Diretor é preso por roubar R$ 62 milhões da Netflix
Carl Erik Rinsch é acusado de fraude eletrônica e lavagem de dinheiro; o valor era destinado para a produção de uma série que teria nomes como Bruna Marquezine
Formada pela UFMG, atua no jornalismo desde 2014 e tem experiência como editora e repórter. Trabalhou na Rádio UFMG e na Faculdade de Medicina da UFMG. Faz parte da editoria de Distribuição de Conteúdo / Redes Sociais do Estado de Minas desde 2022
Carl Rinsch usou dinheiro da Netflix para investir em criptomoedas, no mercado de ações e em artigos de luxo crédito: AFP
O diretor Carl Rinsch foi preso nessa terça-feira (19/3), nos Estados Unidos, acusado de fraude, após utilizar US$ 11 milhões (R$ 62 milhões) da Netflixpara investir em criptomoedas, no mercado de ações e em artigos de luxo, como relógios e carros esportivos. O valor destinado pela gigante do streaming era para a produção de uma série de ficção científica intitulada “Conquest”. O elenco teria nomes como Bruna Marquezine e Keanu Reeves.
Rinsch responde pelos crimes de fraude eletrônica e lavagem de dinheiro. Segundo os promotores, o diretor tinha um "esquema para fraudar a gigante do streaming".
O promotor Matthew Podolsky disse ao Washington Posy que Rinsch "orquestrou um esquema para roubar milhões de dólares, solicitando um grande investimento de um serviço de streaming” e que o dinheiro seria usado para produzir uma série de televisão que nunca existiu. "A prisão de Rinsch é um lembrete que a promotoria e os nossos parceiros do FBI continuam vigilantes na luta contra a fraude", afirmou.
Segundo a acusação, a Netflix pagou cerca de US$ 44 milhões (quase R$ 250 milhões) para comprar a série ainda inacabada. Mas a empresa desembolsou mais US$ 11 milhões depois que ele disse que precisava do dinheiro adicional para concluir o trabalho.
No entanto, em vez de usar a cifra extra para encerrar a produção, ele transferiu o dinheiro para outra conta, fazendo investimentos fracassados. Em dois meses, ele perdeu metade do valor total.
Foi então que o diretor resolveu investir o resto do dinheiro em criptomoedas. Isso fez com que Rinsch lucrasse um bom valor. A partir daí, ele gastou cerca de US$ 10 milhões em despesas pessoais e itens de luxo; mais US$ 1,8 milhão em contas de cartão de crédito; US$ 1 milhão em advogados para processar a Netflix para conseguir mais dinheiro; US$ 3,8 milhões em móveis e antiguidades; US$ 2,4 milhões em cinco Rolls-Royces e uma Ferrari; e US$ 652.000 em relógios e roupas.
Muito além dos filmes e séries de ficção, a Netflix oferece uma variedade de documentários biográficos que exploram as vidas de figuras conhecidas da cultura popular. Confira 10 dessas produções! pexels ohn-Mark Smith
A série sua preparação intensiva para os Jogos de Paris, oferecendo acesso aos bastidores de seus treinamentos e entrevistas exclusivas com colegas de equipe. Tem até uma participação da brasileira Rebeca Andrade, maior rival de Biles na competição. reprodução
"Arnold" (2023): O documentário dividido em três episódios analisa de forma íntima a vida multifacetada do astro Arnold Schwarzenegger. divulgação/netflix
O filme narra sua trajetória desde a infância humilde na Áustria até se tornar uma lenda no fisiculturismo, uma estrela global de Hollywood e, finalmente, o governador da Califórnia. Wikimedia Commons Gage Skidmore
"Sly" (2023): No mesmo ano, foi lançado "Sly", em homenagem ao icônico ator, diretor e roteirista Sylvester Stallone. divulgação/netflix
O documentário aborda momentos cruciais de sua carreira, como a criação de Rocky (1976), filme que ele escreveu e protagonizou, e que ganhou o Oscar de Melhor Filme, solidificando seu lugar na história do cinema. divulgação
