Em meio a uma epidemia de dengue que se anuncia como a pior da história, o secretário de Saúde de Belo Horizonte, Danilo Borges Matias, afirmou, em coletiva de imprensa na manhã desta segunda-feira (26/2), que um terço dos casos de internação são de crianças, na faixa etária até os 18 anos.
A afirmação foi feita durante a abertura de uma nova unidade de hidratação exclusiva para atendimento pediátricos no Hospital João Paulo II, no bairro Santa Efigênia, Região Leste de BH. “Uma unidade como essa vem nos ajudar a somar esforços. A resposta rápida do município é exatamente o que precisamos neste momento mais difícil, que é a curva das próximas duas semanas”, afirmou.
A reportagem do Estado de Minas solicitou à Prefeitura de BH detalhamento dos casos de internações pediátricas por arboviroses, e aguarda retorno.
Nesta manhã, o secretário estadual de Saúde, Fábio Baccheretti, também reconheceu uma escalada de casos entre crianças, exatamente o público-alvo da vacina Qdenga, que começa a ser distribuída em BH nesta terça-feira (27/2). “Este ano cerca 900 casos de dengue, só que na última semana foram 400. Então, quase metade dos casos em crianças vieram ao hospital nessa última semana", afirmou Baccheretti.
Dados divulgados no Painel de Monitoramento de Casos de Arboviroses da Secretaria Estadual de Saúde de Minas Gerais (SES-MG) — atualizados nesta segunda — contabilizam 108.027 casos confirmados de dengue. Destes, 22,1% estão na faixa etária entre 1 e 19 anos. "Passaremos ainda semanas muito difíceis até começarmos a perceber uma melhora lenta. Por isso, a importância de prevenir, atender e evitar mortes", afirmou o secretário de Saúde de Minas Gerais.
Reforço no atendimento
Desde janeiro, a capital tem seis unidades específicas para atendimento a arboviroses, além dos 152 centros de saúde espalhados em nove regionais, que podem ser procuradas por quem tiver sintomas. A prefeitura também tenta viabilizar a abertura de três hospitais temporários nas regionais Barreiro, Centro-Sul e Venda Nova, onde se concentram a maior parte dos diagnósticos positivos na capital.
"Esse é um dos desafios que a gente tem. O município de Belo Horizonte não tem uma grande disponibilidade de locais para abrigar serviços novos, e a gente tem limitação de contratação de pessoas. Mas esse movimento que a gente já fez nos mostra que temo uma margem para reforçar as nossas equipes e, principalmente, no curto prazo que é quando a cidade mais está precisando", declarou Danilo.