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'Viva a vida' é road movie cômico com 'mensagem mais relevante'
Trama do longa de Cris D'Amato que estreia nesta quinta-feira (30/1) é centrada na busca pelo amor. Filmagens foram no Rio de Janeiro e em Israel
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Siga noQuando a diretora Cris D’Amato lançou seu primeiro filme – “Sem controle”, em 2007 –, seu pai ligou de um telefone público para dar uma opinião. O filme era bom, mas não refletia a filha que conhecia. “É um filme muito bom, mas é muito triste. Acho que você deveria fazer uma comédia”, disse.
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Cris ouviu o conselho e, na sequência, veio o sucesso de bilheteria “S.O.S mulheres ao mar”, comédia romântica estrelada por Giovanna Antonelli e Reynaldo Gianecchini. O filme caiu no gosto do público e ganhou uma continuação no ano seguinte. Desde então, a diretora tem investido na produção de comédias românticas.
Dez anos depois da estreia nos cinemas, surgiu o convite para dirigir um filme ambientado em Israel, proposta que ela prontamente aceitou. “Fiz um filme tendo Israel como pano de fundo, e não como tema principal”, afirma.
Essa é a origem de “Viva a vida”, longa estrelado por Thati Lopes e Rodrigo Simas, que estreia nesta quinta-feira (30/1). Vale destacar que a produção começou em 2017, antes da intensificação dos conflitos entre Israel e o Hamas.
Feito com apoio do Ministério do Turismo de Israel, “Viva a vida” acompanha Jéssica (Thati Lopes), jovem que perdeu a mãe em um acidente de carro na infância e, pouco depois, foi abandonada pelo pai. Desde então, cresceu acreditando estar sozinha no mundo. Independente, aprendeu a se virar por conta própria, mas enfrenta algumas dificuldades financeiras.
Herança
Tudo muda quando ela encontra um medalhão idêntico ao que ganhou de presente quando criança e descobre a existência dos avós, Hava (Regina Braga) e Benjamin (Jonas Bloch). Determinada a conhecer suas origens – e quem sabe até garantir uma herança –, Jéssica decide embarcar na busca por seu passado.
Ela conta com a companhia de Gabriel (Rodrigo Simas), um primo distante que acabou de conhecer. Inicialmente, ele topa a aventura interessado na possível herança, mas, ao longo da viagem, acaba desenvolvendo sentimentos por Jéssica.
Apenas os primeiros 15 minutos da trama se passam no Rio de Janeiro. Depois de desembarcar em Tel Aviv, Jéssica e Gabriel partem em uma road trip em busca de Hava, que desapareceu deixando quase nenhum rastro. Rodado em 2022 no Sul de Israel, “Viva a vida” faz uso de planos abertos para destacar as paisagens de Jerusalém, Massada e Judeia.
Antes de criar o filme, Cris D’Amato viajou para explorar possíveis locações e conhecer mais da cultura do país. “Eu não conhecia nada além do que todo mundo já sabia”, diz. “Fiquei fascinada com tudo: a beleza natural, a tecnologia, a hospitalidade, a diversidade e o respeito.”
Cris começou escalando Thati Lopes. “Gosto muito do humor e do trabalho dela como artista no geral. Acho que atores que fazem comédia muito bem são atores muito bons porque conseguem ir de uma ponta a outra muito bem. Thati tem essa qualidade”, afirma a diretora.
Luxo
Depois dela, foram escalados Jonas Bloch e Regina Braga. “É um casal que você olha e acredita no amor de 50 anos deles.” Por fim, veio Rodrigo Simas. “Acho ele um luxo. É aquele ator que faz pequeno, mas entrega tudo.”
O lançamento do filme estava previsto para 2024, mas foi adiado devido à efervescência da guerra na região. “Não nos sentimos à vontade para fazer a estreia”, conta D’Amato. A decisão foi esperar e, por coincidência, no dia da primeira exibição do filme, 15 de janeiro, foi anunciado um acordo de cessar-fogo na Faixa de Gaza.
Segundo a diretora, “Viva a vida” vai além da comédia. “Quis dar uma mensagem mais relevante. É uma história sobre o desenvolvimento do amor, a busca pela solidificação desse sentimento. É um filme ‘feel good’.”
No ano passado, o longa venceu o prêmio de Melhor Comédia no Toronto International Women Film Festival. Cris soube da notícia enquanto estava no set da nova cinebiografia de Silvio Santos (1930-2024), estrelada por Leandro Hassum e dirigida por ela.
“Recebi a notícia com muita alegria. Foi muito importante para mim ganhar esse prêmio aos 60 anos. Sou mulher, briguei pelo meu espaço e conquistei isso no meu 17º longa”, diz.
A diretora espera que o sucesso de “Ainda estou aqui” ajude a impulsionar outros filmes nacionais, como “Viva a vida”. “A gente estava muito órfão na cultura como um todo. ‘Ainda estou aqui’ não representa só um orgulho para o cinema, mas para a cultura brasileira. Esse grito de liberdade que estamos tendo com esse filme só traz bons frutos”, afirma.
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“VIVA A VIDA”
(Brasil, 2025, 100 min.) Direção: Cris D'Amato. Com Thati Lopes, Rodrigo Simas, Jonas Bloch e Regina Braga. Estreia nesta quinta (30/1) nos cinemas dos shoppings BH, Boulevard, Contagem, Del Rey, Itaú e Monte Carmo.