Roteiro do longa tem Chico Bento (Isaac Amendoim) e os amigos empenhados em impedir o corte da goiabeira, ameaçada pelo projeto de construção de uma estrada -  (crédito: Fábio Braga/Divulgação)

Roteiro do longa tem Chico Bento (Isaac Amendoim) e os amigos empenhados em impedir o corte da goiabeira, ameaçada pelo projeto de construção de uma estrada

crédito: Fábio Braga/Divulgação

 


Depois de “Laços” (2017) e “Lições” (2021) – adaptações em live-action das histórias da Turma da Mônica, com enredos girando em torno da personagem e de seus amigos Cebolinha, Cascão e Magali –, agora é a vez de outra criação icônica de Mauricio de Sousa chegar ao cinema em carne e osso.

 

 

Estreia nesta quinta-feira (9/1) o longa “Chico Bento e a goiabeira maraviosa”, com o mineiro Isaac Amendoim – fenômeno mirim das redes sociais – no papel principal.

 


O enredo foca na relação do protagonista com a goiabeira do título, que o pai plantou quando ele nasceu. Quando o forasteiro, Dotô Agripino (Augusto Madeira) chega à Vila Abobrinha com a ideia de construir uma estrada, o que exigirá o corte da árvore, Chico Bento e seus amigos – Zé Lelé (Pedro Dantas), Rosinha (Anna Júlia Dias), Hiro (Davi Okabe), Zé da Roça (Guilherme Tavares) e Tábata (Lorena de Oliveira) – assumem a missão de impedir o plano.

 


Luis Lobianco faz o papel de Nhô Lau, o proprietário das terras onde a goiabeira está plantada. Débora Falabella interpreta a professora Marocas, e Taís Araújo é a encarnação da goiabeira. Diretor de “Laços” e “Lições”, Daniel Rezende figura agora como um dos produtores. Fernando Fraiha, que cuidou da produção dos longas anteriores, assumiu agora a direção.

 


“Eu me alfabetizei lendo Mauricio de Sousa. Sou dessa geração que tinha o baú embaixo da cama lotado de quadrinhos. Sempre ia à banca do Seu Nelson, que guardava as HQs pra gente. É uma coisa geracional. As histórias de Mauricio tinham uma dimensão absoluta”, afirma. Ele conta que restabeleceu a conexão com esse universo quando foi procurado por Rezende.

 


O diretor conta que o recorte na relação de Chico Bento com a goiabeira surgiu a partir de conversas com Mauricio de Sousa, com quem a equipe se reuniu para apresentar um primeiro roteiro.

 


Imagem na cabeça

“Ele falou duas ou três coisas na reunião que ficaram reverberando em mim. A premissa era fazer um filme leve, mas fiquei pensando na coisa mais grave que Chico Bento poderia viver e me veio essa imagem, de uma pessoa tentando cortar sua goiabeira de estimação e ele se colocando na frente para impedir. No processo criativo, ficamos orbitando em torno dessa imagem; queríamos uma hora chegar nela”, diz.

 


Sobre trabalhar com Isaac Amendoim e o restante do elenco infantil, ele diz que o processo de preparação foi o mesmo empregado com adultos, só que com uma adaptação de vocabulário e com um tempo mais dilatado. “Tivemos nove semanas de ensaios, o que é muito mais do que normalmente se ensaia, então foi um privilégio.” O filme foi gravado entre Itatiba e Bragança Paulista, no interior de São Paulo.

 


Segundo ele, as crianças se inteiraram do roteiro de um jeito que se alinha à narração de histórias. “Contamos o enredo, depois demos um fichário com o texto impresso. A partir disso, trabalhamos individualmente, com cada um contando o ponto de vista de seu personagem. Eu tomava muito cuidado para transformar aquilo num jogo, lia a cena e perguntava o que aconteceu, daí as crianças iam, cada uma, de dentro para fora, construindo seu filme”, comenta o diretor.

 


Dona da personagem com maior grau de cumplicidade com as crianças, Débora Falabella diz que contracenar com Isaac Amendoim e o elenco infantil foi muito prazeroso. “Chico Bento e Zé Lelé são uma dupla incrível. Rosinha também é uma menina muito boa. Quando entrei na sala de ensaios, eles já estavam lá há bastante tempo, muito à vontade com o texto e com os personagens. Fernando fez um trabalho especialmente voltado para a idade deles”, conta.

 

 


Ela observa que não foi fácil, já que os atores mirins tiveram que aprender toda uma prosódia, uma maneira de falar que emula o linguajar, as entonações e os trejeitos da roça. “O roteiro teve esse direcionamento, de resultar em um filme leve, para criança, para adulto, e sobretudo muito engraçado. Os meninos conseguiram captar o tempo da comédia. Não parece que estão atuando, e sim que estão mesmo vivendo os personagens”, destaca.

 


“CHICO BENTO E A GOIABEIRA MARAVIÓSA”
(Brasil, 2025, 90 min.) Direção: Fernando Fraiha. Com Isaac Amendoim, Pedro Dantas, Anna Julia Dias, Débora Falabella, Lorena de Oliveira. Estreia nesta quinta-feira (9/1), em salas dos complexos Cineart, Cinemark, Cinesercla e Cinépolis e no Centro Cultural Unimed-BH.

 

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