A ativista pelos direitos LGBTQIA+ Rafaelly Wiest da Silva denunciou ter sido vítima de transfobia na Embaixada dos Estados Unidos em São Paulo, onde teve seu visto negado ao revelar sua identidade como mulher trans.
O episódio aconteceu na última segunda-feira (30), quando foi entrevistada para obter uma autorização de viagem para os Estados Unidos. Rafaelly afirma que ao revelar sua identidade como mulher trans e explicar o motivo da viagem, o funcionário recusou o documento. O relato da ativista somente foi publicado nas redes sociais no início deste mês.
- Leia também: 'Não é doença': conheça a luta pela despatologização da transexualidade“Fazia tempo que eu não sentia a transfobia. Geralmente, estou do outro lado, para dar apoio. Chorei a tarde inteira, depois que saí do consulado”, contou Rafaelly.
Rafaelly atua como diretora administrativa da Aliança LGBT há 15 anos e foi convidada para palestrar sobre a proteção de crianças e adolescentes trans no Brasil durante o 188º período de sessões da Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH), marcado para o dia 7 de novembro em Washington, capital americana.
No vídeo publicado em suas redes, apresenta os documentos que confirmavam sua participação em eventos internacionais e a compra das passagens aéreas de ida e volta, a ativista também informou ao funcionário que é diretora da Aliança LGBT e destacou seus laços familiares firmemente estabelecidos no Brasil. No entanto, o oficial de entrevista recusou o visto, argumentando que ela não conseguiu comprovar seu emprego nem seus laços familiares no país.
Carta para embaixada
A presidente da ONG Minha Criança Trans, Thamirys Nunes, enviou uma carta à embaixadora dos Estados Unidos no Brasil, Elizabeth Frawley Bagley, descrevendo o incidente e pedindo urgentemente medidas para garantir que a vítima possa embarcar a tempo de participar da palestra.
O que a embaixada diz?
Segundo nota enviada ao Metrópoles, a assessoria Embaixada e Consulados dos EUA no Brasil respondeu que a lei de privacidade dos Estados Unidos os proíbe de dar informações sobre casos específicos de visto, mas, garantiu que os ‘altamente treinados para tratar todos os solicitantes de visto de forma respeitosa e igualitária’.