Encontros às cegas, certamente, você conhece, ouviu falar ou até já participou. Mas e um encontro às cegas gastronômico, em que um grupo de pessoas totalmente desconhecidas se juntam para saborear um jantar especial e criar um novo grupo de amizades, outro ciclo de amigos? Essa é a proposta do aplicativo Timeleft, disponível em algumas cidades do Brasil, inclusive Belo Horizonte, que reúne sempre às quartas-feiras à noite desconhecidos para um jantar. Você faz sua inscrição, confia no algoritmo e ele une cinco pessoas compatíveis em algum restaurante da sua cidade. E aí, ficou curioso para experimentar? 

 



 

Saiba que o Timeleft recusa o rótulo de "aplicativo de encontros" ou "Tinder gastronômico". É uma proposta nova, que surgiu no exterior e que ganha o mundo com a missão de promover encontros entre  pessoas num mundo cada vez mais isolado, com a solidão à espreita e muitos à espera de um convite para um jantar delicioso regado da melhor conversa. Só isso.    

 

Jean Bortoleto, country manager do Timeleft no Brasil, em conversa com o Estado de Minas, de São Paulo, conta que o "Timeleft luta contra a solidão urbana nas grandes cidades organizando jantares entre estranhos todas as quartas-feiras à noite. Acreditamos que nosso match de personalidades do algoritmo Timeleft cria pontes reais entre as seis pessoas da mesa, com base nas afinidades detectadas".

 

 

O gerente nacional do Timeleft assegura que o aplicativo é inédito: "A ideia de juntar pessoas presencialmente por meio de um algoritmo, que só se conhecem e sabem do local no dia, é inédita, sim, e nós que começamos, em Lisboa, em maio de 2023".

 

De acordo com Jean, o impacto foi uma surpresa, pois os primeiros participantes recomendaram para amigos e a ideia foi sendo abraçada aos poucos, no boca a boca mesmo. E só depois perceberam que podiam profissionalizar até chegar ao nível de automação que têm hoje: "O resultado é que já estamos, um ano depois, em 18 países e quase 80 cidades pelo mundo".

 

A solidão do mundo atual

Jean revela que o chamariz inicial de como seria o Timeleft foi do fundador, um francês (Maxime Barbier) morando em Lisboa, que sentia dificuldade em fazer amigos estando em uma nova cidade. Com o tempo, eles perceberam que esse era um sentimento comum, não só de viajantes, afinal, as pessoas podem se sentir sozinhas e isoladas por diversos motivos e momentos da vida.

 

Jean Bortoleto, country manager do Timeleft no Brasil, diz que já sabia que em BH o APP seria um sucesso, 'pela receptividade, culinária e cultura amplamente conhecida e admirada em todo país'

Timeleft no Brasil/Divulgação

 

"Pode até parecer trivial, mas não é um encontro aleatório. A tecnologia vem como um facilitador de conexões nesse cenário, onde as pessoas do grupo já vão sabendo que tem algum nível de afinidade e gostos em comum com os demais. É como se fosse um meio caminho andado para conhecer pessoas que, muito provavelmente, terão diversos pontos em comum e complementares", explica Jean.

 

 

Na hora de formar o grupo, Jean conta que o app traça um perfil com base em um questionário inicial, assim o risco de encontro de pessoas muito diferentes é bastante baixo. "E, quando ocorre, o usuário pode nos informar, via app, e o sistema não atribuiu mais essas pessoas na mesma mesa no futuro", destaca.

 

O brasileiro curtiu

 

O público do Brasil abraçou a ideia. O Timeleft, além de BH, está em São Paulo, Campinas, Rio de Janeiro, Porto Alegre e Brasília: "Em menos de três meses, acabamos de virar o país com maior número de participantes do mundo, praticamente empatados com a França, no momento. Brasileiros são pessoas festivas, de mente aberta, interessadas em conhecer e discutir com estranhos".

 

E a escolha das cidades, destaca Jean, se dá por pesquisas internas de algumas variáveis de mercado: "Mas BH já sabíamos que seria um sucesso, pela receptividade, culinária e cultura amplamente conhecida e admirada em todo país."

