Bruno Engler (PL, à esq.) e Rogerio Correia (PT) protagonizaram um bate-boca no debate desta quinta (8/8) -  (crédito: JUNIA GARRIDO/DIVULGAÇÃO)

Bruno Engler (PL, à esq.) e Rogerio Correia (PT) protagonizaram um bate-boca no debate desta quinta (8/8)

crédito: JUNIA GARRIDO/DIVULGAÇÃO

As eleições são para a Prefeitura de Belo Horizonte (PBH), mas a disputa ideológica hoje no Brasil entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, representando a esquerda, e seu antecessor, Jair Bolsonaro, na extrema direita, foi um dos temas do primeiro debate entre os candidatos ao comando da capital mineira, realizado na noite de quinta-feira (8/8), pela TV Band Minas.

 

 

 

Durante as duas horas de embate entre sete dos principais candidatos à PBH, Lula e Bolsonaro foram citados 39 vezes. Na maioria das vezes pelo deputado federal Rogério Correia (PT) e pelo deputado estadual Bruno Engler (PL), que disputam o pleito tendo como principais cabos eleitorais o atual presidente e o ex.

 

 

O candidato Carlos Viana (Podemos) chegou a ironizar às referências aos cabos eleitorais. “Parece que quem vai governar Belo Horizonte é Lula ou Bolsonaro”, afirmou. No entanto, Engler foi mais comedido nas citações a Bolsonaro e Lula, ao contrário de Correia, que, ao ser filmado na abertura do debate, fez o L para as câmeras e diversas críticas ao ex-presidente ao longo das discussões. Das 23 menções a Lula, 17 foram feitas por Correia e apenas uma por Engler.

 

 

No caso de Bolsonaro, mencionado no debate 16 vezes, foram nove citações feitas por Correia e cinco por Engler, que não escondeu o apoio do ex-presidente à sua campanha, mas tentou se desvencilhar da ligação de bolsonarista e focar sua fala nos problemas da cidade. Engler chegou a defender a vacinação, tema controverso para os bolsonaristas, e pediu para que que o debate se ativesse a problemas da cidade e não a questões ideológicas.

 

 

 

 

“Não adianta ficar aqui entrando nesse debate ideológico. Eu respeito a liberdade das pessoas”, defendeu o candidato que, ao final do debate, em suas considerações finais, mencionou pela primeira vez, e de maneira explícita, o apoio do ex-presidente à sua candidatura. Engler busca com isso ampliar seu eleitorado para além do bolsonarismo na tentativa de ir para o segundo turno.

 

 

Já Correia fez questão todas as vezes de citar o presidente e o apoio que garante que terá de Lula se for eleito prefeito de Belo Horizonte. “A bem da verdade, vocês sabem que eu sou o candidato do presidente Lula”, disse o deputado, que também destacou seu trânsito junto ao presidente como um fator fundamental para a busca de recursos para a cidade.

 

 

O parlamentar garantiu ainda que resolveu ser candidato atendendo a um pedido de Lula. “Bolsonaro não fez nada para BH”, criticou Correia, que, em determinado momento, sugeriu a Engler que tomasse cloroquina para "se acalmar".

 

 

 

A provocação não ficou por menos e Engler acusou Lula e o PT de, além de não fazerem "nada" para Belo Horizonte, de tentarem "atrapalhar" a ampliação do metrô de BH. “Não basta não fazer, tem que atrapalhar”, afirmou Engler. Lula e Bolsonaro também foram citados por Viana e Duda.