O bartender belo-horizontino Albert Coelho, mais conhecido como Bebeto, trouxe uma importante conquista para Minas Gerais. Ele ficou em primeiro lugar na etapa nacional da MONIN Cup 2024, uma das principais competições de coquetelaria do mundo. O jovem vai representar o Brasil na grande final, que será realizada em dezembro na Vila Monin, em Bourges, cidade no território francês. 

 




Inspirado em sua própria trajetória na coquetelaria e na evolução da marca de xaropes Monin, que existe desde 1912, Bebeto elaborou um drinque, batizado de "Percurso", low ABV (termo dado aos coquetéis que tem um baixo percentual alcoólico) com cachaça. Sua criação tinha teor alcoólico menor ou igual a uma cerveja (6,47%). Isso porque a competição desafiou os participantes a criarem coquetéis inovadores com baixo teor alcoólico ou totalmente sem álcool, com o tema “Low is More”.

 

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"O drinque nasceu da junção da jornada da marca Monin com a minha recente experiência nos EUA. Para mim, ele traduz minha vontade de representar meu país e a cachaça em uma competição internacional", conta Albert, que diz se sentir como a Rebeca nas Olimpíadas: "Estou confiante de que vou trazer mais um ouro para a gente! Vou disputar com mais de 50 competidores representando seus respectivos países. É uma Olimpíada da coquetelaria". Essa é a terceira vez em que Albert participa da competição.

 

O coquetel 'Percurso' tem como base cachaça mineira envelhecida em amburana

MoninCup/Divulgação


 

Cachaça mineira

 

O coquetel "Percurso" tem como estrela a cachaça mineira envelhecida em amburana, com suas notas defumadas e complexas, em uma combinação harmoniosa de sabores, que inclui o xarope Monin Abóbora com especiarias, purê de pêssego e damasco sem açúcar e água de conserva de cúrcuma. Antes de ser preparado, o coquetel tem seu gelo defumado com madeiras frutíferas. 



O drinque celebra a simplicidade e a autenticidade, mostrando que grandes sonhos podem surgir de ingredientes simples. "As notas frutadas da abóbora, pêssego e damasco simbolizam minha vontade de alcançar o mundo, assim como a Monin fez em seus 112 anos de história. O gelo defumado harmoniza com o amadeirado da cachaça, enquanto a conserva de cúrcuma evidencia a força de minhas raízes”, diz o criador.

 

Defensor da brasilidade

 

Albert se formou como bartender em 2016 pela Diageo Bar Academy (plataforma de ensino mundial). Em 2018, participou pela primeira vez da Monin Cup com um drinque à base de cachaça e obteve um grande destaque. "Em abril de 2019, fundei a Lamparina Cachaçaria com os sócios Thales Campomizzi e Guilherme Costa e senti a necessidade de buscar mais informações sobre o universo da cachaça. Procurei a ABS/MG (Associação Brasileira de Sommeliers de Cachaça) e, em 2021, me formei como sommelier de cachaça", conta.

 

Hoje, o bartender se mostra apaixonado pelo destilado, promovendo vários eventos aliando a cachaça à coquetelaria: "Em toda consultoria de bar que realizo, não deixo de trazer um pouco da cachaça e dos ingredientes brasileiros. O bar onde hoje estou levando essa experiência é o Odoyá, comandado pelo chef Yves Saliba, e, a convite do sócio Victor Hugo, vou apresentar uma coquetelaria praiana com uma roupagem elegante". 

 

 

Dia da Cachaça

 

Albert também comenta sobre o Dia da Cachaça, comemorado nesta sexta-feira (13): "É muito difícil falar do Brasil sem falar de cachaça. A data foi criada em um homenagem a um momento em que o povo brasileiro estava se formando junto com a miscigenação, então as pessoas não aceitaram que os colonizadores impedissem a sua vivência, o rito com a cultura, com a bebida. Esse momento não deve ser esquecido e devemos sempre brindá-lo (com responsabilidade)!” 

 


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MONIN Cup

 

Em sua quarta edição, a MONIN Cup se consolida como uma das principais competições de coquetelaria do mundo, reunindo jovens talentos que buscam inovar e criar experiências para os amantes de bebidas. O tema deste ano acompanha a tendência de coquetéis com baixa graduação alcoólica ou sem álcool, que têm ganhado cada vez mais destaque, refletindo a mudança de preferências dos consumidores. "É uma oportunidade para a mixologia se reinventar e atender às novas demandas do público jovem", afirma Rafael Pizanti, gerente de inovação em bebidas e mixologista da Monin Brasil.

 

*Estagiária sob supervisão da subeditora Celina Aquino

 

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