As ruas de Belo Horizonte já estão preparadas para receber os 5,5 milhões de foliões esperados para o período oficial de Carnaval que, neste ano, já teve início no dia 27 de janeiro.

A época é uma grande oportunidade para conhecer pessoas, estilos musicais e cortejos das mais diferentes origens, e é bom estar sempre atualizado e de olho na programação. Dá para usar o Mapa dos Blocos de BH, por exemplo, para se guiar.



Para mergulhar ainda mais na diversidade cultural da capital mineira, o Estado de Minas listou dez blocos que desfilarão em Belo Horizonte com a temática da negritude. Confira:

1. Bloco OriSamba

“Ori” é a essência de nosso viver e conviver, uma espécie de "cabeça" que nos orienta em relação ao tempo, à natureza e ao próximo, conforme os costumes tradicionais afro-brasileiros. Já "Samba" deriva de "Semba" e está intrinsecamente ligado ao ato de gerar, à conexão, ao cordão umbilical, à matriz e à essência da vida, que é personificada pela mulher. Juntos, formam o nome OriSamba, um tributo à beleza das cores, à alegria das batidas dos tambores e à narração contínua da história e cultura afro-brasileira em Belo Horizonte, trazendo reflexões e a discussão sobre a importância do lugar político do povo negro periférico.

Quando: Quinta-feira, 9/2, às 19h
Onde: Rua Fagundes Varela, 99 - Senhor dos Passos
O que toca: Axé, Samba, Afro, Outros
https://www.instagram.com/orisamba/

2. Bloco Seu Vizinho

O Seu Vizinho é um Bloco Afro de Favela que surgiu em 2014 na Vila Marçola, no Aglomerado da Serra, com o objetivo de promover um Carnaval coletivo, diverso, inclusivo, com participação ativa e protagonismo do povo negro e favelado, com valorização da cultura popular afro-brasileira. É da comunidade e para a comunidade, mas também para a cidade toda, já tendo arrastado mais de 100 mil foliões em seus desfiles e esperando 50 mil para este ano. Em 2024, o 8° cortejo do bloco evidencia Nêgo Bispo – um dos maiores pensadores negros do Brasil – e a temática ambiental.

Quando: Sábado, 10/2, às 12h
Onde: Avenida Mem de Sá, 1882 - Vila Novo São Lucas
O que toca: Axé, Funk, MPB, Forró, Pagode, Samba, Pop, Afro
https://www.instagram.com/seuvizinho_/

3. Bloco Oficina Tambolelê

Criado no final de 1999 pelos integrantes do grupo musical Tambolelê no Bairro Novo Glória, periferia de Belo Horizonte, o bloco foi idealizado com a intenção de preparar a participação no Carnaval de 2000 na cidade, que esteve desativado por muitos anos. Tendo como referência os ritmos afro-mineiros do Reinado, foram feitas releituras que são executadas utilizando instrumentos de percussão convencionais.

Quando: Sábado, 10/2, às 15h
Onde: Rua São Cosme, 95 - Novo Glória
O que toca: Afro
https://www.instagram.com/blocooficinatambolele/

4. Bloco Angola Janga

Em setembro de 2015, Nayara Garófalo e Lucas Jupetipe já sentiam a ausência de pessoas negras e periféricas no “novo” Carnaval de Rua que emergia em Belo Horizonte e sentiram a necessidade de enegrecer a folia na cidade. O bloco foi pensado e projetado para ser um espaço de manutenção, preservação e divulgação da cultura afro-brasileira e da contribuição dos povos tradicionais para a identidade nacional através de seus repertórios e práticas.

Quando: Domingo, 11/2, às 14h
Onde: Avenida Amazonas, 547 - Centro
O que toca: Axé, Funk, MPB, Samba, Pop, Afro
https://www.instagram.com/blocoangolajanga/

5. Bloco Afoxé Bandarerê

O bloco é uma produção do Afoxé Bandarerê, organização fundada em 2013 e que atua como manifestação cultural. Tem como objetivo resgatar as tradições de matrizes africanas e propagar a cultura afro-brasileira por meio de seus cânticos, danças e ritmos, sendo um espaço, para além da folia e diversão, de resistência, reencontro e fortalecimento da identidade negra.

