Quem passa pela Rua Antônio de Albuquerque, no coração da Savassi, Região Centro-Sul de Belo Horizonte, pode ter notado que em meio ao movimento gastronômico do bairro, uma hamburgueria de um chef renomado, não está funcionando. Nico Sanduíches, do chef Leo Paixão, fechou as portas recentemente.

 

A casa que leva o nome do cachorro de Leo e tem a carinha estampada na fachada, servia sanduíches artesanais com ingredientes selecionados. O estabelecimento adotava o sistema de autoserviço e cozinha em conceito aberto, de onde os clientes podem observar o preparo dos pratos. Além disso, também oferecia a possibilidade de delivery e retirada no local. 

 

 

Questionado sobre o motivo do fechamento, Leo Paixão informou que a operação do grupo cresceu muito e, por isso, precisaram da equipe do Nico para as outras casas. À frente de diversos estabelecimentos em Belo Horizonte, como o Ninita, Nicolau Bar da Esquina, Mina Jazz Bar e Glouton, o chef inaugurou outro restaurante este ano, o Macaréu, na divisa do Belvedere com o Vila da Serra, em Nova Lima, na Região Metropolitana de BH.

 



 

Outro fator que motivou o fechamento foi a estrutura da hamburgueria. "A loja era pequena demais. Estamos procurando algo maior pra abrirmos com mais conforto", afirma Leo.

 

Segundo ele, a expectativa é reabrir a casa futuramente, mas ainda não há data e novo endereço. "Está tudo guardado pra reabrirmos quando der um respiro, em outro local", diz o chef.

 

 

Demanda no setor gastronômico

Em maio deste ano, a Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel) começou um recrutamento de profissionais com mais de 50 anos para atuar em diversas funções no setor gastronômico de BH e Região Metropolitana. A presidente da associação, Karla Rocha, afirmou que a iniciativa tem como objetivo suprir a falta de profissionais na área.

 

 

Por causa disso, diversos donos de restaurantes tiveram que fechar seus estabelecimentos. Foi o caso de Marcelo Gonzalez, que trabalha há 35 anos no ramo e coordena uma série de restaurantes na cidade. Ele precisou fechar uma de suas casas e distribuir os funcionários para as outras. 

 

Para Leo Paixão, "o problema está em toda a cadeia produtiva, não somente em bares e restaurantes. Mão de obra menos qualificada precisa ser mais bem remunerada". Apesar do cenário atual, o chef se mostra esperançoso e acredita que a situação da oferta de mão de obra tende a melhorar.

 

*Estagiária sob a supervisão do subeditor Humberto Santos

 

 

 

 

 

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