CARNAVAL 2025

Dona Sônia cai no samba e faz sucesso na internet

Personagem criada pelo humorista radicado em BH Glauber Cunha viraliza com tutorial em que ensina dancinhas de carnaval para quem não tem samba no pé

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Cearense radicado em Belo Horizonte, Glauber Cunha, de 50 anos, fixou residência na capital mineira em 2006, quando atuava como analista de suporte. Na época, a cidade vivia uma efervescência de apresentações de stand-up comedy em bares e restaurantes. O formato logo chamou a atenção de Cunha, que decidiu se aventurar no universo do humor.


“Comecei a frequentar os shows de stand-up em 2008 e me empolguei com a coisa. Escrevi meu primeiro texto, fiz o teste, e o pessoal gostou. Naquele período, comecei a dividir o trabalho de analista com o de comediante”, conta Cunha.


O objetivo, segundo ele, era se profissionalizar no stand-up. Pouco tempo depois, fez um minicurso de teatro na PUC e procurou desenvolver suas habilidades como humorista, tendo como inspirações Chico Anysio (1931-2012) e Ariano Suassuna (1927-2014).


“A maior referência para quem trabalha com personagens é Chico Anysio. Nenhum outro humorista no Brasil criou tantos, com mais de 200 figuras diferentes no currículo. Construir personagens não é fácil. Cada um exige uma nova voz, figurino e trejeitos”, afirma Glauber Cunha.


Para o comediante, Suassuna é exemplo a ser seguido na escrita de roteiros e peças. “Ao ler Suassuna e ouvir suas palestras, é fácil perceber que ele é um comediante de stand-up que escolheu não seguir carreira. Sua perspicácia ao falar e suas críticas bem-humoradas me inspiram no que escrevo.”


Internet

A partir de 2018, quando as apresentações de stand-up em BH já não eram tão populares, Glauber Cunha decidiu tentar a sorte na internet. Valendo-se do que aprendeu no curso de teatro e da formação em produção multimídia, ele criou um canal no YouTube e gravou diversos esquetes, a maioria tratando com humor as diferenças entre a vida de ricos e pobres.


Nesse contexto, surge sua personagem mais famosa, dona Sônia, casada e mãe de dois filhos, de origem humilde, que busca representar o cotidiano de boa parte das famílias brasileiras. A personagem, conforme diz Cunha, é inspirada em sua própria mãe e nas tias paraibanas, mulheres sinceras e de respostas rápidas para qualquer situação.


“Junto de dona Sônia, surgem outros personagens, como o marido, Raimundo, homem inspirado no meu pai, que, ao lidar com a esposa, aceita tudo calado para não arrumar confusão”, diz o comediante.


Dona Sônia, Raimundo e os filhos, Inácio e Dayane – todos interpretados por Cunha –, conquistaram a internet, e os vídeos dedicados às dinâmicas familiares acumularam milhões de visualizações. O sucesso de dona Sônia foi tanto que possibilitou a Glauber permanecer na profissão de humorista durante a pandemia.


“Não foi fácil. Estava quase desistindo. Ser artista é amar muito o que se faz, mas com a consciência de que é difícil ter a arte como única fonte de renda”, afirma. “Durante a pandemia, só piorou. O ramo de entretenimento foi o último a voltar às atividades e naquele período me agarrei aos vídeos na internet. Eram minha última esperança.”


Deu certo. Os vídeos viralizaram e, atualmente, o cearense acumula mais de 8 milhões de seguidores em diversas redes sociais, como YouTube, Instagram, Facebook e TikTok.


Dona Sônia acabou ganhando um espetáculo inteiro, “Mãe raiz”, solo de Glauber Cunha marcado por interações com a plateia e histórias que tratam com graça aspectos comuns às mães brasileiras. O artista apresentará o espetáculo no mês que vem, em Betim e em Belo Horizonte.


“Meu público é família. Percebo que tanto crianças quanto pais e avós se divertem no show. Me dedico ao humor sem palavrões, piadas de cunho sexual ou violência, justamente para que pessoas de todas as idades possam se divertir.”


No espetáculo, Sônia é apresentada como presidente do Sindicato das Mães Raiz. No palco, cuja cenografia reproduz a sala onde Sônia trabalha, ela conversa sobre as diferentes formas de exercer a maternidade.


Em cada show, dona Sônia presenteia alguém com o troféu “Mãe raiz”. Para ganhar o prêmio, há o concurso de quem consegue gritar mais alto – com direito a medição com decibelímetro – e arremesso de chinelo.


“As interações ajudam a tornar o show mais dinâmico. Como dona Sônia é a única personagem em cena, ela rompe o monólogo ao descer do palco para conversar com outras mães, convidando-as a participar”, comenta o humorista.

Dancinha

Caracterizado como dona Sônia, Glauber Cunha gravou em 2023 um vídeo em que ensina dancinhas fáceis para os dias de folia. Entre os movimentos, destacam-se os gestos com os braços erguidos, batizados por ele de "Limpador de para-brisa" e "Dando sinal para o ônibus".

Neste pré-carnaval de 2025, o vídeo, que soma mais de 400 mil visualizações, voltou a viralizar em aplicativos de mensagens.


“MÃE RAIZ”
Solo de humor de Glauber Cunha. No sábado (22/3), às 20h, no Teatro do Monte Carmo Shopping (Av. Juiz Marco Túlio Isaac, 1119 - Ingá Alto, Betim). Ingressos: R$ 80 (inteira), R$ 40 (meia), R$ 40 (combo família, R$ 40 cada até 3 pessoas) e R$ 55 (mediante doação de 1kg de alimento não perecível), à venda no Sympla. Domingo (23/3), às 17h, no Cine Theatro Brasil (Av. Amazonas, 315 - Centro, Belo Horizonte). Ingressos: $ 80 (inteira), R$ 40 (meia), à venda no Sympla.

*Estagiária sob supervisão da editora Silvana Arantes

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