Ir ao restaurante Mishiguene, em Buenos Aires, e não comer o famoso bife de pastrami é o mesmo que não se deliciar com pão de queijo em uma visita a Minas Gerais. O prato é o momento mais aguardado do menu degustação, a última etapa antes da sobremesa, mas também está disponível no menu à la carte.

 



 

Chamado de “pastrón” na Argentina, o pastrami tradicional tem origem na época do Império Turco-otomano e é uma das grandes estrelas da cozinha judaica no mundo.

 

“Foram os turcos que criaram o sistema de cura para levar as carnes pelas viagens e essa receita se disseminou por toda a Europa ao longo do tempo. Mais tarde, um açougueiro transformou o sistema de cura seca em salmoura de água com sal e assim criou o primeiro pastrami”, conta o chef Tomás Kalika.

 

 


Esqueça tudo o que você conhece sobre pastrami. Na hora de levar a receita para o Mishiguene, Tomás quis fazer diferente. “A minha ideia era criar algo novo, com um corte de carne argentino – a receita americana é com rosbife ou peito de boi. Comecei a testar e um dia fizemos com costela de boi, ficou incrível, muito rico. Essa é uma forma de representar a cozinha judaica argentina, com uma visão portenha”, explica.

 

A carne já chega à mesa em generosas fatias e o osso da costela por cima, de enfeite, deixando clara a referência argentina

Celina Aquino/EM/D.A Press

 

O emblemático prato é chamado de steak pastrami, ou pastrami com osso. O chef cura a costela de boi por 10 dias em banho de sal, ervas e especiarias, tempera com ras el hanout (mix de especiarias do Norte da África), defuma por quatro horas com lenha e cozinha no vapor por 14 horas.

 

 


A carne já chega à mesa em generosas fatias, com uma camada de gordura. Por cima, o osso da costela, de enfeite, deixando clara a referência argentina. Chama a atenção sua cor vermelha intensa, além da maciez e da suculência. A costela bovina é servida com risoto de farfalaj (massa tradicional judaica) trufado, molho demi-glace, folhas de aipo e alho-poró frito.

 

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