Há também depoimentos de diversos ex-colegas e rivais da F1, como Mika Hakkinen, David Coulthard e Sebastian Vettel, além dos ex-presidente da Ferrari Luca di Montezemolo e o ex-chefão da Fórmula 1, Bernie Ecclestone. divulgação
"Senna: O Brasileiro. O Herói. O Campeão" (2010): A exemplo do documentário do alemão, 'Senna' mostra em detalhes a história do maior piloto brasileiro de F1 de todos os tempos — e um dos maiores do mundo. divulgação
Dirigido pelo britânico Asif Kapadia, o filme recebeu boas críticas quando foi lançado em 2010 e inclui depoimentos de várias figuras que fizeram parte da vida de Senna, que morreu precocemente aos 34 anos. wikimedia commons Instituto Ayrton Senna
"Anitta: Made in Honório" (2020): A minissérie documental dividida em seis episódios conta sobre a ascensão e bastidores da vida da cantora brasileira. divulgação/netflix
O filme conta com depoimentos de várias personalidade do mundo da música, como Luísa Sonza, Lexa e do norte-americano Will.i.am (foto). flickr - Aubrey Gemignani
"The Last Dance" (2020): Também em 2020, foi lançado "The Last Dance" ("A Última Dança"), que mostra detalhes da carreira da lenda do basquete Michael Jordan e a sua vitoriosa trajetória no Chicago Bulls. Divulgação
O astro foi hexacampeão da NBA nos anos 90 e tornou a liga mundialmente conhecida. O filme tem imagens exclusivas da última temporada do lendário time dos Bulls, em 1998. Reprodução/@michaeljordan
"Notorious B.I.G - A lenda do Hip Hop" (2021): Dedicado à vida e ao legado de Christopher Wallace, mais conhecido como Notorious B.I.G., o filme oferece uma visão íntima da vida do rapper, considerado uma das maiores lendas do hip-hop. Divulgação/Netflix
O documentário combina imagens raras e entrevistas com amigos próximos, familiares e colaboradores, incluindo sua mãe, Voletta Wallace, e Sean "Diddy" Combs, um dos principais impulsionadores de sua carreira. Divulgação/Netflix
"Homecoming" (2019): Codirigido pela própria cantora, o documentário retrata os bastidores da apresentação da diva do pop no Coachella, em 2018, marcado por sua homenagem à s raÃzes negras. Divulgação
Beyoncé tocou em duas noites e se tornou a primeira negra que foi headliner do festival. A própria cantora narra a história, que contém alguns depoimentos e imagens exclusivas. Reprodução/@beyonce
"A Noite que Mudou o Pop" (2024): O filme explora os bastidores da gravação histórica da música "We Are the World", em janeiro de 1985, que arrecadou cerca de US$ 160 milhões para combater a fome na África. divulgação/netflix
A produção reúne depoimentos de artistas como Lionel Richie e imagens inéditas, destacando a colaboração de estrelas como Michael Jackson, Cyndi Lauper, Bruce Springsteen e Stevie Wonder. reprodução
"Conquest" foi cancelada em 2023, devido ao "comportamento errático" do diretor e do desvio do dinheiro. Segundo o New York Times, a Netflix perdeu os U$ 55 milhões investidos. No entanto, a acusação aborda apenas os U$ 11 milhões.
Uma reportagem da “Variety” disse que a série previa gravações em diversos locais, incluindo Quênia, México, Romênia, Berlim, Hungria e Uruguai. Rinsch gravou algumas cenas no Brasil, e rapidamente estourou o orçamento, de acordo com a acusação.
O cineasta prometeu entregar sete episódios da série, mas depois informou que só conseguiria finalizar um capítulo com o dinheiro que recebeu.
Rinsch foi preso na Califórnia e participou de uma audiência na terça-feira. Ele não deu declarações e apenas respondeu às perguntas do juiz. A justiça decidiu que o diretor fosse solto no mesmo dia, depois que ele pagasse uma fiança de US$ 100 mil (R$ 566 mil). O caso vai ser processado no tribunal de Nova York, ainda sem data definida.