial pelo caso.