Escola de Choro de BH oferece aulas e apresentações gratuitas
Projeto nasceu da paixão de quatro instrumentistas pelo gênero musical genuinamente brasileiro. No sábado (26/4), tem roda de chorinho no Horto
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Siga noO Dia Nacional do Choro foi comemorado ontem, 23 de abril, em homenagem ao aniversário de Pixinguinha (1897-1993), mestre deste gênero musical. A data traz boa notícia: a abertura da Escola de Choro de Belo Horizonte. Viabilizada pela lei municipal de incentivo à cultura, ela oferece aulas gratuitas de violão de sete cordas, cavaquinho, pandeiro e instrumentos solistas (flauta, saxofone e bandolim), além de atividades práticas conjuntas.
A escola funciona no Centro Esportivo e Cultural da Abesc, no Bairro Horto, Região Leste de BH, sob a condução de quatro musicistas: André Milagres (violão de sete cordas), Marcelo Pereira (instrumentos solistas), Pablo Dias (cavaquinho) e Sandra Leão (pandeiro).
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A inauguração será comemorada com roda de choro no próximo sábado (26/4), às 11h, aberta ao público. “É só chegar com o instrumento e tocar com a gente. Isso é bem representativo para começar a escola. O melhor jeito é tocando mesmo, na roda, como se deve fazer”, afirma o violonista André Milagres.
O cavaquinista Pablo Dias diz que atividades como esta significam o compartilhamento de ideias e de vivências. “É incrível ter uma roda aberta, onde quem quiser pode chegar, tocar e dialogar musicalmente”, comenta.
Patrimônio nacional
O choro é reconhecido pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) como patrimônio cultural imaterial do Brasil. “É a manifestação de ideias, manifestação de culturas e, ao mesmo tempo, união de vivências tanto pessoais como musicais”, afirma Pablo Dias.
O gênero vem se consolidando há mais de 100 anos, lembra ele. “O choro nasceu do jeito abrasileirado de tocar melodias europeias que chegavam aqui no Brasil. É música feita a partir do encontro, das rodas, que têm essa ideia de tocar junto com uma certa improvisação”, reforça André Milagres.
A ideia da Escola do Choro de Belo Horizonte vem das vivências dos músicos envolvidos. Outros projetos já haviam sido realizados por eles, como a Escola de Choro de Pompéu, município da Região Central de Minas Gerais, além de aulas práticas em conjunto.
Pablo Dias destaca a importância de dar continuidade ao legado de musicistas para quem o choro significava resistência. De acordo com ele, a nova escola pretende atrair as pessoas para esta forma de expressão genuinamente brasileira.
André Milagres acredita que a escola terá impacto cultural e social na cena do choro em BH. “Estamos começando devagar, mas a ideia é poder ampliar e receber mais gente”, diz, enfatizando que a proposta é não apenas receber interessados em tocar choro, mas também em aprender a se portar na roda, além de conhecer a história do gênero musical e de seus compositores.
ESCOLA DE CHORO DE BELO HORIZONTE
Funciona no Centro Esportivo e Cultural Abesc (Rua Michel Echenique, 322, Horto). Inscrições gratuitas, via formulário disponível no Instagram (@escoladechorobh) ou pessoalmente na sede. Neste sábado (26/4), às 11h, tem roda de choro no local, com entrada franca. Informações: (31) 97126-2915.
*Estagiária sob supervisão da editora-assistente Ângela Faria