Tem campeã na área ávida por mais sucesso e reconhecimento na 6ª edição do Festival do Queijo Artesanal de Minas, que ocorre até sábado (15/06) no Expominas, em Belo Horizonte. A Mantiqueira de Minas foi eleita pelo público como a melhor região produtora de queijo do estado nas edições de 2022 e 2023. E agora, em 2024, os produtores dos 11 municípios que compõem esse terroir querem superar novamente os concorrentes. Ao todo, são 13 regiões participantes.
Entre os representantes da Mantiqueira de Minas, destaca-se o casal de produtores Bianca Lamenha, administradora, e Gustavo Pitta, engenheiro aposentado, de Itamonte. Além dessa cidade, mais 10 municípios, como Passa Quatro, Virgínia, Pouso Alto, Bocaina de Minas, Aiuruoca, Carvalhos e
Itanhandu, fazem parte dessa região queijeira. Toda elas produzem o queijo com as características deste território.
Bianca Lamenha e Gustavo Pitta fundaram a Queijaria Velho Pitta e estão na região vencedora pela eleição popular em 2022 e 2023. A Mantiqueira, portanto, é bicampeã e quer o tricampeonato.
A votação no Expominas não é por marca nem queijaria, mas pelas regiões presentes no Festival. O queijo artesanal denominado Mantiqueira de Minas é feito com leite cru, massa semi cozida, prensado e maturado em madeira, como explica Bianca.
As inovações nos queijos da Mantiqueira
Tem a base tradicional, que caracteriza o queijo da Mantiqueira de Minas, mas o casal gosta de criar e experimentar novas receitas. "Inovamos e fizemos queijos temperados, defumado e resinado. E uma última criação tem pesto, que é o queijo verde, o Esmeralda. Aliás, todos eles têm nome de pedras preciosas. Sempre considerei nossos queijos joias raras, então, na hora de nomeá-los, tive esta ideia aprovada pela nossa técnica do ATeG (Assistência Técnica e Gerencial do Senar)".
Com pouco tempo de mercado, a Queijaria Velho Pitta surpreende pelo resultado e qualidade dos queijos que produz. E tudo começou, conta Bianca, depois da aposentadoria do marido, que decidiu realizar o sonho do pai, veterinário, que queria ter uma propriedade longe do agito dos grandes centros.
O pai não viu o sonho de pé, mas Gustavo e Bianca conseguiram criar algo sustentável, sem maiores pretensões.
"Começamos a fazer queijo com leite de algumas vaquinhas, mas sem nenhum conhecimento técnico. Fomos aplicando à produção nosso estudo. Na época da pandemia da COVID-19, ficamos presentes o tempo todo na propriedade, foi quando nos dedicamos mais e entramos para o programa do ATeG em parceria com o Sindicato. Investimos em consultorias e começamos em 2023 a participar de concursos e a marca, surpreendentemente, começou a se destacar. Criamos nossa história, ainda recente, sem a tradição ou herança familiar, mas a nossa história que vem do sonho do meu marido e se tornou meu também."
Pérola, Âmbar, Olho de Tigre, Rubi...
Foi nesse momento que o casal decidiu dar nome para as suas joias raras. Como os queijos são amarelos, como tons de várias pedras preciosas, foram chamados de: Pérola, Madrepérola, Âmbar, Olho de Tigre e Citrino. E, diante das inovações das receitas, com mais cores surgindo a partir dos ingredientes, os nomes homenagearam outras pedras coloridas: Rubi (tomate seco), Ametista (azeitona preta), Esmeralda (pesto), Ônix (capa preta) e Caverna (maturado na cave). E o Olho de Tigre acabou de receber a medalha de ouro no Mundial do Queijo Brasil, em São Paulo.
Para Bianca, o reconhecimento num curto espaço de tempo distingue a queijaria em algo que julga fundamental: "O diferencial é a propriedade ser certificada como livre de brucelose e tuberculose, o que nos deu a oportunidade de alcançar o selo de queijo artesanal pela lei do deputado federal Zé Silva (Solidariedade-MG)."
Impulsionar e valorizar o queijo artesanal de Minas Gerais
E a participação no Festival do Queijo Artesanal de Minas é motivo de alegria e expectativa para Bianca e Gustavo: "O Festival cria oportunidade e traz conhecimento impulsionando e valorizando o queijo artesanal de Minas Gerais".
Para Bianca, a votação do melhor queijo do Festival, aberta ao público, demonstra que a análise sensorial do brasileiro é muito particular: "Cada região tem um costume e provar diferentes produtos traz uma competição saudável ao universo do queijo. O queijo Mantiqueira de Minas vem conquistando seu espaço com relevância e isso anima os produtores e traz benefício à região."
Bianca explica que o queijo produzido na Mantiqueira teve sua caracterização reconhecida em meados de 2020, em plena pandemia: "Cada região produtora tem suas próprias características em função da altitude, temperatura, solo, pastagem, umidade. A partir desse terroir é que sua identidade própria foi criada. O queijo da Mantiqueira assemelha ao Grana Padano e parmesão, mas pela região é mais adocicado, mantendo a acidez."
Serviço
- Evento: 6ª edição do Festival do Queijo Artesanal de Minas
- Local: Expominas (Avenida Amazonas, 6.020, Bairro Gameleira)
- Dias e horários: 14/06, das 12h às 22h, e 15/06, das 10h às 22h
- Mais informações e ingressos gratuitos: neste link