
Sarandeiros apresenta "Alumiar" pela última vez em BH neste domingo
Diretor do grupo de dança diz que espetáculo inspirado na figura folclórica do boi, em tradições de Minas, Maranhão e Amazonas, dará lugar a duas novas criações
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Siga noHá 25 anos, o Grupo Sarandeiros foi pioneiro nas apresentações de dança na Campanha de Popularização do Teatro, que, até então, se restringia a peças teatrais. O espetáculo apresentado foi “Profano e sagrado”, com a direção de Gustavo Cortês, que lidera o grupo desde 1997.
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Na coreografia, já se destacavam elementos da cultura do Norte brasileiro, como a dança lundu marajoara, típica da Ilha do Marajó. Elementos culturais como esse são objetos de estudo de Cortês há anos.
Como resultado de seu trabalho de pesquisa, ele escreveu o livro “Dança, Brasil! - Festas e danças populares”, no qual procura preencher a lacuna de publicações sobre o folclore nacional.
É de Cortês a direção do espetáculo “Alumiar: Bois a encantar”, sobre três manifestações brasileiras relacionadas à figura do boi – em Minas Gerais, no Maranhão e no Amazonas.
O espetáculo, que estreou em 2023, terá apresentação única neste domingo (9/2), às 19h, no Grande Teatro Cemig Palácio das Artes, como parte da Campanha de Popularização do Teatro e da Dança.
O diretor afirma que essa será a última vez que o público da região poderá assistir à montagem. “Falo com as pessoas, mas elas acham que estou brincando ou mentindo. Só que não. Estamos com mais dois projetos para o Sarandeiros e este vai ficar de lado pelos próximos anos”, diz ele.
Canção de ninar
A inspiração para o espetáculo surgiu quando o diretor ouviu no rádio a canção de ninar “Acalanto” (Dorival Caymmi), com o verso “Boi, boi, boi / Boi da cara preta / Pega essa menina / Que tem medo de careta”. Ele observa que, além de estar presente na infância de muitos brasileiros, a figura do boi assume diversas versões no imaginário nacional, que tomam forma própria ao serem relacionadas às músicas, figurinos e costumes de cada região.
“Alumiar: Bois a encantar” começa com um bebê que dorme no colo da mãe e é despertado pelas festas brasileiras que invadem seu sono. Primeiro, o espetáculo acompanha o boi arrecadando dinheiro nas ruas para a festa mineira Boi de Reis, que tem início todo 1° de janeiro, nos vales do Rio São Francisco e do Jequitinhonha.
Na sequência, o foco se volta para o Bumba-meu-boi, festividade do Maranhão que remonta ao século 18. Nesta parte, são incluídos na apresentação os sotaques (como são chamados os estilos de brincar a festa) de matraca e orquestra.
A parte final do espetáculo é dedicada ao Boi Bumbá, celebrado em junho, no Amazonas, no Festival de Parintins – uma disputa de performances entre os bois Garantido (branco e vermelho) e Caprichoso (preto e azul), que movimenta o estado do Norte desde a década de 1960.
“O boi é uma presença icônica em praticamente todos os estados do Brasil. Mário de Andrade fala que essa figura uniu o país, em termos não só de festividades, mas também porque era importante para a economia. Por isso, a gente quis prestar essa humilde homenagem às três festas para que as pessoas entendam a dimensão do boi no imaginário da nossa cultura”, afirma o diretor.
O espetáculo reúne 60 dançarinos no palco, que executam 13 coreografias, e cinco músicos, que interpretam, além de “Acalanto”, canções como “Couro de boi” (Chico Lobo), “Lua cheia” (Companhia Barrica) e “Festa da ilha encantada” (Carlos Batata e Wallace Maia). A direção artística é de Petrônio Alves Ferreira e a direção musical tem a assinatura de Tatá Sympa.
“ALUMIAR: BOIS A ENCANTAR”
Apresentação única do Grupo Sarandeiros, neste domingo (9/2), às 19h, no Grande Teatro Cemig Palácio das Artes (Avenida Afonso Pena, 1.537 – Centro). Ingressos a R$ 25, no portal Vá ao Teatro e nos postos do Sinparc, localizados no Shopping Cidade (Rua dos Tupis, 337, Centro), Teatro do Pátio Savassi (Av. do Contorno, 6.061, Savassi) e Shopping Monte Carmo (Av. Juiz Marco Túlio Isaac, 1.119, Ingá Alto, Betim). Na bilheteria da casa, o ingresso custa R$ 52 (inteira) e R$ 26 (meia).
Outro show
>>> LETUCE NO DISTRITAL
Nesta sexta (7/2), a dupla carioca Letuce, formada pela cantora Letrux e o instrumentista Lucas Vasconcelos, faz show na Mercado Distrital do Cruzeiro (Rua Opala, 55 - Cruzeiro), às 22h.
A performance é uma celebração pelos 15 anos do álbum “Plano de fuga pra cima dos outros e de mim” e marca o retorno dos músicos ao palco, depois de um hiato de quase uma década.
A banda Perigosah e o DJ Thiagão, da festa Sexta Básica, farão o show de abertura. Ingressos a R$ 110 (inteira), R$ 70 (meia) e R$ 60 (ingresso duplo), à venda no Sympla.
*Estagiária sob supervisão da editora Silvana Arantes