Em meio ao verde do Parque Municipal Américo Renné Giannetti, situado no coração de Belo Horizonte, um novo refúgio gastronômico abre suas portas, trazendo um toque de boemia ao Centro da cidade. O Parque Central Gastrobar, inaugurado no último domingo (14/7), é uma parada obrigatória para quem busca uma experiência saborosa em um dos pontos turísticos da capital.


Mais do que refeições, o gastrobar oferece uma verdadeira experiência sensorial, e já se destaca como novo ponto de encontro para amantes da culinária mineira e do contato com a natureza. Mas, o que muitos não sabem, é que o Parque Municipal abrigou, décadas atrás, um point gastronômico.


Na década de 1940 até os anos 1950, o coreto abrigava um bar, popularmente conhecido como “Bar do Parque”. O estabelecimento funcionava dentro do porão da cobertura, sempre durante o dia. O lugar era muito frequentado pela população que trabalhava no entorno, e movimentava a vida diurna da área verde.

 



 

O produtor de eventos e agora gestor no gastrobar, Victor Gonzalez, conta como ocorreu o resgate do local. “Já tenho um histórico aqui no parque. Meu bisavô começou em 1950 com os burrinhos que passeavam com as pessoas, em 1953 ele os vendeu e instalou os  brinquedos que estão aqui até hoje”, relembra. 


A lanchonete também existia na época, e era administrada por Nivaldo Ferreira Fraga, de 81 anos, que tinha a concessão dos barcos. “Durante a pandemia, o negócio acabou falindo e fechou”, diz o produtor. Foi aí que Victor viu a oportunidade de dar sequência ao trabalho de sua família, mas, dessa vez, entrelaçando-o à sua área de entretenimento.


“Por eu ter crescido aqui e conhecer o parque muito bem, entrei na licitação da Prefeitura de Belo Horizonte (PBH). Nós temos cinco anos com preferência de renovação. A ideia é fazer como meu bisavô e ficar por muitos anos”, diz Gonzalez, que cresceu no parque e acompanhou de perto o crescimento e as revitalizações da área central da cidade. “É um espaço privilegiado. Muitas pessoas não frequentam o parque há anos, e não sabem o que tem aqui. Meu objetivo é estar num lugar histórico e que tem um valor sentimental para mim”, comenta.


O parque funciona de terça a sábado de 7h às 21h, e aos domingos de 7 às 17h. Já o Parque Central Gastrobar está funcionando de 9h às 17h. Por enquanto o horário está limitado para aprovação da iluminação da área.“Minha intenção é abrir de 8h às 20h30, para dar tempo para as pessoas saírem, e domingo de 8h às 17h”, destaca Victor. A expectativa é estender o tempo na próxima semana.


Sobre a reabertura do empreendimento, a PBH informou, por meio da Fundação de Parques Municipais e Zoobotânica (FPMZB), que o estabelecimento está autorizado a vender diversos produtos de alimentação e também bebidas alcoólicas, sendo responsável pelo controle da comercialização desses produtos apenas para adultos.

 

 

“Atualmente, a lanchonete é a única em funcionamento dentro do Parque Municipal e não há, no momento, previsão de abertura de outros empreendimentos desse segmento no local. Para isso, é necessário um novo processo de licitação. Há concessionários que atuam como ambulantes, vendendo produtos como pipoca e algodão doce”, reitera a prefeitura.

 

O novo gastrobar fica em frente à lagoa onde funcionavam os tradicionais passeios de barco

Túlio Santos/EM/D.A Press

 

Do café da manhã ao happy hour


Com um cardápio que celebra a fusão de sabores e aromas, o Parque Central é o lugar certo para degustar a qualquer hora. 


Comece o dia com uma deliciosa seleção do gastrobar. A partir das 9h, o cardápio oferece uma variedade de cafés, desde o simples coado (R$ 3), aos especiais como capuccino (R$ 14), macchiato (R$ 10) ou chocolate quente (R$ 14). Para acompanhar, opções como pão na chapa com queijo (R$ 12), croissant recheado (R$ 15), waffle (2 unid R$ 15) ou o bolo do dia (R$ 8), podem ser uma boa pedida. Para quem prefere opções mais leves, os sucos naturais (R$ 10) e o creme de açaí (R$ 20) com banana e granola, prometem agradar.

