CINEMA

Oscar 2025: o ano da dupla façanha de Walter Salles

A proeza se torna ainda mais notável pelo fato de atrair milhões de espectadores ao narrar uma história real ocorrida em um dos períodos mais sombrios do Brasil

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As três indicações ao Oscar de “Ainda estou aqui” representam uma dupla façanha para Walter Salles. Ele conseguiu se tornar o primeiro cineasta brasileiro a ser indicado na categoria de melhor filme com uma produção falada em português e ainda dirigiu as únicas atrizes nacionais a concorrer ao prêmio máximo da indústria audiovisual norte-americana: Fernanda Montenegro, em “Central do Brasil” e, agora, Fernanda Torres.


A proeza de Salles se torna ainda mais notável pelo fato de “Ainda estou aqui” atrair milhões de espectadores no país e no mundo ao narrar uma história real ocorrida em um dos períodos mais sombrios do Brasil. “Percebi que a história dos Paiva é a de um projeto de país que foi brutalmente interrompido.

Na casa de Rubens e Eunice pulsava o desejo de um país livre, com uma identidade independente, essencialmente brasileira. Foi esse Brasil possível que foi interrompido pelo golpe militar e pela escalada de sua violência”, lembrou o cineasta em entrevista ao Estado de Minas à época do lançamento do filme no circuito comercial brasileiro, em outubro do ano passado.


Nos últimos anos, o Oscar tem sido mais generoso ao olhar também para produções fora de Hollywood. Basta lembrar que o sul-coreano “Parasita”, de Bong Joon-Ho, ficou com a estatueta de melhor filme em 2020. Mas o Brasil ainda não tinha sido incluído nessa fase de maior diversidade da lista dos dez indicados da principal categoria da premiação. O mais próximo havia sido “O beijo da mulher aranha”, de Hector Babenco, filmado no Brasil, mas falado em inglês e com dois atores estrangeiros (o panamenho Raul Julia e o norte-americano William Hurt, vencedor do Oscar) como protagonistas.


Filme sobre uma família destroçada pela ditadura militar e realizado por uma “família de cinema”, como o diretor ressalta, “Ainda estou aqui” tem temática semelhante à da produção argentina “A história oficial”, de Luis Puenzo, uma das cinco produções latinas já agraciadas com o Oscar de melhor filme estrangeiro. Agora é aguardar para saber se a trajetória do longa-metragem de Salles também incluirá uma estatueta dourada. Se não vier, há a certeza de que uma conquista já foi assegurada.

“O filme levou uma multidão aos cinemas para ouvir a gente dizer: ‘Não, um estado violento como esse não é moralmente aceitável’. Isso é demais!”, comemorou Fernanda Torres, logo após a divulgação dos indicados.

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