Um grande profissional e amigo exemplar. Assim músicos de Belo Horizonte definem o cantor e guitarrista Claudio Henrique Moraleida, o “Moral”, que morreu na tarde desta quarta-feira (15/1), em consequência de parada cardiorrespiratória. Ele passou mal na segunda-feira e ficou internado no Hospital da Baleia, sob suspeita de pneumonia. Tinha 48 anos.
Amigo inseparável de Moraleida, com quem o guitarrista tocou por muitos anos, principalmente na Banda Zipper, o baterista Ruy Montenegro lamenta a partida do companheiro.
“Perdi meu grande amigo. Nossa amizade extrapolava em muito os palcos e o trabalho. Ele nos deixou prematuramente e fará grande falta não só como ótimo músico, pois era generoso e leal. Aprendi muito com ele. Só o tempo poderá amenizar essa partida”, afirma Montenegro.
Humor refinado
O baixista Ivan Corrêa conta que era bom estar perto de Moral. “Tanto como músico quanto como amigo, era um cara muito querido por todos. Agregador, leve, com um senso de humor refinado e apurado, além de supermúsico e parceiro. É uma grande perda”, diz.
A cantora Adriana Moreira, que trabalhou por muitos anos com o guitarrista, diz que Moral “era luz” por onde passava.
“Generosidade em pessoa, entrega total aos trabalhos que fazia com excelência e dedicação. Trabalhamos nos últimos 20 anos em vários projetos. Gravou um DVD comigo, meu disco autoral mais recente, fomos três vezes tocar no exterior. Nos últimos oito anos, estávamos envolvidos com o projeto Baile da Dri. É uma perda irreparável para a música mineira e para todos com quem ele trabalhava”, afirma Adriana.
O artista plástico Fernando Pacheco destaca o talento do amigo. “Um músico espetacular, grande violonista, grande cantor e exímio guitarrista. Adorava rock and roll, tinha voz bonita e apropriada para esse ritmo. Acompanhei seu trabalho nos bares de BH”, diz. “É uma perda lamentável, sobretudo de um músico que tocou com muita gente, querido por todos. Que ele tenha uma passagem de luz, amor e paz.”
Guitarrista e diretor musical da cantora Paula Fernandes, Márcio Monteiro ressalta o alto-astral do amigo. “Era uma pessoa de um coração imenso, sempre alegre, disposto, solícito, sempre junto. Ele não só gostava de música, como tinha prazer em compartilhar as coisas da música com todos. Sempre me chamava para ouvir coisas novas, conversar e discutir sobre artistas. Fará muita falta.”
O tecladista Marcelo Lopes trabalhou com Claudio Moraleida mais de 30 anos. “Toquei com Moral nas bandas Zipper e Boca de Sino, entre outras. Tocávamos também com o cantor Márcio Greyck. Tínhamos até um ensaio marcado, pois faríamos show com Greyck no Ceará, no fim de semana. Era excelente músico. Perdi um grande amigo”, lamenta.
O guitarrista Rogério Delayon também dividiu palcos com Moral. “Tocamos muito tempo juntos, principalmente acompanhando a cantora Ana Cristina, quando fazíamos dois violões. Depois fizemos vários trabalhos. Moral era um cara de astral muito bom, tocava e cantava muito bem, sabia muito de música, além de ser bom instrumentista. Fazia todos da banda rirem. Era um cara que agregava muito, uma grande perda para a cena musical mineira”, diz Delayon.
A cantora Dani Borges se apresentou várias vezes com o guitarrista. “Era uma pessoa maravilhosa, um músico fantástico, um amigo muito presente. Tenho a certeza de que todas as pessoas que conviveram com ele estão com o sentimento de um vazio muito grande, porque era uma pessoa rara de se encontrar. Onde estava, ele fazia todos sorrirem. Sensível e extremamente musical, um dos melhores guitarristas com quem já cantei”, diz Dani.
O velório de Claudio Moraleida ocorrerá das 12h às 16h, nesta quinta-feira (16/1), na Santa Casa, em BH (Rua Domingos Vieira, 600, Santa Efigênia). O corpo será cremado às 17h, em Betim. O músico deixa a esposa, Eloysa, e a filha Gabriela, de 13 anos.