CARREIRA ARTÍSTICA

Primeira atriz trans a protagonizar novela encerra carreira

Maria Clara Spinelli fez desabafo nas redes sociais e apagou todos os posts de seu Instagram

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Maria Clara Spinelli anunciou o fim da sua carreira como atriz, nessa quarta-feira (29/1), Dia Nacional da Visibilidade Trans. Ela foi a primeira atriz trans a protagonizar uma novela brasileira, dando vida à personagem Renné, do remake de “Elas por elas”, da TV Globo, exibida em 2023. 


"Há coisas que precisamos fazer e que são maiores do que nós mesmas. É uma Fúria. Uma Fúria Santa. E é essa Fúria o que me sustenta. Ser desprezada é pior do que ser odiada. Continuarei a escrever... até o fim. Terapia também é um processo de luto. Da pessoa que você acha que é, para a pessoa que você pode se tornar, talvez. Com sorte. Em um processo de muita dedicação e esforço", escreveu, em um post nas redes sociais. 

Maria Clara desabafou, dizendo que está sempre tentando agradar os outros. "Estou sempre agradando aos outros. E, para agradar aos outros, eu preciso ser violentada. E eu não quero. Eu não quero mais! Hoje, aposenta-se uma atriz-trans. Hoje, morre uma mulher-trans. Aquelas, das quais eu nunca fui. Fiquei pensando: 'Por que me chamariam para interpretar outro personagem, que não viesse com a experiência transgênero?'. Enfim, há muitas outras atrizes - 'de verdade'. Há muitas outras mulheres - 'de verdade'. Que podem desempenhar esses papéis. Eu, não. Então, a carreira de Maria Clara Spinelli, encerra-se. Aqui", publicou. 

Ela apagou todos os outros posts de seu perfil em seguida. 

Relembre a carreira 

Maria Clara Spinelli começou a carreira artística como bailarina da companhia Dança-Teatro, na década de 1990. Foi em 2002 que fez sua estréia no teatro, que rendeu – no ano seguinte – o prêmio de Atriz Revelação do Mapa Cultural Paulista, por conta de seu monólogo, “O ser gritante”, baseado em textos de Clarice Lsipector. 

Maria Clara trabalhava como servidora pública até 2009, quando decidiu dedicar-se exclusivamente à carreira de atriz. Em 2010, participou do filme “Quanto dura o amor?”, faturando o o prêmio de Melhor Atriz no Festival Paulínia de Cinema, no Hollywood Brazilian Film Festival e no Monaco Charity Film Festival.

Em 2013, participou da telenovela Salve Jorge, vivendo Anita, uma jovem humilde e sonhadora, que sofre ao ser obrigada a se prostituir por uma quadrilha de tráfico humano. Em 2016, foi uma das protagonistas da série “Supermax”, na Rede Globo, interpretando a personagem Janette.

No mesmo ano, protagonizou o filme “A felicidade de Margô”, baseado em crônica de Drauzio Varella. Em 2017, voltou às novelas, interpretando Mira, em “A força do querer”, uma secretária golpista e principal parceira da vilã Irene (Débora Falabella). Essa foi a primeira vez que uma mulher transgênero interpretou uma personagem cisgênero em uma novela das nove. 

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Em 2018,  fez uma participação especial na série “Carcereiros”, também da TV Globo. Seu último trabalho foi em 2023, em “Elas por elas”. 

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