Formada pela UFMG, atua no jornalismo desde 2014 e tem experiência como editora e repórter. Trabalhou na Rádio UFMG e na Faculdade de Medicina da UFMG. Faz parte da editoria de Distribuição de Conteúdo / Redes Sociais do Estado de Minas desde 2022
Hamdan Ballal é co-diretor de documentário vencedor do Oscar 2025 crédito: AFP
O cineasta palestino Hamdan Ballal, co-diretor de “Sem chão”, vencedor do Oscar de melhor documentário, foi espancado por colonos israelenses na Cisjordânia ocupada e levado por soldados de Israel nessa segunda-feira (24/3), de acordo com colegas e testemunhas. Segundo Jihad Nawajaa, prefeito de Susiya, onde teria ocorrido a agressão, o espancamento começou após os colonos tentarem roubar ovelhas de casas palestinas.
O diretor participava de um encontro pelo fim do jejum diário do Ramadã quandona versão do prefeito, um grupo de colonos atacou a reunião e tentou roubar os animais. "Dezenas de colonos atacaram a reunião no Iftar (fim do jejum diário). Os jovens saíram para impedi-los, e houve cerca de oito feridos do nosso lado”, relatou à Reuters.
As Forças Armadas de Israel confirmaram a prisão de Ballal sob a alegação de que ele fazia parte de um grupo de palestinos que arremessava pedras contra os colonos. O Exército, no entanto, nega que o cineasta tenha sido retirado à força de uma ambulância para tratar ferimentos.
O paradeiro e o estado de saúde do cineasta não foram informados. Segundo o relato de Yuval Abraham, co-diretor de “Sem chão”, Ballal estava ferido na cabeça e na barriga e que estava sangrando.
O ativista palestino Ihab Hassan relatou que testemunhou o ataque e que “colonos invadiram casas, atiraram pedras, quebraram janelas e veículos e agrediram violentamente moradores e ativistas de solidariedade”, deixando vários feridos. "Quando a ambulância chegou para Hamdan, soldados israelenses a invadiram e o levaram. Não há sinal dele desde então”, escreveu em postagem do X.
Basel Adra, outro co-diretor de “Sem chão”, contou que Ballal chegou a ligar para ele, afirmando que estava em perigo. Ele foi ao encontro do amigo, mas, ao chegar, viu Hamdan sendo levado por militares, enquanto outras duas pessoas eram colocadas em carros de polícia.
Junto ao grupo de colonos, estavam a polícia e militares israelenses que, segundo ele atiravam em qualquer um que tentasse se aproximar, afirmou Adra.
Hamdan Ballal já havia relatado ter sofrido intimidação e ameaças de colonos israelenses. Em entrevista à CNN, em meados de 2024, ele contou que eles colocavam rebanhos em suas terras enquanto ele dormia.
De acordo com o cineasta, os colonos planejavam tomar suas terras e fazendas. A agressão teria se intensificado após os ataques do Hamas, em outubro de 2023. Ballal disse que documentou as interações com colonos, incluindo a ocasião em que um homem afirmou que Deus havia lhe dado as terras do diretor.
O dia 19/1 marcou o início do cessar-fogo entre Israel e Hamas, interrompendo 15 meses de guerra entre o país do Oriente Médio e o grupo extremista islâmico. O conflito provocou a morte de milhares de mortos, entre eles mais de 130 jornalistas.
Reprodução de vídeo AL JAzeera
Até o fim de outubro de 2024, quando a guerra completou um ano, ao menos 128 profissionais de imprensa já haviam perdido a vida no conflito. Os dados são da organização não-governamental Comitê para a Proteção dos Jornalistas (CPJ). Reprodução de TV / Al Jazeera
â??Pelo menos 128 jornalistas e trabalhadores de mÃdia, todos palestinos, com exceção de 5, foram mortos â??o maior número desde que o comitê começou a documentar os assassinatos, em 1992. Todas as mortes, exceto duas, foram realizadas por forças israelensesâ?, afirmou a entidade em comunicado.
Reprodução/Youtube
De acordo com o CPJ, este foi o conflito mais mortal para jornalistas desde 1992, quando a organização começou a fazer esse tipo de levantamento. Reprodução/TV Globo
"O CPJ também está investigando numerosos relatos não confirmados de outros jornalistas mortos, desaparecidos, detidos, feridos ou ameaçados, e de danos a escritórios de mídia e casas de jornalistas”, informou em comunicado a entidade. Youtube Canal Jovem Pan News
O conflito teve inÃcio no dia 7 de outubro, quando o Hamas atacou Israel por mar, ar e terra matando centenas de pessoas - incluindo ações em uma rave perto da Faixa de Gaza e em Kibutzim (comunas agrÃcolas). Reprodução/TV Globo
Em resposta, o governo do primeiro-ministro Binyamin Netanyahu passou a fazer ofensivas contra Gaza e a guerra ganhou uma nova escalada, resultando em milhares de mortos. Avi Ohayon/Wikimedia Commons
De acordo com as agências de notícias Reuters e AFP, as Forças de Defesa de Israel (FDI) afirmaram que não tinham como garantir a segurança dos profissionais de imprensa que atuam em Gaza. flickr Storming Ahead
"Não podemos garantir a segurança de seus funcionários e pedimos encarecidamente que tomem todas as medidas necessárias para a segurança deles", diz o comunicado da FDI enviado às agências. RayMark por Pixabay
Houve jornalistas mortos no ataque terrorista do Hamas, mas a maioria ocorreu nas ofensivas aéreas de Israel. Um caso isolado aconteceu na fronteira com o Líbano. Veja a seguir alguns casos! Youtube Canal Jovem Pan News
No ataque do Hamas em 7 de outubro de 2023, foram registradas as mortes de seis jornalistas, três israelenses e três palestinos. reprodução tv globo
Shai Regev, 25, do jornal Ma’ariv, e Ayelet Arnin (foto), 22, da emissora pública israelense Kan, foram mortos quando faziam a cobertura do festival de música Supernova. Reprodução/Facebook
O fotógrafo Yaniv Zohar, 54, do diário Israel Hayom, morreu junto com a esposa e duas filhas no ataque do Hamas ao Kibutz Nahal Oz. Reprodução/Facebook
A jornalista Salma Mkhaimer, de 31 anos, morreu junto com familiares (entre eles um filho pequeno, o pai e a mãe) durante ataque aéreo israelense na cidade de Rafah, no sul de Gaza, no dia 25 de outubro. Reprodução/Facebook
Fundador da empresa de serviços de imprensa Ain Media, Rushdi Siraj, 31 anos, também foi atingido por um ataque aéreo em Gaza. Ele deixou esposa e uma filha de menos de um ano. Reprodução de Twitter
O jornalista Hisham Alnwajha e o fotógrafo Mohammed Subh, ambos palestino da agência de notícias Khabar, morreram em ofensivas aéreas de Israel em 9 de outubro. Reprodução de vídeo AL JAzeera
O palestino Saeed al-Taweel, editor-chefe do site de notícias Al-Khamsa News, também perdeu a vida nas respostas de Israel dias depois do ataque do Hamas. Reprodução de vídeo AL JAzeera
Issam Abdallah, cinegrafista da Reuters no Líbano, morreu durante bombardeio na fronteira com Israel em confronto do Hezbollah, que apoia o Hamas. Reprodução/Redes Sociais
No dia 26 de outubro, Duaa Sharaf, apresentadora da rádio Al-Aqsa, morreu junto com a filha quando sua casa foi atingida por mísseis israelenses. Reprodução/Redes Sociais