O jazz se encontra com samba, baião, forró e arrasta-pé no álbum de estreia do Pimenta Jazz Trio, cujo repertório que vai de Gordurinha e Hamilton de Holanda a Paul Desmond e Chick Corea. O grupo é formado pelo mineiro Guilherme Pimenta (violino, violino barítono, viola de arco e rabeca), Pablo Arruda (contrabaixo acústico) e Daniel Ganc (violão).

 

 


“O álbum 'Pimenta Jazz Trio' vem do projeto que comecei em 2018, no Rio de Janeiro. Sou mineiro de Montes Claros e moro na capital fluminense desde 2014. Em 2018, me juntei ao Daniel Ganc e ao Pablo Arruda. Em 2019, fizemos turnê na Europa, onde tocamos por cerca de um mês”, conta Guilherme.

 



 


“Fazemos um passeio por vários gêneros, sempre permeados pela criatividade e improvisação”, explica. “São cinco músicas minhas no disco mais outras cinco de compositores que nos influenciam e são bem a cara do projeto.”


Samba e rumba

 

O grupo gravou “Miss Teba”, de Hamilton de Holanda, a maior referência musical de Guilherme. “Tem também um samba do baiano Gordurinha: 'Chiclete com banana', que ficou bem famoso na voz do cantor paraibano Jackson do Pandeiro. Do Chick Corea, grande jazzista norte-americano, fizemos 'Armando's rhumba'”, enumera.

 

 

 


Do pernambucano Rosil Cavalcanti, o trio gravou a releitura de “Sebastiana”. E também “Take five”, composição do americano Paul Desmond, sucesso do pianista Dave Brubeck e seu grupo. “Como essa música é muito conhecida, resolvemos fazer um arranjo diferente, que mostra bastante a cara do trio”, explica Pimenta.

 


Sem bateria

 

O mineiro chama a atenção para o fato de o álbum contar apenas com violino, violão e contrabaixo. “Parece que há mais instrumentos, porque a gente fica tentando preencher os espaços. Há uma hora em que parece haver percussão e sopros. Não temos bateria, e esse é o nosso desafio”, observa o violinista.

 


“Isso é que dá o molho diferente, pois, sem bateria e percussão, temos de fazer esse papel. É como se tivéssemos de ficar nos equilibrando, um dando suporte para o outro”, comenta.

 


Os três solistas improvisam e executam as melodias. “No momento em que o violão está improvisando, o violino e o contrabaixo acompanham, e vice-versa. No momento em que o baixo está improvisando, os outros dois acompanham. Então, a gente está sempre se sustentando”, detalha Pimenta.

 


O álbum está disponível nas plataformas e o trio já mandou o clipe de “Armando's rhumba” para o YouTube.

 

 


O violinista mineiro revela que aproveitou o álbum para explorar seu trabalho em outros instrumentos.

 

“Tem a rabeca, com a qual gravei o coco 'Sebastiana'. A música que fiz em homenagem ao Hermeto Pascoal, gravei na viola de arco, que é um violino maior. Já 'Moacir no Jobim', um samba-jazz, gravei com o violino barítono, que soa quase como violoncelo. O disco traz a diversidade das cordas”, continua.

 

Spalla

 


Entre os planos para 2025, Guilherme Pimenta conta que vai fazer duo de violinos com Emmanuele Baldini, spalla da Orquestra Sinfônica de São Paulo.

 


“Em 2023, lancei um disco de violino solo com arranjos meus para compositores conhecidos da música brasileira. Ele gostou muito do trabalho e me convidou para fazermos um projeto”, relembra Pimenta. Os dois devem gravar juntos este ano, informa, orgulhoso da parceria com Baldini.

 


FAIXAS


“Chiclete com banana”
•  De Gordurinha

 

“Take five”
•  De Paul Desmond

 

“Miles na Lapa”
•  De Guilherme Pimenta

 

“Não tinha ninguém”
•  De Guilherme Pimenta

 

“Hermeto 85”
•  De Guilherme Pimenta

 

“Armando's rhumba”
•  De Chick Corea

 

“Moacir no Jobim”
• De Guilherme Pimenta

 

“Miss Teba”
• De Hamilton de Holanda

 

“Sebastiana”
• De Rosil Cavalcanti

 

“Arrasta-pé no mato”
• De Guilherme Pimenta 


“PIMENTA JAZZ TRIO”


• Álbum do grupo Pimenta Jazz Trio
• Kuarup
• 10 faixas
• Disponível nas plataformas digitais

compartilhe