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LITERATURA

Fliti discute em Tiradentes a criação literária das mulheres

Evento vai receber autoras do Brasil, Argentina, Uruguai e Cuba. Programação começa nesta quarta-feira (9/4) e vai até domingo na cidade histórica mineira

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Com programação intensa – lançamento de livros, debates, apresentações artísticas e exposições –, tem início, na quarta-feira (9/4), a segunda etapa da 5ª Feira Literária de Tiradentes (Fliti), que segue até domingo. Ana Maria Machado, Milton Hatoum, Mary del Priore, Paulo Lins, Daniel Munduruku, Micheliny Verunschk, Martha Medeiros e Eucanaã Ferraz estão entre os autores presentes na cidade histórica.

A primeira etapa foi realizada entre 7 e 10 novembro do ano passado. A divisão em duas partes – singularidade desta edição – tem duas razões, de acordo com a diretora-geral da Fliti, Cristina Figueiredo. Uma delas é o tema “Mulheres de prosas e versos”, que focaliza a presença feminina na literatura e enseja muitas abordagens, tantas que não caberiam em quatro ou cinco dias da edição tradicional.

A outra razão é marcar a internacionalização da Fliti, que conta, pela primeira vez, com escritores de outros países. O angolano José Eduardo Agualusa foi um dos convidados em novembro. Esta semana, desembarcam em Tiradentes a argentina Isol Misenta, a uruguaia Alejandra González, a cubana Teresa Cárdenas e o angolano Ondjaki.

“A partir do próximo ano, voltamos a concentrar as atividades em um único momento, na Vila Literária, como ocorreu em 2023”, diz Cristina. Ela conta que já pensava no tema “Mulheres de prosas e versos” há mais tempo, mas ele acabou sendo postergado devido a efemérides em torno de autores famosos.

Com a mão no queixo, a escritora Martha Medeiros sorri e olha para a câmera
Martha Medeiros diz que a Fliti é 'espaço de resistência' em defesa do livro, que vem perdendo espaço para as redes sociais Carin Mandelli/Divulgação

Os debates desta semana vão abarcar assuntos variados que se relacionam com o universo de cada convidado, mas todos abrem espaço para abordagens acerca do mote feminino. Daniel Munduruku e o indigenista Renato Soares vão falar sobre a lenda das amazonas. Martha Medeiros comentará sua trajetória na literatura.

Ana Maria Machado será entrevistada por Luciana Savaget no encontro com o público chamado “A audácia de ser mulher”, que alude ao livro “A audácia dessa mulher”, lançado pela escritora em 1999.

Ótica feminina

Eleita em 2003 para a Academia Brasileira de Letras (ABL), que presidiu entre 2012 e 2013, Ana Maria adianta que a conversa deve girar não apenas em torno de seu último livro, mas de outros romances que tratam da questão feminina. “Ela está presente em quase toda a minha obra, mesmo nos títulos mais políticos, como o 'Infâmia', que fala dos efeitos das fake news, ou no 'Tropical sol da liberdade', que aborda a ditadura militar. Tudo é visto pela ótica das personagens mulheres”, destaca.

É a primeira vez que Ana Maria participa da Fliti como representante da ABL, chancela que Cristina Figueiredo considera importante para a feira. A escritora destaca que todos os eventos que valorizam a leitura são importantes.

“É sempre a sinalização de que se deseja alguma coisa além do simples espetáculo. O que a Fliti, assim como outras iniciativas do gênero, propõe é a reflexão acerca de ideias que estão postas em torno da linguagem. O estímulo ao raciocínio segue sendo muito importante”, diz a escritora.

História da velhice

Participante desde a primeira edição, Mary del Priore também exalta o valor da feira mineira. “Houve adesão da cidade, além da integração com professores, alunos, moradores e comerciantes. É muito bonito ver esse crescimento da Fliti e o envolvimento da comunidade”, diz.

Escritora Mary del Priore fala ao microfone
A historiadora Mary del Priore lança o livro 'Uma história da velhice no Brasil' durante a 5º Flit Jackson Romanelli/divulgação

Mary vai lançar o livro “Uma história da velhice no Brasil”, que se alinha com sua investigação sobre o que chama de “temas de sociedade” e, conforme diz, ainda não havia sido objeto de estudo no país.

Martha Medeiros participa do debate “Quem diria que escrever ia dar nisso?”, título extraído de seu livro “Quem diria que viver ia dar nisso?”. Ela adianta que fará uma explanação sobre sua trajetória de 40 anos dedicados à literatura.

Assim como Ana Maria Machado e Mary del Priori, Martha Medeiros ressalta a importância dos festivais literários para o Brasil. “São absolutamente necessários, mais do que nunca porque hoje o livro tem um concorrente fortíssimo, as redes sociais. A Fliti é espaço de resistência”, diz ela.

Impacto social

Cristina Figueiredo destaca a vocação social da Feira Literária de Tiradentes, que, por meio de ações diversas, impacta cerca de 11,5 mil alunos de escolas públicas da região o Campo das Vertentes.

As ações incluem ônibus-biblioteca, reabertura e gestão da Biblioteca Pública de Tiradentes, empréstimo de livros e distribuição de 1,5 mil vales-compra para crianças e professores da rede pública adquirirem livros.

5ª FLITI

De quarta-feira (9/4) a domingo (13/4), no Centro Cultural Yves Alves, Espaço Cultural Aimorés e Largo das Mercês, entre outros espaços de Tiradentes. A programação, totalmente gratuita, está disponível no perfil da Fliti no Instagram.

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