Durante os dois dias do evento, haverão debates, performances e apresentações artísticas.  -  (crédito: Divulgação/Ministério da Cultura)

Durante os dois dias do evento, haverão debates, performances e apresentações artísticas.

crédito: Divulgação/Ministério da Cultura

Identificar e refletir a pluralidade das produções do setor artístico e cultural LGBTQIA+ é o mote da Conferência Nacional de Cultura LGBTQIA+, que está sendo realizada nesta terça (30/1) e quarta-feira (31) em Belo Horizonte. As atividades são promovidas pelo Ministério da Cultura (MinC) e Ministério dos Direitos Humanos e Cidadania (MDHC).

O evento, realizado no Centro de Referência das Juventudes, reúne pessoas da comunidade LGBTQIA+ ligadas à cultura de vários lugares do Brasil. O encontro faz parte do quarto eixo proposto pelo MinC para a 4ª Conferência Nacional de Cultura (CNC), que ocorre de 4 a 8 de março, em Brasília.

O eixo “Diversidade Cultural e Transversalidade de Gênero, Raça e Acessibilidade na Política Cultural” busca valorizar as identidades regionais do país e desenvolver ferramentas para garantir o reconhecimento da diversidade e das expressões culturais.

O objetivo da conferência é demonstrar a pluralidade do campo de produção artística e cultural LGBTQIA+ no Brasil, além de identificar as principais contribuições da comunidade à política cultural dos próximos dez anos. Para isso, no final do evento, três propostas serão escolhidas pelos participantes para serem levadas à 4ª CNC.

Maicon Chaves, presidente do Centro de Luta Pela Livre Orientação Sexual e Identidade de Gênero de Minas Gerais (Cellos MG), diz que a conferência “tem a função de mobilizar e reanimar o setor cultural e os fazedores de cultura LGBT após quatro anos de desmonte da política cultural no Brasil e, por outro lado, prospectar a política cultural que queremos e que podemos”.

“A população LGBTQIA+ tem uma relação de necessidade, de sustento e de luta com a cultura, por isso, é super importante que a gente organize a demanda LGBTQIA+ numa conferência de cultura específica, que consiga organizar a intervenção dessa pauta no processo de participação social mais importante do debate da cultura, que é a conferência nacional”, diz Symmy Larrat, secretária Nacional dos Direitos das Pessoas LGBTQIA+ do MDHC.

Durante os dois dias do evento, haverá debates, performances e apresentações artísticas. A conferência integra, ainda, o encerramento do mês de luta pela visibilidade e os direitos de pessoas trans e travestis.

Para falar sobre a visibilidade trans, haverá uma palestra com a atriz Renata Carvalho, travesti e símbolo internacional da luta para que pessoas trans e travestis possam ter mais oportunidades na atuação e, assim, ocupar espaços nas diversas linguagens artísticas e culturais.

Foi formada uma Comissão Organizadora Nacional composta pelo MinC, MDHC, presidência do Conselho Nacional LGBTQIA+ e representantes de organizações ligadas à comunidade, como o CELLOS-MG, Grupo Diversidade Niterói (GDN), Coletivo Afrobapho (BA), Plataforma Fervo2k20 (representada pelo Coletivo BAPHO CULTURAL de Santa Catarina), Distrito Drag (DF), Coletivo Themonias (PA) e Planeta Fora do Armário.

A Diretoria LGBTQIA+ e a Secretaria de Cultura da Prefeitura de Belo Horizonte também participam da Comissão.