MÚSICA

Banda Daparte festeja 10 anos de carreira com show em BH

Criado em 2015, o quinteto mineiro celebra aniversário com apresentação neste sábado (19/4), no Major Lock. Show percorrerá todas as fases da banda até aqui

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Em março de 2015, uma festa de St. Patrick's Day promovida pelo pub Major Lock reuniu duas bandas que viriam a se tornar grandes representantes do pop rock da nova geração, ambas de Belo Horizonte: Lagum e Daparte. Aquela, aliás, foi a primeira apresentação da Daparte, que, neste sábado (19/4), volta à casa de shows para comemorar sua primeira década de existência.


Naquela época, a banda ainda não tinha o nome atual – chamava-se Seu Zed. A maioria dos integrantes do quinteto formado por Juliano Rosa, João Ferreira, Túlio Lima, Bê Cipriano e Daniel Crase ainda era menor de idade, e cada um deles participava de outros projetos musicais. Contrariando a tradição das casas de show da época, que geralmente priorizavam bandas cover e deixavam pouco espaço para a música autoral, o grupo já estreou trazendo composições próprias.


“A nossa geração veio com um tanto de gente interessante. Era uma fase em que todo mundo queria ter uma banda, criar e compor”, lembra o vocalista Juliano Rosa. “Começou a surgir quase uma pequena rebelião, com várias bandas se formando com sons próprios, músicas compostas pelos integrantes ou em parcerias com outras bandas e artistas.”


O nome Daparte só foi adotado um ano depois, em 2016. O primeiro disco veio em 2018, após dois anos de shows, cujos cachês eram guardados para bancar o projeto. “O Major sempre foi a casa que tinha espaço para quem começava a tocar autoral em BH. O pessoal sempre foi muito parceiro nesse aspecto”, diz Juliano.


No álbum de estreia, cada integrante trouxe uma música de casa. A partir daí, selecionaram as que mais gostaram e assim surgiu “Charles”. “Fizemos meio que sem grandes pretensões. Com o tempo, fomos entendendo o que queríamos como banda”, conta João Ferreira.


Livros e capítulos

Na época, tudo era novidade. Exploravam a cena de Belo Horizonte, conheciam outras bandas e buscavam o som que queriam mostrar aos amigos. “Hoje, a gente pensa a música e os discos mais como livros, e as músicas como capítulos. Antes era tipo uma coletânea”, comenta João.


Depois de “Charles”, veio “Fugadoce”, disco que projetou o grupo nacionalmente. A admiração mútua com a Lagum seguiu firme e, neste disco, os conterrâneos lançaram a parceria “Nunca fui desse lugar”.


No final do ano passado, o público conheceu “Baterias de emergência”, projeto mais maduro da banda até aqui. “A gente está mais antenado com os equipamentos eletrônicos. Estamos usando muitas ferramentas que a tecnologia nos trouxe ao longo dos anos”, comenta Juliano.


Outra mudança está nas temáticas das canções, que acompanharam o amadurecimento dos integrantes – saíram da escola, passaram pela faculdade, viveram relacionamentos, enfrentaram desafios pessoais.


Gosto pela produção

“Dá pra ver nas letras a mudança que aconteceu na vida de cada um nesse período. No começo, éramos mais artistas de palco e compositores. Com o tempo, desenvolvemos gosto e técnica para produzir também”, afirma João. Os cinco assinam a produção do último disco.


A última apresentação da banda no pub belo-horizontino foi em 2018. Antes do sucesso nacional, tocavam lá quase todo fim de semana, quando a casa ainda ficava na rua Major Lopes. Agora, com o show na rua Guajajaras, prometem uma experiência mais íntima, com o público a poucos passos da banda.


“Vai ser especial. Vamos tocar músicas que não tocamos há muito tempo”, conta Juliano. O show vai percorrer diversos momentos da história da banda. O repertório inclui faixas dos três álbuns, o EP “Como não se lembram” e até alguns covers do início da carreira.


“Não necessariamente em formato de linha do tempo, porque gostamos de montar o repertório pensando em controlar o mood da galera”, explica João. “Acho que vai ser um clima de festão, algo bem alegre, com todo mundo cantando junto.”


Mais do que qualquer show ou prêmio, os dois concordam que a maior conquista da banda é a base de fãs. “A relação que temos com o nosso público é algo que celebramos muito e pelo qual somos muito gratos. Ver as pessoas cantando e pulando com as nossas músicas é algo muito gratificante para qualquer músico do mundo”, diz Juliano.


“Isso é algo muito especial e não é fácil de conseguir, ainda mais considerando o nosso gênero, o pop rock”, acrescenta. “É um gênero que todo mundo sabe que viveu momentos melhores no Brasil. Hoje, a grande indústria fonográfica está focada em outros estilos. A gente está quase numa guerrilha. E nosso público enfrenta isso com a gente, vai contra a maré. A gente também não quer simplesmente fazer o que está bombando no momento, que são as músicas que as pessoas acham engraçadinhas”, afirma.


Para os próximos 10 anos, Juliano e João esperam que a banda continue evoluindo. “O objetivo é sempre produzir músicas melhores, se superar”, diz Juliano. “E, acima de tudo, continuar amando a música, fazendo com garra e amor essa arte que a gente tem o prazer e o privilégio de fazer”, completa João.


DAPARTE 10 ANOS
Show neste sábado (19/4), no Major Lock (Rua dos Guajajaras, 842 - Centro). Abertura da casa às 20h. Ingressos à venda pelo Sympla, a R$ 55.

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