 

 

A modelo Fernanda Serpa viveu a experiência do Timeleft e jantou em um restaurante português em BH. Ela conta que adorou as companhias, no grupo, um advogado, um músico e uma estudante de veterinária

Arquivo Pessoal

 

A modelo Fernanda Serpa, de 26 anos, confirma o que diz Jean. Depois de rodar o mundo, conhecer o aplicativo nos EUA e México, ele deixou para experimentá-lo no Brasil. Viveu a experiência no último 24 de abril e já se prepara para um novo encontro às cegas.

 

"Fui ao Caravela, no Diamond Mall, restaurante de comida portuguesa. Tudo no escuro. Sabia pouquíssimas informações, como o signo, profissão e idade. E foi muito legal. Cinco pessoas, entre 23 e 28 anos, um advogado, músico, estudante de veterinária, bem eclético e funcionou muito bem. Uma noite agradável, trocamos telefone, fizemos um grupo no WhatsApp, passamos a nos seguir no Instagram e até programamos um novo jantar, agora, com o grupo já formado."

 

Fernanda conta que, num primeiro momento, ficou tensa, mas correu tudo bem: "Fiquei pensando se seria um 'tinder', 'encontro para relacionamento'. Mas não. O intuito é fazer networking, literalmente, aumentar o ciclo de amigos. A noite fluiu, um grupo ótimo, conversamos muito e o restaurante era perfeito".

 

 

A modelo recomendo a experiência, principalmente, pelo cuidado que o aplicativo tem na formação do grupo para o jantar: "Percebi que há um cuidado, escolhem o perfil das pessoas com atenção, com vontade, não as jogam simplesmente em uma mesa para jantar de forma aleatória. Se preocupam, perguntam o que comemos, então, não vai enviar um vegano para uma churrascaria. Têm um bom filtro. Já conto os dias para ir de novo". 

 

Fernanda, que "ama" cozinhar, enfatiza que o aplicativo casa muito bem a cena gastronômica de BH: "Amo BH e nossa culinária. Fui para vários países e resolvi voltar para casa, não tem igual. Nossa gastronomia é insuperável. Do tropeiro aos pratos mais elaborados. E o Timeleft uniu duas coisas perfeitas para os mineiros, boa comida e boa conversa. E cada reserva, você vai conhecer novos restaurantes e pessoas, há diversidade e fazem tudo para não repetir o grupo e o lugar". 

 

Segurança garantida

 

O Timeleft garante um jantar sem sobressaltos, seguro, uma noite agradável, de descobertas em uma mesa de conversa: "Sim, é seguro. Para começar, nossos encontros ocorrem sempre em locais públicos, com conhecimento prévio dos restaurantes. Temos o cadastro de todos os convidados em nossa base e compartilhamos um guia de segurança com orientações para antes, durante e depois do jantar. Nossa equipe está sempre pronta para atender e acompanhar qualquer caso que possa causar desconforto a algum convidados", garante Jean.

 

Como participar do Timeleft?

 

Timeleft: encontro gastronômico às cegas. Está preparado?

Timeleft Brasil/Divulgação
 

Você pode criar gratuitamente a conta no Timeleft e o aplicativo tem pacotes de reserva com valores específicos. Neste momento, os custos são:

  • Reserva única: R$ 39,99
  • Um mês: R$ 59
  • Três meses: R$ 119
  • Seis meses: R$ 199

 

Escolha dos restaurantes

 

Jean explica que o aplicativo faz parcerias com os melhores restaurantes da cidade. A seleção é feita com base em avaliações de convidados em diversos portais, indicação dos restaurantes a prêmios, além de acompanharmos semanalmente os feedbacks dos próprios usuários para decidir se faz sentido manter as parcerias ou não.

 

O jantar ocorre todas às quartas, às 20h. Normalmente, a duração é de duas horas e a escolha de menu é feita 100% pela mesa: "Também organizamos um after, onde todos os convidados da mesma cidade se reúnem em um único local. Eessa semana teremos quase 200 pessoas participando do nosso jantar, só em BH. Costuma ser bem divertido, tanto o jantar quanto o after".

 

O pagamento do jantar

 

 

Timleft: o aplicativo do encontro gastronômico

TimeLeft Brasil/Diuvlgação

 

Quanto ao pagamento do jantar, Jean conta que há três faixas de valor, que são informadas durante o questionário, e podem ser editadas no futuro. O pagamento é feito direto para o restaurante. Atualmente:

  • $ = até R$ 120
  • $$= de R$ 120 a R$ 200
  • $$$ = + de R$ 200

 

Serviço

Para ter mais informações sobre o Timeleft, acesse o site e o Instagram.

 

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