Quando: Domingo, 11/2, às 15h
Onde: Rua Guanabara, 231 - Concórdia
O que toca: Afro
https://www.instagram.com/afoxebandarere/

6. Bloco Magnólia

Fundado em 2014, o Magnólia é um bloco influenciado pelos cortejos do Mardi Gras no estilo Second Line, tocando jazz pelas ruas do Bairro Caiçaras no mesmo dia da tradicional Terça-feira Gorda em Nova Orleans (EUA). A referência estética do bloco é elaborada através de referências a Nova Orleans em sua diversidade cultural, musical, performática e, principalmente, negra.

Quando: Terça-feira, 13/2, às 9h
Onde: Avenida Américo Vespúcio, 2025 - Nova Esperança
O que toca: Jazz
https://www.instagram.com/blocomagnolia/

7. Arrasta Bloco de Favela

Criado e composto por moradores do aglomerado Morro das Pedras, o bloco cresceu muito nos últimos anos – apesar das truculências, como o impedimento de sua saída em 2017 pela Polícia Militar de Minas Gerais (PMMG). Para a sua realização, a organização foca em mobilizar e articular o público local: povo negro, mulheres, crianças, população LGBTQIA+, além da comunidade de terreiro e periferia.

Quando: Terça-feira, 13/2, às 14h30
Onde: Rua Bragança, 4 - Coqueiros
O que toca: Axé, Funk, Rock, MPB, Jazz, Forró, Pagode, Samba, Sertanejo, Pop, Marchinha, Afro, Outros

8. Bloco Afro Magia Negra

Criado em 2013 pelo artista plural Camilo Gan, o bloco partiu da vontade de reunir pessoas comprometidas com o enfrentamento do racismo. O principal objetivo do bloco é promover a “afrobetização” por meio da arte e cultura negra, desfazendo os feitiços racistas. A banda de rua é composta por 80 membros e se manifesta por meio de um ritual designer, trazendo elementos característicos do segmento de blocos afro, envolvendo e arrastando o público em cortejos por meio de toques de tambores ancestrais, clarins, dança, água de cheiro e banho de pipoca.

Quando: Quarta-feira, 14/2, às 12h
Onde: Rua Itararé, 96 - Concórdia
O que toca: Afro
https://www.instagram.com/blocoafromagianegra/

9. Babadan Banda de Rua

Idealizado em 2018 por um coletivo de artistas comprometidos com o combate ao racismo, o bloco tem como objetivo criar uma música pautada em tradições mineiras como o Congado, as influências das Bandas de Minas e Candomblé. O resultado é um som arrojado que religa o povo negro às suas origens e celebra a importância da cultura negra se engajando na luta e no combate ao preconceito étnico-racial.

Quando: Quarta-feira, 14/2, às 14h
Onde: Rua Diamantina, 271 - Colégio Batista
O que toca: Axé, Funk, Afro
https://www.instagram.com/babadanbandaderua/

10. Bloco Os Meninos da Meia-Noite

Bloco e grupo de samba que engloba todas as modalidades deste estilo afro-brasileiro, como o samba de raiz, samba de roda, samba de terreiro e samba enredo, trabalhando com a cultura afro-brasileira, umbandista e o pagode retrô, além de fazer intercâmbio cultural com o forró pé de serra e o congado.

Quando: Quarta-feira, 14/2, às 17h
Onde: Praça Santa Rita, 131 - Esplanada
O que toca: Forró, Pagode, Samba, Marchinha, Afro, Outros
https://www.instagram.com/os_meninos_da_meia_noite/

Bônus: Kandandu

Além dos cortejos pelas ruas da capital, a folia também conta com o Kandandu, encontro de blocos afro de Belo Horizonte, que marca a abertura oficial do feriado de carnaval. A manifestação artística foi reconhecida em 2018 pelo Ministério dos Direitos Humanos como uma das principais ações de promoção da igualdade racial do país.

Marcado para os dias 9, às 18h, e 10, às 16h, o Kandandu acontecerá no Parque Municipal Américo Renné Giannetti (avenida Afonso Pena, 1377, Centro), com entrada gratuita, e reunirá os blocos Afoxé Bandarerê, Bloco Arrasta Bloco de Favela, Bloco Afrodum, Magia Negra, Oficina Tambolelê, Samba da Meia Noite e Swing Safado.

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