Lô Borges será homenageado no espetáculo musical 'A Sbornia Kontr'Atracka'
Artistas se apresentam em única sessão nesta terça-feira (4/11), no Teatro Sesiminas. Para diretor da montagem, músico mineiro marcou gerações
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Para onde vão as criações artísticas esquecidas e consideradas ultrapassadas? No espetáculo “A Sbornia Kontr’atracka”, com apresentação única nesta terça (4/11), às 20h, no Teatro Sesiminas, elas são descartadas na Recykla Gran Rechebuchyn, a Grande Lixeira Cultural da nação fictícia Sbornia.
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Durante as sessões, há homenagem aos artistas que morreram. Desta vez, será realizado tributo ao mineiro Lô Borges, que morreu no último domingo (2/11), em decorrência de falência múltipla de órgãos.
“Ele é uma figura muito importante e era meu amigo”, diz Hique Gomez, responsável pela direção e concepção da montagem. “Esteve na minha casa e sempre me convidava para ir ao show dele. Além de ser um grande artista que marcou gerações”, continua.
“A Sbornia Kontr’atracka” é a montagem que dá sequência ao sucesso “Tangos e tragédias”, espetáculo realizado por Gomez e Nico Nicolaiewsky (1957-2014), que ficou em cartaz por 30 anos no Brasil, de 1984 a 2014. Após a morte de Nicolaiewsky, as apresentações entraram em recesso até 2016, marcando nove anos do novo espetáculo.
“Começamos em 1984, no fim da ditadura, quando não havia perspectiva de seguir carreira artística. No Rio Grande do Sul, poucos teatros existiam, e a gente não pensava em ocupar, porque eram teatros ocupados por grandes artistas, como Tom Jobim e Paulo Autran. Conseguimos fazer uma temporada tradicional que durou 28 janeiros, viajando pelo Brasil durante o ano. Me surpreende conseguir dar continuidade com tanta fluidez”, comenta Hique.
Carmen Miranda
Nesta narrativa, a Sbornia é uma ilha, separada do continente por explosões nucleares. Os personagens são um grupo de artistas que recicla com novos arranjos as músicas descartadas na Recykla Gran Rechebuchyn. Entre eles, estão o violinista Kraunus Sang (Hique Gomez), a pianista Nabiha (Simone Rasslan), o tocador de gaita de foles MenThales (Tales Melati) e Pierrot Lunaire (Gabriella Castro), a grande sapateadora do Ballet Hiperbólico da Sbornia.
O repertório do espetáculo inclui canções de artistas que “deixam uma marca por causa da sua originalidade”, como afirma Hique Gomez. Da lixeira cultural da Sbornia, são retiradas pelos personagens algumas músicas de artistas brasileiros como Vicente Celestino, Alvarenga & Ranchinho, Carmen Miranda e Mário Manga.
“A nossa influência era pensar como a cultura brasileira, com essa envergadura toda, com essa diversidade e com essa consistência, vai parar na grande lixeira cultural da Sbornia”, conta o diretor.
“A SBORNIA KONTR’ATRACKA”
Direção: Hique Gomez. Com Hique Gomez, Simone Rasslan, Tales Melati e Gabriella Castro. Apresentação única nesta terça (4/11), às 20h, no Teatro Sesiminas (Rua Padre Marinho, 60, Santa Efigênia). Ingressos: R$ 120 (inteira) e R$ 60 (meia), à venda na plataforma Sympla.
* Estagiária sob supervisão da subeditora Tetê Monteiro