Movimentos pelos direitos das pessoas LGBTQIA+ realizarão uma manifestação nesta terça-feira (27/2) em frente ao Centro de Referência LGBT+ (CRLGBT) de Belo Horizonte. O ato será às 17h30 e está sendo organizado pelo Centro de Luta pela Livre Orientação Sexual e Identidade de Gênero de Minas Gerais (Cellos-MG).

A manifestação é motivada pela retirada da fachada colorida do equipamento a mando da Prefeitura de Belo Horizonte (PBH) no último dia 20. A plotagem do CRLGBT foi trocada uma vez após ataques ao “bem-vindes” que se lia em uma faixa com as cores do arco-íris, e a nova foi retirada sem aviso prévio, segundo o presidente do Cellos-MG, Maicon Chaves.



Para ativistas e parlamentares de partidos associados à esquerda, a ação representa um ato de LGBTfobia institucional e passa uma mensagem de violência para a população LGBTQIA+. Ainda de acordo com eles, políticos ligados à extrema-direita pressionaram o prefeito Fuad Noman (PSD), que acabou cedendo – dias antes de anunciar sua pré-candidatura à PBH.

O Cellos-MG protocolou uma denúncia para a comissão de Direitos Humanos da Câmara Municipal de Belo Horizonte e outra para o Ministério Público de Minas Gerais. A organização também tentou conversar com o prefeito, mas teria tido o encontro negado.

“Nós pedimos uma reunião com o prefeito Fuad pra conversar a respeito desse avanço conservador, da dissolução das poucas políticas públicas que temos, da dissolução da nossa identidade e a gente frear esse movimento. Então, tendo negado nossa audiência, é momento da gente convocar a população LGBTQIAPN+ de BH”, disse Chaves em vídeo publicado nas redes sociais.

O presidente da organização ressalta, ainda, que o Centro de Referência foi um espaço conquistado pelo movimento em diálogo com o município. “O Centro de Referência LGBT é nosso, é para a população LGBT. Ali deve estar a nossa identidade, não a identidade de outras pessoas”, afirmou.

O ato contará com a presença de movimentos ligados aos direitos e cidadania da população LGBTQIA+, parlamentares, sindicatos, coletivos, movimentos organizados e independentes e artistas locais. A manifestação também tem o apoio da Associação Brasileira de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis, Transexuais e Intersexos (ABGLT) e outras ONGs localizadas em outros estados do Brasil.

Segundo Fran Glam Glam, do coletivo Eleganza, a presença de artistas ligados à cultura LGBTQIA+ nas manifestações e atos que lutam pelos direitos dessa população é importante. “Eu estarei lá representando a cultura LGBT da noite de BH e convoco todas as outras pessoas que se sintam sensibilizadas com a nossa causa a estarem lá, junto com a gente. É de extrema importância lutar e defender as nossas conquistas e os nossos direitos”.

A Prefeitura de Belo Horizonte foi questionada pela reportagem sobre possíveis motivos para a negativa em encontrar o Cellos-MG, mas ainda não deu retorno.

compartilhe