
'Ainda estou aqui' conquista crítica, mídia e plateia no exterior
Filme que já superou 5 milhões de espectadores no Brasi está em cartaz em 700 salas nos EUA e ganha aval da imprensa internacional
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Siga noNo último sábado (15/2), “Ainda estou aqui” atingiu a marca de 5 milhões de espectadores no Brasil. No exterior, o longa começou sendo exibido em 93 salas nos Estados Unidos e agora ocupa mais de 700. “Virou blockbuster”, disse Marcelo Rubens Paiva, autor do livro que inspirou o roteiro, ao compartilhar a notícia na rede social X. O longa é o maior lançamento brasileiro nos EUA.
Já são 14 semanas em cartaz no Brasil, tempo superior à média da maioria dos filmes, que varia de quatro a seis semanas, dependendo da demanda do público e dos lançamentos da época. Desde a estreia, em 7 de novembro do ano passado, o longa arrecadou R$ 85,4 milhões, quase 10 vezes o seu custo de produção, estimado em R$ 8,8 milhões.
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O fenômeno pode ser explicado pela expectativa em relação ao Oscar – concorre a Melhor Filme, Melhor Atriz e Melhor Filme Internacional – e à ótima repercussão do longa de Walter Salles, estrelado por Fernanda Torres, junto à imprensa internacional.
No último fim de semana, a atriz foi capa da norte-americana The Hollywood Reporter, uma das maiores revistas especializadas em cinema do mundo. Com o título “Fernanda Torres já venceu”, a matéria compara a noite do Oscar, no domingo de carnaval (2/3), à chegada do homem à Lua para os brasileiros, com todo o país sintonizado na transmissão do evento.
Seth Abramovitch escreveu que, para Fernanda Torres – “diva pé no chão” –, a verdadeira conquista foi atrair a atenção do mundo para um trauma brasileiro há muito reprimido, a ditadura militar.

“Ainda estou aqui” é o título mais bem avaliado no site americano Rotten Tomatoes entre os 10 indicados ao Oscar de Melhor Filme, com 96% de aprovação da crítica. Entre o público, alcança 98%.
No Metacritic, outro site agregador de avaliações, o filme aparece em quarto lugar, com metascore de 86. O termo se refere à média ponderada das avaliações, resultando em uma única nota final.
Nos EUA, críticas de veículos importantes, como Variety, The New York Times e The Washington Post, deram nota máxima ao longa, o que tem repercussão mundial.
Para a Variety, Walter Salles faz um retrato “comovente” sobre a família Paiva. “Bem elaborado e ricamente filmado” e “lindo e devastador”, afirmou o The New York Times.
O Washington Post afirma que se trata de história marcante, comovente relato de um dos períodos mais sombrios do Brasil.
Nenhuma avaliação do Metacritic é negativa, mas algumas apontam deficiências do longa. O IndieWire deu nota 75. Apesar da “espetacular” atuação de Fernanda Torres, como define o site, há problemas de ritmo: “A última meia hora consiste em uma série de falsos desfechos.”
O britânico The Guardian aponta que “o drama perde um pouco de sua forma e ritmo na segunda metade”.

Outra avaliação positiva vem do americano Chicago Sun-Times: “É um tributo à força de uma matriarca que não tem tempo para lamentar ou sentir pena de si mesma. Ela tem filhos para amar e proteger.”. A Rolling Stone também elogia: “O que impressiona é como (Torres) nunca exagera em nada, nem apela para histrionismos fáceis, mesmo quando o filme se torna pesado na segunda metade.”
O sucesso do longa chamou a atenção para o livro homônimo de Marcelo Rubens Paiva, lançado pela Alfaguara em 2015. Nos Estados Unidos e Reino Unido, o lançamento está previsto para 2026. Ele já está nas lojas portuguesas e deve chegar à Itália este ano.
Fim da votação
A votação para o Oscar 2025 termina nesta terça-feira (18/2), contemplando todos os integrantes da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas. No caso de Melhor Filme, os votantes listam os indicados por ordem de preferência – vence a produção que alcançar 50% ou mais.
O processo é secreto e realizado virtualmente. Os resultados são conhecidos por apenas duas pessoas até a cerimônia de premiação, em 2 de março. Indicado a três categorias, “Ainda estou aqui” pode conquistar o primeiro Oscar do Brasil.
NOTAS DOS SITES
ROTTEN TOMATOES
• “Ainda estou aqui”: 96
• “Anora”: 94
• “O brutalista”: 94
• “Conclave”: 93
• “Duna parte 2”: 92
• “Nickel boys”: 90
• “A substância”: 89
• “Wicked”: 88
• “Um completo desconhecido”: 81
• “Emilia Pérez”: 72
METACRITIC
• “Anora”: 91
• “Nickel boys”: 91
• “O brutalista”: 90
• “Ainda estou aqui”: 86
• “Conclave”: 79
• “Duna parte 2”: 79
• “A substância”: 78
• “Wicked”: 73
• “Um completo desconhecido”: 70
• “Emilia Pérez”: 70