Bolsonaro foi acusado de falsificar o cartão de vacinação  -  (crédito: Leandro Couri/EM/D.A Press – 6/10/23)

Bolsonaro foi acusado de falsificar o cartão de vacinação

crédito: Leandro Couri/EM/D.A Press – 6/10/23

O advogado de defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) Fabio Wajngarten classificou o indiciamento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) como um "absurdo". Em suas redes sociais, Wajngarten alega que a acusação da Polícia Federal é uma "perseguição política". 

 

A PF indiciou, nesta terça-feira (19/3), o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), o ex-ajudante de ordens Mauro Cid e outras 15 pessoas no caso que apura a falsificação de certificados de vacinas de COVID-19.

 

De acordo com Wajngarten, até o momento a defesa do ex-presidente não teve acesso ao caso. A defesa de Jair Bolsonaro também alega que toda a população conhece o posicionamento do ex-presidente sobre a vacinação contra a COVID-19. 

 

 

Durante a pandemia da COVID-19, Bolsonaro se posicionou diversas vezes contra a vacinação e até mesmo questionou a eficácia da vacina. O ex-presidente também decretou 100 anos de sigilo sobre seu cartão de vacina.

 

"Na minha humilde opinião o indiciamento de hoje, que até o presente momento a defesa técnica sequer teve acesso, é tão absurdo quanto o caso da baleia. O mundo inteiro conhece a opinião pessoal do (ex) Presidente Jair Bolsonaro quanto ao tema da vacinação, muito embora ele tenha adquirido mais de 600 milhões de doses", disse Wajngarten, no X (antigo Twitter).

 

 

"Ademais, enquanto exercia o cargo de Presidente, ele estava completamente dispensado de apresentar qualquer tipo de certificado nas suas viagens. Trata-se de perseguição política e tentativa de esvaziar o enorme capital politico que só vem crescendo", continuou.


Wajngarten ainda pontuou que possíveis candidatos a cargos políticos devem "surfar a onda desse enorme capital político, mantendo-se indiferente à essa perseguição". 


"Por falar em capital político, vamos ver com lupa quais candidatos querem surfar a onda desse enorme capital politico, mantendo-se indiferente à essa perseguição. Ao final, recomendarei ao grupo politico do Presidente que jamais permita que essa relação unilateral e desequilibrada seja ativo eleitoral de quem quer que seja. Aos oportunistas de ocasião, tenham a certeza, que mais ainda agora, gafanhotos terão vida curta. Política é grupo, coesão e solidariedade", disse.

 

Acusação da PF

 

A Polícia Federal (PF) indiciou o ex-presidente Jair Bolsonaro e outras 16 pessoas pelos crimes de associação criminosa e inserção de dados falsos no Sistema Único de Saúde (SUS)

 

Em maio do ano passado, Mauro Cid foi preso sob suspeita de alterar os dados do cartão de vacinação dele, da esposa, da sua filha, do ex-presidente e da filha de Jair Bolsonaro, Laura Bolsonaro.

 

A Polícia Federal também aponta o crime de uso indevido de documento falso, no caso de Mauro Cid.

 

Na prática, o indiciamento significa que o processo segue para as mãos do Ministério Público, que decide se apresenta denúncia à Justiça ou arquiva a apuração. O crime de associação criminosa prevê pena de 1 a 3 anos de prisão; o de inserção de dados falsos em sistema de informações, de 2 a 12 anos.

 

Confira as pessoas que foram indiciadas:

  • Jair Bolsonaro, ex-presidente;
  • Mauro Barbosa Cid, coronel do Exército e ex-ajudante de ordens da Presidência da República;
  • Gabriela Santiago Cid, esposa da Mauro Cid;
  • Gutemberg Reis de Oliveira, deputado federal (MDB-RJ);
  • Luis Marcos dos Reis, sargento do Exército que integrava a equipe de Mauro Cid;
  • Farley Vinicius Alcântara, médico que teria emitido cartão falso de vacina para a família de Cid;
  • Eduardo Crespo Alves, militar;
  • Paulo Sérgio da Costa Ferreira;
  • Ailton Gonçalves Barros, ex-major do Exército;
  • Marcelo Fernandes Holanda;
  • Camila Paulino Alves Soares, enfermeira da prefeitura de Duque de Caxias;
  • João Carlos de Sousa Brecha, então secretário de Governo de Duque de Caxias;
  • Marcelo Costa Câmara, assessor especial de Bolsonaro;
  • Max Guilherme Machado de Moura, assessor e segurança de Bolsonaro;
  • Sergio Rocha Cordeiro, assessor e segurança de Bolsonaro;
  • Cláudia Helena Acosta Rodrigues da Silva, servidora de Duque de Caxias;