MÚSICA AO VIVO

Banda Mudhoney mostra seu estilo grunge hoje em BH

De volta à capital mineira, a banda norte-americana faz show na A Autêntica, mantendo o estilo com vocais crus e guitarras muito presentes e distorcidas

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A banda Mudhoney volta a BH em show neste domingo (23/3), na A Autêntica. Eles são considerados por muitos a banda que deu origem ao grunge, estilo que tomou as rádios na década de 1990. Nirvana, Pearl Jam e Soundgarden talvez sejam as bandas mais conhecidas desse estilo, que veio do pós-punk, com vocais crus e guitarras muito presentes com distorções barulhentas.


Desde os anos 1980, havia um sentimento rebelde se espalhando entre os jovens nos Estado Unidos e em boa parte do mundo. A sensação de desesperança foi se espalhando e críticas contra o capitalismo e o “american way of life” estavam cada vez mais presentes. Séries de protestos aconteceram, como os famosos L.A Riots, em 1992, manifestações gigantescas que tomaram as ruas de Los Angeles.


Muitas vezes, os protestos contavam com a presença de músicos e aconteciam intervenções artísticas variadas. A banda Rage Against the Machine ficou conhecida por participar ativamente dessas manifestações. O modelo banda de garagem estava totalmente disseminado nos EUA e bandas surgiam em diversas partes do país, muitas focadas em colocar toda a revolta nas músicas.


“Foi um período que coisas legais estavam acontecendo em Houston, Minneapolis, Austin, Chicago, tinha coisa nova vindo de todo lugar. Foi nessa época que o Flaming Lips surgiu em uma cidade minúscula, Oklahoma”, lembra Mark Arm, vocalista da Mudhoney.


Entre todas as cenas, no início dos anos 1990, o mundo da música se virou para Seattle, uma cidade média no estado de Washington. De lá surgiram bandas que tocaram em diversos países. O “grunge” se firmava como um estilo sonoro conhecido. Quando aconteceu a morte de Kurt Cobain, vocalista do Nirvana, em 1994, as ideias e o som de algumas das bandas de Seattle já estavam totalmente em circulação, com contratos com grandes gravadoras e clipes exibidos na MTV.


Só que as coisas começaram alguns anos antes. Em 1988, Mark Arm e Steve Turner se uniram a Matt Lukin e Dan Peters e criaram o Mudhoney. Já existiam bandas que tocavam nesse mesmo estilo, mas até hoje o álbum Superfuzz Bigmuff, que é o primeiro lançado pelo Mudhoney, ficou conhecido como o primeiro álbum grunge e acabou sendo a base para tudo que veio depois.


Bebendo de bandas de pós-punk como The Stooges, Neil Young e MC5, o Mudhoney abriu esse álbum histórico com “Touch me I’m sick”, a música que estabeleceu os parâmetros grunge de uma vez por todas. É curioso que o termo “grunge” traduzido para o português seria algo como sujeira encrustada e isso não é uma coincidência.


“Na época, tinha uma propaganda na TV de um produto que prometia tirar ‘the grunge’ (a sujeira) das cortinas e do banheiro. Essa sujeira estava no som das guitarras e, no caso do Mudhoney, está até hoje. (...) o Pearl Jam não tem essas guitarras, e eles chamam ele de grunge, vai entender”, questina Mark.


A origem do nome da banda, Mudhoney, na tradução seria algo como mel na lama. Era o nome de um filme do Russ Meyer, um diretor da década de 1960, que fazia filmes de ‘sexploitation’, um estilo de filmes B sobre crimes e sexo.


“O Muhoney nunca foi ligado às questões comerciais. Nunca tivemos esse objetivo. A gente nunca ficou grande, e também não abandonamos as guitarras barulhentas”, afirma o vocalista.

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Desde 1988, são 18 álbuns de estúdio lançados, fora os singles. Mais de 37 anos de carreira experimentando, gravando em gravadores analógicos, mixando com faders e tocando grunge.


Se a rebeldia dos jovens dos anos 1980 e 1990 mudou de foco, o grunge do Mudhoney continua com sua essência. Em letras afiadas, criticam o momento atual nos Estados Unidos. No álbum Digital Garbage, lançado em 2018, dois anos após a primeira eleição de Donald Trump, temas como ansiedade digital e “prosperidade gospel” estão presentes no álbum.


Agora em 2025, Mark Arm traz o Mudhoney para Belo Horizonte para lançar Plastic Eternity, o mais recente álbum da banda. “Você pode identificar claramente nossas raízes no Plastic Eternity. Eu tenho certeza que alguma coisa mudou no nosso som desde a ‘Touch me I’m sick’, são mais de 30 anos de banda, mas se a pessoa for ouvir o último ou qualquer álbum nosso, vai ouvir a gente ali, sem dúvida alguma”, conclui Mark.


“MUDHONEY”


Show da banda americana na A Autêntica (R. Álvares Maciel, 312, Bairro Santa Efigênia, BH), neste domingo (23/3), às 18h30. Ainda há ingressos disponíveis no site da casa (autentica.byinti.com/#/ticket/).

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