 

 

À medida que o sol se aproxima do meio-dia, é hora de explorar as opções do almoço, que trazem um bom toque mineiro. Os valores variam de R$ 25 a R$ 35. O destaque é o tradicional feijão tropeiro com acompanhamento do dia, mas as massas artesanais como o nhoque e o ravioli de carne de panela também não podem ficar de fora. Tudo isso regado a uma Coca-cola (R$ 6) bem gelada, promete ser um banquete irresistível ao paladar. 


À tarde, o gastrobar é o lugar ideal para uma pausa, e nada melhor para relaxar do que saborear um salgado. Empadas, esfirras, pastel assado e coxinha (R$ 7) são ótimas opções para um lanche rápido. Se a intenção for se refrescar, não deixe de experimentar a água de coco (R$ 6).


Quando a noite se aproxima, o Parque Central se transforma em um ambiente descontraído e acolhedor para o happy hour. Nessa hora, a carta de drinques entra em cena. Há opções para todos os gostos, desde os clássicos como Gin Tropical (R$ 25), Cuba Libre (R$ 18) e Moscow Mule (R$ 20) ao Jack Ginger (R$ 18,00) e Spritz Verano (R$ 20,00). Aos que não dispensam a “saideira”, uma boa cervejinha ou chopp gelado são outras formas de finalizar o dia. Os preços variam de R$ 8 a R$ 15.


“A proposta é ser acessível, porque o parque é plural. Mas ainda estamos em fase de adaptação, testando e adicionando as coisas aos poucos. Essa semana, por exemplo, começamos com sucos naturais que antes não tinha”, explica Victor. Segundo ele, ouvir e observar os clientes é uma forma de atender a todas as necessidades, para assim saber o que eles pedem e o que faz ou não sentido oferecer. 

 


Central Park e boemia mineira


O nome do novo ponto de encontro remete ao Central Park de Nova York, nos Estados Unidos. “A referência é o parque nova-iorquino, que para mim, temos algo tão bom quanto. A intenção é atrelar o espaço com esportes e atividades de bem-estar. No Central Park é o que as pessoas fazem”, declara Gonzalez.

Na foto, Mariana Resende e Victor Gonzalez

Túlio Santos/EM/D.A Press

 

A estrutura é tombada pelo Patrimônio Histórico e Cultural de BH, e por esta razão, só pode ser revitalizada dentro dos limites do tombamento. “Nosso desafio foi dentro dos limites que tínhamos em relação ao tombamento da edificação, ter que colocar tudo que precisamos para funcionar o gastrobar, e levar em consideração o espaço natural no entorno que é o mais importante”, conta a arquiteta responsável pelo projeto, Mariana Resende.


Baseado nas décadas de 40 e 50, os “anos dourados” do parque, o intuito da reforma foi unir a boemia com a modernidade. “As cores usadas e o revestimento de caquinhos de cerâmica remetem aos anos 50, que eram marcantes na arquitetura brasileira”, explica Mariana. De acordo com a profissional, todo o projeto foi pensado e executado de forma que a edificação não sobrepusesse o entorno, mas integrasse ao parque.


“O espaço estava completamente subutilizado e fechado. A ideia foi muito boa, porque é mais um lugar para trazer vida. A apropriação desses espaços é muito importante para a cidade”, conclui a arquiteta. 

 


Barcos em breve


O gastrobar fica em frente à lagoa. Quem frequenta o lugar já deve ter dado falta dos tradicionais barquinhos que enfeitavam as águas e eram opção de lazer para crianças e adultos que curtiam se divertir remando. Para quem era fã da atração, que faz parte da memória afetiva da capital mineira, a notícia é animadora. Victor Gonzalez também faz parte da administração do serviço e afirmou que eles devem voltar a funcionar. 


Questionada sobre a previsão da volta dos barquinhos, a prefeitura também informou: “os barquinhos estão em fase final de ajustes e devem começar a funcionar em breve”.

 

Serviço

Onde: Parque Municipal
Horário: 9h às 17h
@parquecentralbh

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