
Sinfônica de Minas flerta com carnaval em 'Ritmos latinos'
Orquestra abre Temporada de Verão com concertos apresentados hoje e amanhã (18 e 19/2). Repertório inclui rumba, frevo, mambo, samba e tango
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Siga noNo embalo do clima festivo do carnaval, a Orquestra Sinfônica de Minas Gerais abre, nesta quarta-feira (19/2), sua Temporada de Verão, com o concerto “Ritmos latinos”, cujo programa inclui peças leves e coloridas, calcadas em gêneros como a rumba, o frevo, o mambo, o samba e o tango. A apresentação será no Grande Teatro Cemig do Palácio das Artes, às 20h. No mesmo palco, a orquestra vai executar trechos do concerto nesta terça (18/2), ao meio-dia, com entrada gratuita.
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A apresentação vai contar com a participação do Coral Lírico de Minas Gerais, em pinceladas vocais, e com a soprano Fabíola Protzner, que atua como solista convidada na execução da obra “Sete canções para canto e orquestra”, de Dinorá de Carvalho, que se vale de sonoridades do folclore brasileiro combinadas à técnica erudita. Intérprete e compositora enfatizam, neste concerto, a presença das mulheres mineiras na seara da música orquestral.
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Regente à frente do concerto, André Brant destaca que a ideia é “começar o ano com um concerto leve, feito de ritmos marcantes, no clima do carnaval que bate à porta”. O repertório inclui, ainda, obras de Camargo Guarnieri (que foi amigo de Dinorá de Carvalho), com suas “Três danças brasileiras”, que também trazem o folclore em diálogo com o universo erudito, e do argentino Astor Piazzolla, com seu “Verano porteño”, que reinventa o tango.
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Também compõem o programa Arturo Márquez, autor da peça “Danzón nº 2”, que se tornou emblema da música mexicana; o norte-americano Leonard Bernstein, com a abertura de “West side story”, que carrega influências dos ritmos caribenhos; Alberto Ginastera, com “Malambo”, peça que evoca elementos do folclore argentino; e Claudio Santoro, com “Frevo”. Brant diz que são obras que têm uma característica dançante.
“Não é um concerto de música popular, mas que traz composições que abordam diferentes ritmos da América Latina. No repertório da música sinfônica, principalmente do século 20, temos vários autores que se inspiraram em temáticas nacionalistas. Como estamos no mês do carnaval, achamos que é uma proposta que tem mais a ver do que, por exemplo, um concerto com música erudita do século 19”, ressalta. Brant adianta que o segundo concerto da Temporada de Verão, na próxima semana, terá como convidado o cantor e compositor Toninho Geraes.
Compositora pioneira
Sobre a inclusão de “Sete canções para canto e orquestra”, com a participação de Fabíola Protzner, o maestro diz tratar-se de um destaque do roteiro. “Dinorá é uma compositora mineira, de Uberaba (Triângulo). Em 2025, completam-se 120 anos de seu nascimento, o que motiva celebrações em torno de sua obra. Essa peça que vamos mostrar é um ciclo de sete canções”, afirma.
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Uma delas, “Último retrato”, era dada como perdida. “Vamos fazer a reestreia dessa obra depois de a partitura ter sido encontrada e reeditada. Dinorá foi uma compositora inovadora, moderna, arrojada.”
Dinorá de Carvalho foi a primeira mulher a dirigir uma orquestra no país, ao fundar e assumir, na década de 1930, a Orquestra Feminina de São Paulo. Foi, ainda, pioneira na Academia Brasileira de Música, espaço até então reservado aos homens. Ela frequentou por 11 anos o Conservatório Dramático e Musical de São Paulo, e conviveu com nomes como Mário de Andrade e Camargo Guarnieri. Apesar do peso de sua biografia na música, o trabalho de Dinorá ficou esquecido e só recentemente passou por um resgate.
“RITMOS LATINOS” – TEMPORADA DE VERÃO
Concerto com a Orquestra Sinfônica de Minas Gerais, no Grande Teatro Cemig do Palácio das Artes Av. Afonso Pena, 1.537 – Centro). Nesta terça-feira (18/2), às 12h, trechos do repertório, com entrada gratuita. Na quarta-feira (19/2), às 20h, programa completo, com ingressos a R$ 20 (inteira) e
R$ 10 (meia). Informações: (31) 3236 7307.