Mário Alves Coutinho lança hoje "Franz, sublime Schubert"
Escritor, crítico e ensaísta organizou textos sobre o mais "ambivalente, contraditório e ambíguo" dos compositores. Lançamento será às 10h30 deste sábado (22/3)
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“Eu vim ao mundo para não fazer nada além de compor.” Diferentemente de seus pares, Mozart, Beethoven e Haydn, Franz Schubert (1797-1828) não conheceu a glória em vida. Nem teve tempo para tal, pois morreu aos 31 anos. A despeito disso, deixou uma obra vasta, com nove sinfonias, sete missas, 18 óperas, extensa produção camerística e os célebres lieder, canções para voz e piano. Destes, foram 603.
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“Mesmo tendo uma vida muito curta e, segundo ele mesmo diz, triste, Schubert foi capaz de se realizar através do trabalho, do ato de compor”, afirma o escritor, ensaísta e crítico Mário Alves Coutinho, que lança neste sábado (22/3), a partir das 10h30, na Livraria da Rua, “Franz, sublime Schubert”.
Ele traduziu e organizou trechos de cartas, diários e citações sobre o compositor. Por meio do texto introdutório, Coutinho nos apresenta uma trajetória daquele que considera o mais “ambivalente, contraditório e ambíguo” dos compositores. “Sua vida e sua obra estão repletas de situações que apontam para um significado, mas que terminam por significar o seu exato contrário”, escreve Coutinho.
Para ele, um bom exemplo disto é a Sinfonia nº 8. É chamada de “Inacabada” por não ter sido concluída. Não por isto, é a mais célebre das sinfonias do compositor austríaco. Coutinho chama a atenção também para os lieder. “Ele não foi o primeiro a escrever um lied, mas é considerado o grande autor, quase que um iniciador desse gênero. Depois de Schubert, muito influenciados por ele, outros compositores de música clássica se dedicaram à canção.”
Música ao vivo
Os autógrafos de “Franz, sublime Schubert” serão com música. Americano radicado no Brasil, o pianista Evan Megaro vai executar peças do compositor durante o lançamento.
Doutor em Literatura Comparada pela UFMG, Coutinho é autor de vários livros em que disseca suas paixões: a literatura, o cinema e a música. A obra dedicada a Schubert é a terceira do gênero que publica pela editora Tipografia Musical. Os volumes anteriores são “Wolfgang Amadeus Mozart – Aforismos musicais extraídos de sua correspondência completa” (2016) e “Tudo tem que ser possível: O livro de Johann Sebastian Bach” (2018).
A série, conta Coutinho, começou justamente por conta de Schubert. “Eu tinha traduzido algumas coisas dele para o ‘Suplemento Literário’. Quando o Bruno D’Abruzzo (da Tipografia Musical), que já tinha editado um romance meu, viu (a edição do ‘SL’), me sugeriu um livro sobre Schubert.”
Feito o convite, Coutinho pensou. “Gosto muito dele, mas gosto ainda mais de Mozart.” Começou pelo gênio da música, depois passou para Bach. Coutinho trabalhou, majoritariamente, com textos em inglês e francês. A produção em português em torno da música clássica é ainda pequena.
“FRANZ, SUBLIME SCHUBERT”
• Organização de Mário Alves Coutinho
• Tipografia Musical (128 págs.)
• R$ 58
• O livro será lançado neste sábado (22/3), das 10h30 às 12h30, na Livraria da Rua (Rua Antônio de Albuquerque, 913, Savassi). Durante o lançamento, o pianista Evan Megaro vai executar peças de Schubert.