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‘Emilia Pérez’: veja os tweets racistas de Karla Sofía Gascón
Postagens antigas da atriz foram resgatadas depois de espanhola ter acusado equipe de Fernanda Torres de tentar boicotá-la
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Siga noA atriz espanhola Karla Sofía Gascón, protagonista do filme “Emília Pérez”, está sendo criticada por conta de posts antigos de teor preconceituoso no X, antigo Twitter.
Nas publicações, a espanhola faz comentários ofensivos a muçulmanos, pessoas negras e até ao Oscar. As postagens foram resgatadas depois de a espanhola ter acusado a equipe de Fernanda Torres – adversária ao prêmio de Melhor Atriz – de tentar boicotá-la.
A polêmica circulou em todo o mundo, especialmente após a revista americana Variety mostrar o teor das mensagens. “Sinto muito, é só impressão minha ou há mais muçulmanos na Espanha? Toda vez que vou buscar minha filha na escola, há mais mulheres com os cabelos cobertos e as saias abaixadas até os calcanhares. No ano que vem, em vez de inglês, teremos que ensinar árabe”, escreveu em novembro de 2020.
Em setembro do mesmo ano, ela postou uma foto de uma família muçulmana em um restaurante, incluindo uma mulher de burca. “O islamismo é maravilhoso, sem nenhum machismo. As mulheres são respeitadas e, quando são respeitadas, ficam com um pequeno buraco quadrado no rosto para que seus olhos fiquem visíveis e suas bocas, mas apenas se ela se comportar. Embora se vistam assim para seu próprio prazer. Quão PROFUNDAMENTE REPUGNANTE DA HUMANIDADE”, publicou.
Em janeiro de 2021, Gascón defendeu que “o islamismo não cumpre os direitos internacionais” e que as religiões “devem ser proibidas enquanto não cumprirem com o DDHH (direitos humanos)”. No mês de setembro de 2021, ela estendeu a crítica para outras religiões. “Estou farta de tanta merda, do islamismo, do cristianismo, do catolicismo e de todas as crenças de idiotas que violam os direitos humanos”, escreveu.
Também foram encontradas mensagens de 2020, em meio aos protestos do Black Lives Matter, chamando George Floyd de “vigarista viciado”. “Eu realmente acho que muito poucas pessoas se importaram com George Floyd, um vigarista viciado em drogas, mas sua morte serviu para demonstrar mais uma vez que há pessoas que ainda consideram os negros como macacos sem direitos e consideram os policiais como assassinos. Eles estão todos errados”, escreveu.
“Muitas coisas para refletir sobre o comportamento da nossa espécie toda vez que um evento ocorre. Talvez não seja mais uma questão de racismo, mas de classes sociais que se sentem ameaçadas umas pelas outras. Talvez essa seja a única diferença real”, completou.
Karla, que é a primeira atriz trans a ser indicada ao Oscar, também criticou a cerimônia do Oscar de 2021 por conta da diversidade. “Cada vez mais o #Oscar está parecendo uma cerimônia para filmes independentes e de protesto, eu não sabia se estava assistindo a um festival afro-coreano, a uma manifestação do Black Lives Matter ou ao 8M. Fora isso, uma gala feia, feia”, criticou.
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Por fim, outro tweet que repercutiu mal foi feito em agosto de 2020, em que ela ataca a vacina contra a Covid-19. “A vacina chinesa, além do chip obrigatório, vem com dois rolinhos primavera, um gato que mexe a mão, 2 flores de plástico, uma lanterna pop-up, 3 linhas telefônicas e um euro para sua primeira compra controlada", postou.
"Tantos cientistas no mundo fazendo bombas, tantos acadêmicos construindo objetos para o espaço, tantas fábricas de medicamentos e não há ninguém que consiga entrar na fila com essa merda chinesa. (emoji de encolher os ombros) No final, foi um show tremendo para uma nova variante da gripe, aviária ou do coronavírus”, disse em fevereiro de 2020.
‘Causei dor’
Após a polêmica, Karla Sofía emitiu um comunicado à Variety, reconhecendo que as postagens eram verdadeiras e pedindo desculpas. “Quero reconhecer a conversa em torno de minhas postagens anteriores nas redes sociais que causaram mágoa. Como alguém em uma comunidade marginalizada, conheço muito bem esse sofrimento e lamento profundamente aqueles a quem causei dor. Durante toda a minha vida, lutei por um mundo melhor. Acredito que a luz sempre triunfará sobre a escuridão”, disse.
Algumas publicações foram apagadas. A Netflix e a Academia não comentaram a polêmica.
Em entrevista durante sua passagem ao Brasil, em 21 de janeiro, Gascón criticou campanhas on-line que acreditava que a atacavam e a "Emilia Pérez". Ela também destacou que a equipe de Fernanda Torres estaria por trás dessas publicações.
“O que eu não gosto são equipes de mídia social — pessoas que trabalham com essas pessoas — tentando diminuir nosso trabalho, como eu e meu filme, porque isso não leva a lugar nenhum. “Você não precisa desmerecer o trabalho de alguém para destacar o de outro. Eu nunca, em nenhum momento, disse nada ruim sobre Fernanda Torres ou seu filme (‘Ainda estou aqui’). No entanto, há pessoas trabalhando com Fernanda Torres desmerecendo a mim e a 'Emília Pérez'. Isso fala mais sobre o filme deles do que sobre o meu”, disse.
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Após o vídeo viralizar, Gascón se defendeu, dizendo que não criticou a adversária brasileira. “Sou uma grande fã de Fernanda Torres e foi maravilhoso conhecê-la nos últimos meses. Em meus comentários recentes, eu estava me referindo à toxicidade e ao discurso de ódio violento nas mídias sociais que infelizmente continuo a vivenciar. Fernanda tem sido uma aliada maravilhosa, e ninguém diretamente associado a ela tem sido nada além de solidário e extremamente generoso”, declarou à revista americana.