ARTES CÊNICAS

50ª Campanha de Popularização de BH: venda de ingressos aumenta 100%

Encerrado no domingo (16/2), evento vendeu 100 mil entradas, contra 50 mil em 2024. 'Um sucesso', afirma Dilson Mayron, coordenador da campanha

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“A meta foi dobrada”. Com essas palavras, Dilson Mayron, coordenador-geral da Campanha de Popularização Teatro e Dança de Belo Horizonte, sintetiza a 50ª edição do mais longevo evento dedicado às artes cênicas no país. No início de janeiro, ele disse ao jornal Estado de Minas que com 50 mil ingressos vendidos, a campanha poderia ser considerada um sucesso. Até sexta-feira (14/2), antes do último fim de semana de programação, a contabilidade registrava mais de 100 mil. Entre sexta-feira e domingo (16/2), 44 espetáculos ocuparam diferentes palcos da cidade.


“Se você leva 30 mil, 50 mil pessoas para assistir às peças em um evento como a campanha, já é um sucesso. Qualquer coisa acima disso, no atual cenário, pode ser considerado excepcional, um número muito elevado. O êxito é resultado de um processo realmente coletivo, do qual todo mundo participa”, destaca Mayron.

A programação deste ano incluiu 195 espetáculos, entre montagens teatrais para o público infantil e adulto, além de espetáculos de dança. Quarenta deles integraram a campanha pela primeira vez. Tanto os estreantes quanto os veteranos – como o caso clássico da peça “Acredite, um espírito baixou em mim”, de Ílvio Amaral e Maurício Canguçu, há 26 anos em cartaz – tiveram ótima recepção, diz o coordenador-geral.


Mayron aponta que na última sexta-feira, por exemplo, entrou em cartaz no Centro Cultural Unimed-BH Minas o espetáculo “Cinema – Grandes clássicos e suas histórias”, do ator e cantor Marcio Miranda, com ingressos esgotados desde a semana anterior.

Dois atores contracenam durante a peça Acredite, um espírito baixou em mim
Comédia 'Acredite, um espírito baixou em mim' se mantém como a maior vendedora de ingressos da Campanha de Popularização Pedro Vale/divulgação


“Isso aconteceu com várias montagens. O 'Aqueles dois' (da Cia. Luna Lunera), que não era estreia, lotou o Palácio das Artes. O espetáculo do Tizumba (“Herança”, da Cia. Burlantins, no mesmo local) também encheu a plateia”, diz.


Antes de chegar ao fim no domingo, a Campanha de Popularização Teatro e Dança já tinha o líder absoluto. “Acredite, um espírito baixou em mim” repetiu o feito de anos anteriores como o espetáculo com maior público.


“Esta peça é a maior campeã de audiência da história da campanha. Não por acaso, sempre ocupa teatros maiores, com temporadas mais longas – diferentemente de outros espetáculos, que às vezes ficam só um ou dois finais de semana em cartaz. Mesmo assim, enche todas as sessões”, aponta Mayron.

Chamarizes


“Cabaré Coragem”, do Grupo Galpão, “Perigo! Mineiros em férias”, com direção de Ílvio Amaral e Maurício Canguçu, e “Como sobreviver em festas e recepções com buffet escasso”, com produção, direção e atuação de Carlos Nunes, também se destacaram no ranking deste ano.


“São montagens de sucesso consolidado, que funcionam como chamariz para as pessoas irem ao teatro. Então, enquanto os realizadores quiserem, elas vão continuar como parte da programação.”

Atores em cena na peça Cabaré Coragem
Grupo Galpão, com 'Cabaré Coragem', atrai o público para o teatro e funciona como 'isca' da campanha, afirma Dilson Mayron Nayra Maria/divulgação


A ideia de que não se mexe em time que está ganhando norteia cada edição da campanha, desde o início. O coordenador-geral assente que o “formato consagrado” não dá margem para muitas mudanças.


“O que difere de uma para outra edição são os espetáculos – alguns entram e outros saem. A grande novidade agora foi chegar à marca de 50 anos de realização do evento, algo que não existe em nenhum outro lugar do Brasil. É um grande acontecimento”, diz.

Apelo popular


Mayron atribui a sobrevivência da campanha, mesmo após a pandemia, ao apelo popular de várias peças, ao fato de ser realizada no período de férias e ao preço dos ingressos. “Sabíamos que depois do período de isolamento, quando os teatros ficaram fechados, teríamos que começar a reconquistar o público devagarinho. Com o passar do tempo, as pessoas foram perdendo o medo de frequentar locais com aglomeração. Com a campanha não foi diferente. O público estava com sede de teatro”, ressalta.


O caráter democrático e inclusivo é outro ponto que Mayron destaca. Segundo ele, quem define se um determinado espetáculo é bom ou ruim e se vai ou não seguir na programação futura é o espectador. “Não existe curadoria. Esse ponto nos diferencia de eventos desse tipo no Brasil. Todo mundo pode participar e quem julga, boca a boca, é o público. A campanha forma plateias. Com ingressos a preços populares, mesmo quem não tem o hábito de ir ao teatro vai.”


Mayron ressalva que a campanha ainda não está plenamente recuperada dos efeitos da pandemia e da política cultural do último governo.


“Para voltar a ser o que era antes, ainda vai levar um bom tempo, uns 10 anos, imagino. Na verdade, nada no meio das artes cênicas voltou. Nem os grandes espetáculos do eixo Rio de Janeiro-São Paulo conseguem fazer temporadas longas, como costumava acontecer”, observa.


2026 vem aí

Dilson Mayron diz que um dos pontos a serem revistos em 2026 pela Campanha de Popularização Teatro e Dança é a comercialização de ingressos. “Hoje, trabalhamos com apenas dois postos físicos. Mesmo com a venda online melhor assimilada pelo público, podemos facilitar a compra”, afirma.

No próximo ano, a temporada será menor. “O normal é encerrarmos uma semana antes do início do carnaval, só que ele tem crescido muito. Começa fevereiro e a cidade já está no clima da folia. Belo Horizonte é grande e cabe todo tipo de evento, mas não queremos que nossa programação conflite com a festa”, ressalta.

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